Alguém Disse Poesia?

O Indigente


Encontre-se consigo mesmo
Naquele bar onde caem os corpos
Uma garrafa não será suficiente
Vozes morando em sua cabeça
Comprimidos numa cartela suja
Lá se vai mais um homem
Ou o que restou dele
Você não está nada bem
Melhor pôr pra fora, devagar
Gorjeta para as garotas
Ruas fedendo a mijo
Talvez algo mais
Engula seu orgulho
Cerveja?
Que barato
Luzes piscando
Cidade queimando
Vamos derrubar o bordel
Caindo e rolando
Cantando
Let it be
Let it be
Perdão Paul e John
Sujo demais para ser santo
Ferrado demais para ser qualquer coisa
Já é dia, mas... que dia?
Abro os olhos procurando coragem
Deitado sobre uma pilha de vômito
Meus pés estão frios e doloridos
Não há calor, apenas dor
Cores sem sabor
Espero sozinho a pancada
Que irá me colocar de novo nos trilhos
Cada sopro um tombo
Cada tombo uma nova patente
Daqui a pouco será noite
E irei tentar novamente.

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