Retribution
One-shot
Acabou. Ragyo estava morta e finalmente o mundo estava em paz, era hora de voltar. Mas havia algo estranho com Senketsu, vários fios flutuavam soltos ao seu redor.
— Vamos embora, Ryuko
— O que aconteceu, Senketsu?
— Parece que o poder da Ragyo era maior que eu esperava. Rápido, não tenho muito tempo!
Senti ele deixar meu corpo, e entendi o que ele pretendia fazer, mas agora era minha vez de protege-lo. Eu já tinha feito Senketsu sofrer demais. Puxei ele pela manga e o envolvi em meus braços, protegendo-o das chamas que lambiam meu corpo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Ryuko! – Ele exclamou, a voz em pânico.
— Nem fodendo que eu vou te deixar ir agora, depois de tudo! – Eu disse entredentes. A dor era excruciante, as fibras de vida recompunham minha pele cada vez que as chamas consumiam-na, tirar o Junketsu foi brincadeira perto daquela dor. – Não faça nenhuma loucura.
— Loucura??? Você me dizendo isso! Ryuko! – Ele tentava desesperadamente se soltar de mim
— Ah, cale a boca, já passei por coisas piores – Grunhi. Era mentira, mas perde-lo seria mil vezes pior que qualquer dor.
Passamos a reentrada e a pressão da atmosfera foi como um soco. Era quase impossível respirar, e eu senti o que me restava de energia se exaurir.
—Sen... ketsu... – Murmurei antes de apagar.
************
Um mês se passou desde então. Eu acordei alguns dias depois no hospital, houve um momento de desespero quando acordei, e então eu vi que Senketsu estava lá, cochilando tranquilamente no colo da Mako. A mesma fez um escândalo quando me viu acordar, houveram lágrimas, abraços, visitas inesperadas e então voltamos para a tranquila residência dos Mankanshoku. Senketsu e eu jamais havíamos voltado a falar daquele dia, mas isso estava prestes à mudar.
Era uma daquelas raras noites de paz em que Mako e a família haviam saído para atender algum paciente (ou vítima, como preferir) clandestinamente. Liguei o ferro e comecei a passar Senketsu, para alegria do mesmo. Foi ele que quebrou o silêncio
— Ryuko, tem algo que eu preciso perguntar.
— O que é? – Eu já estava esperando essa pergunta surgir à qualquer momento, mas senti meu estômago embrulhar mesmo assim.
— Naquele dia, porque você se arriscou tanto para me proteger?
Silêncio. Eu levei alguns minutos até conseguir formular uma resposta adequada.
— Eu precisava retribuir de alguma forma. – Eu murmurei. Mais um minuto de silêncio, enquanto eu passava a lapela com cuidado. – Eu fiz coisas horríveis pra você, perdi o controle das minhas emoções e te fiz chorar, te chamei de montro, fui teimosa e em minha teimosia quase matei você e todos os nossos amigos. E ainda assim, você sempre esteve lá, me protegendo e cuidando de mim, mesmo quando eu deixei Nui te fazer em pedaços porque fui fraca demais, mesmo quando eu te dispensei e fui sozinha atrás da Ragyo, você me seguiu, você foi ao ponto de entrar em mim e me enfrentar para me trazer de volta à realidade. Dessa vez, eu quis te proteger. Mesmo que isso custasse cada fibra do meu corpo.
Deixei o ferro de lado, pegando-o e o abracei, enterrando meu rosto no seu colarinho. Ele estava quentinho do ferro e aquela sensação me fez sentir como se eu estivesse em casa. Mais ainda quando ele retribuiu meu abraço, envolvendo carinhosamente meus ombros.
— Ryuko...
— Você não é só minha melhor roupa, nem um traje de batalha qualquer. Você é uma parte insubstituível de mim Senketsu, e eu nunca vou deixar nada de ruim te acontecer. Exceto talvez ser lavado pela sra. Mankanshoku. – Eu disse rindo. – E como eu poderia te deixar sozinho flutuando no espaço se você mesmo me disse que não estava acostumado a ficar sozinho?
— Você poderia ter morrido... - Ele murmurou, sua voz soava preocupada.- Ryuko, me prometa que não vai se arriscar assim outra vez. Eu não saberia o que fazer se algo tivesse te acontecido.
—Eu prometo, Senketsu. – Eu disse baixinho, com um sorriso no rosto.
Ficamos assim por algum tempo, apenas aproveitando o momento. Então eu o coloquei de volta na mesa e continuei passando-o. Não sei como uma roupa poderia corar, mas ele parecia levemente ruborizado, não duvidei que eu também o estivesse. