Silver

Capítulo 35 – Charlie


Observei a sala envolta, e me senti gratificada ao ver todas aquelas pessoas decididas a vir até nós, e brincar com a parede em poesia vivida. Erica e eu estávamos responsáveis por aquele turno, mas várias outras pessoas de nossa sala haviam se disponibilizado a ficar a nossa volta verificando se não haveria algum tipo de obscenidade nas paredes. Havíamos escrito coisas antes que elas entrassem, mas agora, toda ela era somente para as pessoas de fora que estavam participando da feira, e por algum motivo, passavam com sorrisos gratificados no rosto e entravam.

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No começo, as pessoas mal apareciam, e no momento em que Wade finalmente chegou, todas as pessoas haviam simplesmente achado legal ir até nós. Erica até mesmo havia feito uma brincadeira de que as pessoas só estavam vindo até nós por conta de Wade, e sua beleza, e com isso, e não pude de maneira alguma deixar de soltar uma risada acompanhada de o resto da sala, até mesmo por ele mesmo.

De alguma forma que eu não conseguia compreender, Wade parecia mais ele naquele dia. Não sei como, mas simplesmente parecia o homem que eu havia realmente conhecido. Aquela pessoa vivida e alegre. O peso no seu ombro havia se dissipado, e ele parecia mais sóbrio do que tudo. Os olhos estavam mais leves, menos preocupados, e sorrisos verdadeiros passavam por seu rosto, e ele conseguia ser tão aberto com todas as outras pessoas.

Não havíamos conversado muito desde a noite em que ele havia me beijado. Havíamos nos tornado estranhos novamente, e isso era extremamente incomodo para mim, saber que estava o perdendo com tanta facilidade, contudo, não poderia fazer nada a respeito. Aquela era a vida, e uma coisa que eu deveria aprender era lidar com a vida. Pessoas entram e saem da nossa vida a todo momento, não havia como impedir, e mesmo assim, uma agitação passava pelo meu peito a todo momento. Mal conseguia conter minha ansiedade ao me lembrar que em menos uma semana eu estaria indo para França, passar um tempo com Gabi.

Olhei para dois garotos que vieram até nós e deixei com que entrassem abertamente. Erica conversava com Wade como se fossem amigos de muito tempo, e eu tentei não me sentir enciumada com aquilo, eles eram amigos eu já tinha notado isso, eles pareciam bem próximas depois que havíamos pintado a sala, então tentei relevar tudo, até mesmo os olhares que algumas meninas lançavam para ele. Wade e eu não tínhamos mais nada, absolutamente nada. Eu não precisava ficar daquela forma com ele. Eu precisava me acostumar a vê-lo tão próximo com outras garotas, porque era assim que seria de agora em diante..

Jessica havia passado para me dar um oi, além de me apresentar seu novo namorado, e eu quase gritei de felicidade por ela. Tinha passado anos com ela me contando sobre seus casinhos, mas nunca havia visto ela daquela maneira. Ela falava sobre ele na biblioteca de uma forma tão apaixonada que queria bater nela as vezes, contudo, estava tão feliz que os deixei entrar na sala livremente.

Meus olhos ficavam totalmente impaciente na multidão a espera de Alex que havia me prometido que daria um jeito de ir, mesmo que se por um acaso ele saísse com Gustavo, seu namorado, e ambos ficassem de ressaca a ponto de não conseguir se mover. Achei ótimo eles estarem saindo mais juntos, mas, mesmo assim, estava preocupada pois não havia nenhuma ligação dele em meu celular.

— Ele vai vir. — Wade se afastou de Erica, e encostou na parede de fora da sala, trocando um olhar comigo.

— O que?

— Alex, ele vai vir precisa ter calma, ele não sabe muito bem ser pon… — Wade iria dizendo, mas parou no meio da sentença. Ambos sabíamos que se havia algo que Alex era, essa coisa era pontual. — Bem, ele vai vir.

— Espero que sim. — Uma risada me escapou. — Você acha que eu seria paranoica se tentasse ligar para ele?

— Não. — Wade riu também.

— Tudo bem.

Peguei o celular no bolso, apenas para escutar a moça da caixa de mensagens praticamente rir da minha cara. Olhei para Wade um tanto apreensiva, mas ele colocou uma mão em meu ombro como um gesto que estava tudo bem, mas eu podia ver em seu olhar que ele estava falando aquilo somente para me acalmar. No fundo eu conseguia sentir que sua preocupação era tão grande como a minha.

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— Você acha que devíamos ir atrás dele? — Wade perguntou, depois de alguns minutos passado.

— Acho que posso ligar para outra pessoa que pode saber onde ele está.

— O que? — Wade olhou para mim como se não tivesse entendido, e eu não podia falar sobre nada.

A preocupação nos olhos dele era tão clara que quase traí Alex a ponto de contar para Wade sobre Gustavo, contudo, sabia que nunca seria perdoada se o fizesse. Nem por Alex, nem mesmo por Gustavo que tinha sido uma das pessoas mais amorosas comigo. Havíamos asido nós três uma noite para irmos ao cinema, fora uma das melhores noites da minha vida, eu mal sabia como parar de rir. Alex e ele tinham uma conexão tão linda que me doía o coração saber que o mundo podia ser tão intolerante a uma coisa tão maravilhosa como o amor dos dois.

Coloquei o celular no ouvido, ouvindo as chamas, mas Wade o tomou de minha mão, desligou a chamada e apontou para frente, onde uma pessoa que eu mal reconheci estava zanzando sem rumo. Ele estava sozinho e gritava aos sete ventos como tudo era uma droga, enquanto usava uma calça jeans um tanto rasgada e uma blusa laranja meio puída que não fazia nada do estilo dele. Os olhos estavam fundos, com marcas profundas de olheiras, como se ele não dormisse bem há dias, e o jeito totalmente desleixado fez com que não só minha ficha caísse no mesmo instante, mas também a de Wade que olhou para ele horrorizado.

Troquei uma palavra rápida com Erica que assentiu, e Wade e eu fomos de encontro a Alex que parecia mais embriagado do que tudo. Seguramos ele por seu braços, e deslizamos por entre todas as pessoas que não pareciam muito dispostas a ajudar, mas sim olhar e nos julgar, pelo caminho que percorríamos até avistarmos o carro de Wade que estava um pouco distante. Havia vindo com Jéssica, e agradecia por isso agora. Alex se jogou no banco traseiro como quem não tivesse mais nenhuma vontade de executar nada em sua vida toda, e prensou o rosto contra o vidro onde ficou e não se mexeu mais. Wade trocou um olhar rápido comigo tentando entender o que estava acontecendo ali, mas eu apenas neguei fracamente com a cabeça, afirmando que ali não era um bom lugar para aquilo, não sabia bem quando seria um bom lugar para contar, mas não podia. Não sem a permissão de Alex.

Wade brincou com o carro por entre as ruas, e manteve suas costas tensas durante todo o percurso com uma cara amarrada para mim por não ter lhe contado. Revirei os olhos quando vi que precisávamos arrastar ele até o seu apartamento, mas Wade fez o trabalho sozinho, o colocando diretamente no box do banheiro, onde a água fria o encontrou.

Fiquei na cozinha preparando café, enquanto esperava que Wade conversasse com ele a sós, sabia que aquele momento seria um momento importante para Alex, por isso preferi deixar que ambos ficassem conversando sozinhos, o que levou mais tempo do que eu imaginava. Conseguia escutar os murmúrios dos dois no chão do banheiro, mas não conseguia identificar exatamente o que estavam dizendo. A risada de Alex por fim foi a última coisa que consegui escutar, antes de tomar minha terceira xícara de café e ver Wade trocando passos até seu quarto onde ele pegou uma muda de roupa e a deixou o banheiro, saindo e fechando a porta.

Os olhos dele cruzaram os meus, e eu cruzei as pernas sentadas naquele banquinho, enquanto ele veio sentar-se na minha frente. Ficamos trocando olhares em silencio, e meus olhos rapidamente se moveram para qualquer coisa que não fosse ele. Não podia ficar daquela forma com ele, não mesmo, logo as borboletas que eu tinha tido muito custo para vomitar voltariam, e eu não saberia lidar com aquilo.

— Ele te contou? — Coloquei café em uma xícara para ele, e deixei os olhos dele ainda me beijarem.

— Sim, e eu me sinto um idiota. — Bateu a mão na sua testa, e eu sorri, lhe entregando o café. — Eu convivo há muito tempo com ele, e não sei como nunca percebi. Todo esse tempo ele vive nessa agonia de ter que ser uma pessoa que ele não é. Oh meu Deus, Charlie, eu…

— A culpa não é sua, nem dele, nem de ninguém. — Coloquei a mão em seu ombro da mesma forma que ele havia feito comigo.

— Está assim porque contou para seu pai, e como você já deve saber, ele não lidou muito bem, então Alex e Gustavo, é o nome dele, certo?

— Sim. — Queria conversar logo com Alex.

— Então, ele e Alex passaram a noite inteira de ontem brigando por conta de não se assumirem, e agora ele está daquela forma sem saber o que fazer. Tentei tranquilizá-lo sobre o assunto, mas o máximo que consegui foi fazer ele tomar um banho para vir conversar com a gente.

