Early Sunsets Over Suna

O Começo - Parte I


Ele havia fugido sem que os outros percebessem, ou pelo menos achava que ninguém tinha dado por falta de sua presença. Já estava de saco cheio de não aproveitar sua estadia em Suna, embora não considerasse sua visita de todo turística, afinal, eles estavam ali por um motivo serio, contudo, se nada acontecesse naquele tempo, de que adiantava ter aquela paisagem um tanto exótica e não levar lembranças dela para casa? Ele já podia ter visto muito no pouco tempo em que viveu servindo à ANBUNe, mas ainda sim, sentia que ainda havia muito mais para ver e pintar.

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Era assim que Sai via o mundo, nada mais que pinturas que ele podia acrescentar a sua mercê em folhas de papel e guarda-las seguras em seu poder. Com esforço, ele tinha escapado naquela segunda-feira tão quente quanto qualquer outro dia. Mas, não demorara muito para ele se acostumar com o clima de Suna, e tirado este descoforto, Sai rumou para o topo de um rochedo alto, que daria o que ele precisava: inspiração.

Tendo em mão papel e lápis, seus primeiros esboços saíram à perfeição, tal era sua genialidade. Horizontes, solo, qualquer coisa era transfigurada com fidelidade para o papel.

Sai sentia-se bem, feliz... Esses sentimentos ele conhecia agora.

"Kakashi-sensei não dará por mim em algumas horas. Eu acho."

***

Sakura tivera uma manhã bem menos tranqüila. Com muito esforço, ela conseguira evitar o falecimento de dois shinobis de Suna, ambos tinham chegado extremamente feridos ao hospital, quase à beira da morte. Mas Sakura acabou impedindo que isso acontecesse e os dois repousavam agora em segurança na enfermaria.

A kunoichi observava-os do lado de fora do quarto, através de uma proteção de vidro, quando um dos médicos chegou perto dela e disse:

- Esses foram os ninjas enviados para espionar o País do Vento, sabia?

A garota olhou para o rapaz, incrédula. Ela tinha uma idéia das técnicas usadas por aquele país e surpreendia-se pelo fato deles terem voltado vivos.

- Café? - Sakura percebeu que ele trazia dois copos cheios de café puro.

- Ah, obrigada... - agradeceu ela, pegando um recipiente, cansada - Se não fosse muito incomodo, eu gostaria de saber um pouco mais sobre essa missão de espionagem, o que poderia me dizer?

- Não muito - respondeu o rapaz, tomando um gole do café - Além de ser um milagre terem retornado. Só o que me informaram é que havia mais uma pessoa no time, e ele deve ter morrido no meio do caminho.

- Que coisa horrível - exclamou Sakura - Então quer dizer que tivemos sorte, não?

O medico sorriu, parecendo bem mais velho.

- Do que você está falando, moça? Se você não estivesse aqui, não faria diferença nenhuma, só seria uma questão de horas até eles morrerem. O mérito, se é que me permite dizer, é todo seu.

Ela sorriu, e tomando um gole do café quente, voltou a olhar para os shinobis, que dormiam com o semblante bem mais tranqüilo.

- Ora, já está na hora de pararem com isso - repreendeu-o Sakura - O pouco tempo que estou aqui me fez perceber até onde a eficiência dos médicos-nin de Suna pode chegar. Esse negócio de subestimarem a capacidade de vocês me dá nos nervos, sabia?

O rapaz espantou-se ao ouvir as palavras da shinobi.

- Isso significa muito vindo de alguém de Konoha, Sakura-san - murmurou ele, agradecido.

- Bem, espero que eu tenha sido clara, Satoshi-san. Não quero mais essa estória de que o mérito é só meu.

Ele terminou o café e lançou um olhar preocupado aos pacientes.

- Isso devia ser comunicado logo ao Kazekage-sama - disse, em tom mais enérgico - Gaara-sama com certeza iria querer interrogá-los sobre o que eles descobriram para terem voltado nessas condições para Suna.

- Mas Gaara-kun não pode interrogá-los agora! - exclamou Sakura - Eles precisam de repouso pelos menos até amanhã! Eu não vou deixar que ninguém os perturbe assim.

- Sakura-san... - perguntou Satoshi desconfiado - Desde quando você usa "kun" ao referir-se ao Kazekage-sama?

A garota calou-se, corando fortemente. Ela nem se dera conta do tratamento que empregara ao dizer o nome do ruivo.

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- Ah, erm... Bom, eu falo muito com o Kazekage-sama - respondeu ela, engolindo em seco - É natural que... Já que somos amigos...

Aquilo era certamente a mentira mais estúpida que ela inventara em toda sua existência. Naruto, sim, poderia dizer que era amigo de Gaara sem hesitar, mas, ela... Nem sequer conseguia ficar na presença do rapaz sem gaguejar ou corar. Estava sentindo-se a própria Hinata.

Satoshi continuou olhando desconfiado para ela durante alguns segundos antes de lhe dar as costas e dizer que precisava voltar para o trabalho. Sakura ficou inquieta com a possibilidade de ele ter pensado em um relacionamento extremamente mais intimo entre ela e Gaara.

