Treze dias após as confusões que envolviam Hermione, Gina, Molly e Lilá, Rony acordara. O garoto parecia muito bem diante dos exames médicos. Recuperava-se muito rápido, e agora que estava acordado podia ajudar com seus exames e tratamentos.

A pancada que levara na cabeça durante o atropelamento não afetara sua memória, ele se lembrava de tudo, menos do que lhe fizera parar ali naquele leito. O que ele considerava uma coisa boa, afinal, não gostaria de ficar revivendo aquele momento em sua cabeça várias vezes. Mas ele sabia o que havia acontecido antes de chegar até ali e estava preocupado com Hermione, faziam três dias que ele estava acordado e a resposta para quando ele perguntava sobre ela era sempre: “ela está fora da cidade!” e nada mais.

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Já estava agoniado com aquilo. Queria saber como ela estava, queria vê-la! E todos se negavam a ficar lhe respondendo perguntas.

Naquela manhã quando ele abriu os olhos, deparou-se com Gina ajeitando-lhe os lençóis. Já devia ser o horário de visitas.

— Bom dia, princesa! — Gina disse para o irmão que logo montou uma carranca ao ouvi-la lhe chamando pelo apelido que seus colegas de serviço lhe deram.

— Bom dia pra você também, Ginevra Molly! — agora era a irmã que estava carrancuda.

— Muito engraçado, há-há-há! Palhaço! — ela disse lhe dando um tapa.

— Ei, eu estou hospitalizado, cuidado! — reclamou ao sentir dor.

— Olhe bem a minha cara de preocupada! — ela disse ainda com raiva do irmão por tê-la chamado por seu nome composto que tanto odiava.

— Foi você que começou!

— Ronald, faça-me o favor de calar a boca?

— Que grosseria, Gina! O que aconteceu?

— Olha, me pediram para evitar ficar falando de tudo com você porque está fraco e tudo o mais, mas no seu lugar eu iria querer o mesmo que você, então...

— Então? — incentivou-a a continuar.

— Vou lhe contar o máximo que posso sobre tudo, antes que a mamãe entre aqui, ok?

— Vai mesmo?

— É claro! Sou sua melhor irmã, lembra? — ela perguntou puxando a poltrona para ficar mais perto da cama do irmão.

— Ginny, você é a minha única irmã.

— E daí? — ela foi ajudar o irmão a sentar-se no leito e logo depois sentou-se em sua poltrona — Isso não me desqualifica do posto de melhor irmã.

— Você é hilária!

— Eu sei! — deu de ombros — Bem, vejamos por onde eu começo...

— Hermione... — ele disse, mas fora cortado pela irmã.

— Calma! Eu vou chegar nesse ponto, e é exatamente por isso que vou te contar tudo. Mas vamos com calma!

— Ok, pode começar. — disse desapontado.

— Bem, primeiro... O que você sabe?

— Fui atropelado, quebrei algumas partes do corpo, bati a cabeça com força e fiquei em coma. Só.

— Só?

— Só.

— Sabe há quanto tempo estava desacordado?

— Não sei... Dois dias talvez?

— Dois dias... Ron, já faz dois meses que você está assim.

— Dois meses? — perguntou assustado alterando o tom de voz.

— Fala baixo! Quer que a mamãe venha aqui antes que eu te conte tudo?

— Não, desculpe. Mas, dois meses? É muita coisa, Gina!

— Sim, é. E muita aconteceu nesses dois meses, por isso quero que fique calmo e não fique se exaltando enquanto eu lhe conto tudo, ok?

— Ok, ok.

— Você sabe que chegou aqui com a ajuda da Tory, não é?

— Da Tory? Me lembro de tê-la visto...

— Sim, ela chamou a ambulância porque disse que o Draco e a Mione estavam com outros problemas.

— Draco conseguiu ir atrás da Mione como eu pedi? Ele foi ajudá-la? Graças a Deus! — ele disse profundamente aliviado.

— O que você pediu? O que estava acontecendo?

— Termine de contar tudo, ok? Antes que a mamãe chegue. — ele disse e ela revirou os olhos, mas concordou.

— Ok. Assim que a Tory deu entrada com você no hospital nós fomos avisados, viemos pra cá correndo. Eu, nossa mãe e nosso pai. Não demorou muito e a Mione chegou com o Draco, ela não parecia muito bem...

— Parecia como?

— Eu tenho certeza que ela tinha chorado muito antes de vir pra cá, ela estava muito assustada mesmo. Mas naquela altura ninguém ligou muito pra isso, estávamos todos muito assustados.

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— Ela não estava machucada, estava?

— Ah, ela estava bastante maquiada pra esconder o choro, mas agora que perguntou... Apareceu uma pequena cicatriz na bochecha dela, o que aconteceu, Rony? — Gina perguntou curiosa.

— Nada, Gina, termine de contar, por favor.

— Ok. — bufou — Desde então ela tem vindo te visitar todos os dias, quase em todas as visitas. Ela vem aqui na visita da tarde antes de voltar pro trabalho e quando ela é liberada mais cedo na faculdade ela vem para a visita da noite, agradeça muito a ela, pois ela parece bastante exausta com esse ritmo entre trabalho, faculdade e você.

— Ela tem vindo aqui mesmo? Jura? E o namorado dela, o que acha disso? — arriscou perguntar.

— Até onde sei, os dois não estão mais juntos. O que acho que deixou ela ainda mais ansiosa, Tory me disse que quando terminou o namoro com ele da primeira vez ela não comia nada. Agora, a ansiedade até a fez engordar de tanto comer. O que eu particularmente invejei, pois até engordando aquela magrela continua com a cinturinha dos meus sonhos! — disse aborrecida.

— Mas eles terminaram mesmo?

— Como eu disse: até onde sei, sim. Ela que me disse.

— Se ela te disse, então posso confiar.

— E é ai que chegamos aonde eu queria: confiar em Hermione.

— Como assim?

— Digamos que eu confio muito nela, e foi confiando que nós descobrimos uma coisa não muito legal...

— O que?

— Tem certeza que está preparado para ouvir?

— Fala logo, Gina!

— Ok, aí vai: Lilá não está grávida.

— Tá, continue.

— Como assim “tá, continue”? — perguntou indignada.

— Continue, oras.

— Isso não te deixa chocado?

— Eu já sabia disso, Gina...

— Arrá! — Gina se exaltara — Então você deve saber que segredinhos são os que Hermione e Harry estão guardando!

— Segredinhos? Que segredinhos?

— Você não sabe?

— Claro que não, Gina. Eu acabei de descobrir que estou dormindo há dois meses, como vou saber o que esses dois estão fazendo? Mas me diz, que segredinhos são esses?

— Ah, bem... — ela começou desapontada por não obter resposta do irmão — Depois da briga os dois saíram juntos e...

— Briga? Que briga?

— A briga em que eu, mamãe e a Mione demos uma surra na Lilá.

— Vocês o quê?

— É exatamente isso que você viu! — ela afirmara orgulhosa.

Então a partir daquele momento, Gina narrara toda a confusão para Rony que estava incrédulo com as atitudes de sua mãe e de Hermione, menos com as de Gina. Afinal, demorara e muito para a ruiva atacar a loira de acordo com ódio que sempre afirmou sentir dela.

A história narrada pela irmã lhe roubou boas e altas risadas, era bom descontrair-se com a caçula. Desde que acordara há três dias todos o tratavam como se estivesse em uma doença terminal, até então ela tinha sido a única que o tratara normalmente.

Imaginar a cena de Gina e Molly atacando Lilá enquanto Arthur tentava controlá-las era extremamente divertida, divertida a ponto de sua mãe escutar as gargalhadas e entrar rapidamente no quarto.

— Ginevra! Seu irmão não pode se esforçar dessa maneira!

— E desde quando rir é esforço, mãe? — perguntou.

— Faz pouco tempo que ele está respirando sem aparelhos, os pulmões dele ainda estão se fortalecendo. — Molly bronqueara a mais nova ao ver Rony tossir depois de tanto rir.

— Ai, mamãe. Já ouviu falar que rir é o melhor remédio?

— A saúde do seu irmão não é brincadeira!