— Eu estou bem. — Alex saiu do banheiro com os cabelos loiros bagunçados, e com os olhos menos vermelhos.

— Certeza?

— Sim, e Gustavo está certo, eu tenho que parar de ser esse idiota.

— Não, Alex, eu acho que… — Ergui a mão, e Wade parou de falar trocando um olhar comigo.

— O que eu acho é que Alex você não é um idiota, mas tem que entender que esse é você, e tem que se aceitar, ao mesmo tempo que quando você não faz isso você acaba prendendo Gustavo em um paradigma, ele já se aceitou, ele sabe o que ele quer, mas quando você priva ele de sair, ou até mesmo conhecer seus amigos, e seus pais, é como se você tivesse fazendo ele voltar a ser aquele garoto que se escondia, entende? — Tentei falar com cuidado para não magoá-lo. — Eu acho que ele não quer voltar alguma vez a sentir vergonha de quem ele é, e não quero que você também tenha. A última coisa no mundo que você precisa é lidar com essa sociedade de merda. Seja você mesmo. Eu sei como é complicado para a gente ser quem a gente é, mas você ama aquele garoto, Alex, ama de verdade, não perca a chance de amá-lo só por medo.

Alex sorriu para mim, e eu vi pelo canto do olho a apreensão que Wade demonstrou, porém ela logo acabou já que Alex deslizou seu corpo até o meu, deixando-se cair em um abraço, e o puxou também que foi bem relutante no começo, mas após isso nos abraçou também. Ficamos nos abraçando como idiotas, e quando nos separamos vi que haviam lágrimas nos olhos dele. Parecia bem mais forte, mas, ao mesmo tempo, frágil, mas não de uma maneira que você quer guardar dentro de um pote para não se quebrar, mas sim, quando você quer que aquela fragilidade dele não deixe a força que ele tem dentro de si abrochar.

— Vou ligar para ele agora, e dizer que, mesmo que no começo eu vá me sentir, eu não sei, mesmo assim vou fazer de tudo não só por ele, mas também por mim. — Seus olhos pareciam em alegria. — Além disso, vai ser uma desculpa pra eu ir pra lá e deixar vocês a sós para resolverem o que quer que seja essa coisa louca entre vocês.

— Alex! — Gritei.

— O que foi? — Ele deu de ombros. — Você sabia que ela vai para a França?

E simples assim, foi como a morte de Alex aconteceu, bem, ao menos em meus pensamentos, eu o peguei pelo cabelo e o joguei no chão enquanto o batia mil vezes, contudo, ali no momento tudo que eu fiz fora gritar novamente com ele e vê-lo sair andando enquanto não queria olhar para os olhos de Wade. Não queria encontrar o que estaria se passando neles. Não mesmo. Porque eu ainda estava presa aquelas emoções. Meu coração ainda gritava por ele, e eu não poderia mudar minha opinião só por olhar para seus olhos, mas eu sabia que iria.

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— Vai para a França? — A voz dele soou quase tão dolorosa quanto o meu coração.

— Vou passar algum tempo com a Gabi. — Não conseguia encarar os seus olhos. — Ela está trabalhando num design e eu estava pensando, em sei lá, talvez escrever um livro, ou tirar férias daqui. — Tentei sorrir.

— Entendo. — A voz dele tentava se manter intacta. — Vai passar quanto tempo?

— Dois meses, se não conseguir transferir meus estudos para lá. — Disse, por fim, sentindo o coração dele bater.

— França, em? — Sua risada fora tão triste, que eu tive que acompanhá-lo.

Mantive meus olhos no pôster colado na parede, mas em momento algum ousei olhá-lo. Respirei profundamente, e fiquei brincando com minhas mãos sem em momento algum fazer qualquer coisa.

— Charlie… — Sua mão segurou meu braço, mas eu apenas desviei.

— Então, pombinhos.... — Alex voltou e nos fitou em uma atmosfera totalmente estranha. — Ai meu Deus, vocês dois são um saco, sabia? O pior casal do mundo, eu odeio vocês. Só façam um favor para si mesmos e parem de tentar não ser felizes, mas que droga. — Apontou um dedo para Wade. — Principalmente você.

— O que?

— Shhh. — Foi como um barulho para nos silenciar. — Estou cansado desses argumentos inválidos, e de qualquer coisa que vocês tenham a me falar, tudo bem? Vocês se amam, ficam me falando pra não ter medo de amar, quando são as duas pessoas que tem mais medo que tudo. Só parem de complicar o amor, e fiquem juntos. — Ele andou até a porta. — Depois te mando uma mensagem, Charlezinha, bejios.