"Se ele espalhar por aí um monte de mentiras... Ele vai sentir na pele o meu real mérito", pensou enraivecida.


- Sakura-san?

- Pode entrar - confirmou a kunoichi, voltando para seu consultório, depois da embaraçosa conversa com Satoshi.

- Ah, é sobre os dois pacientes de hoje de manhã - disse uma das enfermeiras do hospital de Suna, entrando desajeitada na sala - Bem... Suas recomendações foram para deixá-los em absoluto repouso, mas...

- O que aconteceu? Eles estão passando mal?

- Na verdade, estão se recuperando bem depressa... O problema é que insistiram para falar com o Kazekage-sama...

- Gaara-sama está aqui, então? - perguntou Sakura apreensiva, tomando cuidado com o sufixo - Ele está interrogando-os agora?

- S-sim...

- Mas que droga! Eu disse "repouso", será que ninguém ouviu? - irritou-se a medica-nin, o que deixou a enfermeira ainda mais amedrontada - Esses shinobis sofreram sérios ferimentos, nem deviam estar acordados e se estão, era pra continuarem em "repouso"!

- Gomenasai, Sakura-san! - pediu a garota - Mas eu não pude fazer nada... A senhorita me pediu para avisá-la sobre qualquer coisa a respeito deles, então eu vim...

- Não se preocupe - disse Sakura, mais calma - A culpa não é sua, só não deram atenção às minhas recomendações.

- Arigato, Sakura-san...

- Bem, só me resta ir agora ver o que está acontecendo - e, rapidamente a garota saiu da sala.

"Tomara que Gaara...sama os pressione demais..."

Ela corria velozmente e estava para alcançar o quarto onde os shinobis repousavam quando viu um vulto saindo de dentro do aposento; alguém de cabelos ruivos muito desarrumados.

Quase não ouve tempo para ela parar, perdeu o equilíbrio em sem querer e estava visualizando um tombo entre ela e Gaara, quando ele olhou para o lado e parou-a com os braços.

- Sakura?

Ela desvencilhou-se dele, e como já esperava, não conseguiu conter o rubor que subia sem parar em sua face.

- Gomenasai, Gaara-sama!

- Por que você estava correndo? - perguntou o ruivo, surpreso.

- Me disseram que você veio para interrogar os dois shinobis, mas eu havia dito a todos que era para deixarem eles em repouso, não estão totalmente recuperados, houve muitas fraturas e os ferimentos foram muito sérios... - ela disse tudo isso muito depressa e Gaara entendeu pouca coisa, apesar de já saber das condições em que seus espiões tinham chegado.

- Acalme-se, Sakura, eu não fiz nada a eles - murmurou Gaara - Na verdade, nem sequer interroguei-os. Achei melhor seguir as suas recomendações, e deixar qualquer coisa que eles tenham a falar para amanhã.

- Obrigada, Gaara-sama.

- Achei que você já tinha parado com essas formalidades - comentou o ruivo, cruzando os braços.

- Ah... É que...

- Satoshi-dono?

- Hã? Ele falou com você, Gaara?

- Sim, ele me fez umas perguntas estranhas, não entendi muito bem.

Sakura esteve a ponto de dizer um "Não acredite em nada do que ele disser!", mas conteve-se. Por fim, ficou calada, mais uma vez sem ter idéia do que dizer ou fazer. Ela não sabia por que se sentia assim diante de Gaara e, repentinamente, aquela cena de outrora, dele sentado no telhado olhando fixamente para a lua, lhe fez ficar mais confusa em relação ao "relacionamento" que tinha com o Kazekage.

- Sakura?

- Sim?

- Você está muito ocupada?

- O quê?

***

- Ah, Naruto, acho que isso é para você.

- O quê, Kakashi-sensei?

- Uma carta. Da Hinata-san.

- O QUÊ? Cadê? - ele estava quase dando pulos de alegria. Roubou na marra a carta das mãos de Kakashi, sem "obrigados", mas o jounnin já estava por demais acostumado com os modos rudes de Naruto.

"Naruto-kun,

A Gondaime me avisou sobre a sua ‘outra missão\\\' em Suna e também quanto tempo ficará aí. Fiquei triste, mas espero que tudo corra bem e que você não se machuque. Eu estarei esperando por você aqui em Konoha.

Kiba-kun, Shino-kun e todos os outros mandam muitos abraços para você, Sakura-chan, Kakashi-sensei e Sai (especialmente a Ino-chan...).

Até em breve, Naruto-kun.

Hyuuga Hinata."

- Hinata... NÃO ACREDITO! ELA ACHA QUE EU NÃO SEI ME CUIDAR???

Kakashi balançou a cabeça.

"Ele não entendeu nada..."

- Ei, ei, Kakashi-sensei - chamou-o Naruto de repente - Você viu o Sai?

- Não, mas aposto que ele não está fazendo vigília alguma.

- Tá ficando tarde, né?

- Sim - respondeu Kakashi - Acho isso um pouco estranho, o sol se põe cedo demais aqui...