— Tá, tá, tá! — ela disse impaciente — Vou até sair pra não colocar a vida do meu irmão em risco de novo... Se bem que eu sempre quis aprontar um atentado com a vida dele!

— Mãe, não precisava falar assim com ela... — disse fracamente ainda recuperando o fôlego.

— Vocês são dois maluquinhos, ein? Não me faça proibi-los de se verem enquanto estiver aqui.

— Isso é impossível!

— Não é não, sou a mãe de vocês dois e olhe só: Isso me dá o direito de mandar em vocês dois! Olha só que coisa boa, não é? — disse irônica.

— Está passando muito tempo com a Gina. — disse em reclamação a ironia da mãe.

— Não sou eu que estou passando meu tempo com ela, ela que passou tempo demais comigo.

— Sei, sei.

— Mãe, — Gina disse abrindo a porta — parece que a senhora vai ter que brigar com mais pessoas por causa do barulho... Olha só quem está aqui! — assim que dissera aquilo as cabeças de Neville e Luna surgiram entre a ruiva e o batente da porta.

Os dois entraram sorridentes trazendo alegria para o quarto. Rony ficara muito feliz ao ver os amigos entrando junto com Gina, e Molly logo os avisara sobre o barulho, mas disse que aproveitaria o momento para tomar um café na lanchonete do hospital e saiu deixando o quarteto sozinho.

— E aí, Roniquinho! — Neville dissera.

— Oi, Rony! Que bom te ver!

— Oi, Luna! É bom te ver também. — o ruivo respondeu.

— Como está se sentindo?

— Quebrado. Muito quebrado!

— Ah, mas nos disseram que você está se recuperando muito bem! — ela dissera animada.

— É o que me disseram também! — Rony disse e os outros três riram — Estou feliz que estejam aqui.

— E nós estamos mais felizes ainda em ver você, cara. Não sabe o susto que nos deu, ein? Nunca mais faça uma coisa dessas seu babaca! — Neville dissera indo dar um tapa na cabeça de Rony.

— Aí! Será que ninguém aqui percebeu que eu estou hospitalizado? — ele disse bravo, já tinha apanhado duas vezes naquele dia.

— Nev, cuidado! — Luna o advertiu — Mas e aí, Rony? Como está indo tudo? Recebeu muitas visitas?

— Não muitas, ainda estou esperando a Hermione...

— Ah, é, ela está passando os finais de semana na casa dos pais dela pra levar tudo aos poucos.

— Como assim?

— As coisas dela! Logo ela consegue um emprego e se muda de vez.

— Conseguir um emprego? Hermione já tem um emprego, um emprego que ela sempre sonhou. Por que ela precisa de outro?

— Conseguir um emprego na cidade em que os pais dela moram, né Rony.

— Está querendo me dizer que Hermione vai se mudar?

— Então deve ser isso que ela e o Harry andam me escondendo! — Gina disse após soltar um ruído surpreso.

— Espere aí, ela não contou pra vocês?

— Não! — os ruivos disseram indignados.

— Ops! — Luna disse arrependida.

— Hermione vai se mudar, Luna? Por que ela vai se mudar? — Rony perguntou exasperado forçando sua voz que fraquejava.

— Rony, calma! — Gina pediu preocupada para o irmão.

— Por que ela vai se mudar, Luna? — insistiu.

— Olha Rony, acho que não era pra eu ter dito nada... É melhor você falar com ela, tá?

— Luna, por favor!

— Acho melhor eu sair daqui... Foi bom te ver, Rony! Te espero no carro, Nev. — ela disse e saiu correndo, deixando Rony gritando por ela para trás.

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— Cara, não fique se esforçando desse jeito por favor! — Neville pediu — Se te serve de consolo, Luna é muito próxima a Hermione e eu sei que ela volta pra casa hoje e vem te ver a noite.

— Vem mesmo?

— Pelo menos foi o que ela disse pra Lu.

— Ok, obrigado Neville. — ele disse respirando fundo, já sentindo o efeito do esforço que fizera.

Então ele trocara um olhar significante com a irmã, os dois sabiam que tinha alguma coisa muito esquisita naquela história toda. E aparentemente só Hermione e Harry sabiam o que era.