— Tudo bem. — Eu estava intacta no mesmo lugar, da mesma forma que Wade. — Bem, acho que vou para meu apartamento.

— O.k. — Fora tudo que eu ganhei em resposta.

Sai, e não olhei para trás. Encostei minhas costas em sua porta, que se abriu quase no mesmo instante. Me virei rapidamente para encontrá-lo me fitando com as duas esferas castanhas que carregavam o mundo dentro delas. Senti o silencio virar um monstro entre nós e criei coragem para dizer as coisas que eu queria dizer há muito tempo para ele, que estavam entaladas em minha garganta há muito tempo.

— Sabe o que eu acho?

— O que você acha? — Ele cruzou os braços por cima do peito de uma maneira petulante e eu o quis empurrar.

— Que você tem medo de amar, e não eu, porque você fez as coisas, eu só... Ai, por que eu estou tentando me explicar para você?

Um sorriso lateral se formou em seu rosto, e meu coração derreteu bem ali, em sua frente. Depois de meses tentando conter tudo aquilo, para ser denunciada por um sorriso de canto de lábio sacana. Eu realmente queria gritar com ele.

— O que você quer de mim, Wade? — Minha voz se mantinha no mesmo tom.

— Eu quero você.

Meu coração parou de bater.

— Sério? Essas palavras clichês, vai usar essas palavras batidas comigo? — Dei um passo para trás, e ele deu um passo para frente, o sorriso dominando seu rosto.

Meu coração voltou a bater, e calafrios foram provocados em minha barriga.

— Sério, Wade, eu cansei, ok? Cansei, eu só quero que você me deixe em paz pra viver a minha vida.

— Sabe, eu sou muito fã de clichês

— Estou tentando ter uma conversa séria com você.

— E você acha que eu estou brincando? — Sua sobrancelha se ergueu.

— Por que você quer ficar fazendo isso comigo? Parece que gosta de me machucar.

O sorriso sumiu de seu rosto quando ele ouviu a realidade batendo em seu rosto.

— Eu não gosto de te machucar.

— Então me responde.

— Sim. — Gritou naquele pequeno espaço de corredor.

— Sim o que? — Gritei de volta.

— Eu penso, o tempo todo, a cada segundo do meu dia, eu penso em você, e eu penso no futuro que podíamos ter tido, e penso em nós. Fico imaginando como teria sido se eu não tivesse sido estúpido o suficiente para fazer aquelas coisas com você. Em talvez como seria maravilhoso ter seu corpo ocupando o lado da minha cama. Sinto seu cheiro toda hora, Charlie, a cada momento do meu dia. As vezes quando estou no supermercado comprando alguma coisa, eu olho para prateleira, vejo seu cereal favorito e penso em comprar, mas aí eu lembro que você nem olha mais para mim, e passo reto.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Ele estava se referindo a pergunta que eu tinha colocado na parede da nossa sala. Não pensei que ele chegaria a ver já que tinha sido bem pequeno e eu tinha assinado com S.L, que no caso era sorvete de limão, mas ele havia entendido, e a cada palavra que ele despejou sobre mim, eu sentia que queria desabar naquele chão, chorar e mandá-lo embora, mas eu não conseguia. Simplesmente fiquei parada com o maxilar travado, o observando falar todas aquelas coisas para mim.

— Acordo no meio da noite com você me chamando, e quando percebo que não é você, e tudo passou de um sonho, eu me sinto tão perdido, que nem sei o que fazer. Odeio como você conseguiu fazer você grudar em todas as partes do meu apartamento, Charlie, mas não odeio porque não gosto de você. Odeio porque eu não consigo conter esses sentimentos, não consigo parar de pensar em você nenhum segundo do meu dia, é como se você ficasse lá o tempo todo. Então, por favor, não haja como se só você estivesse sofrendo, porque não é só você. Estou sofrendo quase tanto você. Só quero que você entenda que agora eu estou com uma carga gigante em cima de mim. Isso não faz com que eu te ame menos, isso não faz que eu pare de te amar. Porque caralho, eu te amo, eu te amo pra valer.

Mal conseguia respirar naquele instante e estava me sentindo tão pequena quanto eu realmente era próxima a ele. Minha mãos caíram ao lado do meu corpo, e eu observei atenta ele se virar e fechar a porta calmamente atrás dele. Coloquei minhas mãos em meus lábios e deslizei até o chão daquele corredor, com as costas presas em minha porta, e fiquei fitando o nada tentando entender o que tinha acabado de acontecer ali, contudo, por mais que eu tentasse refletir o assunto, menos eu parecia entender. Precisa ir para França logo. Precisava mais do que tudo tirar férias de Wade.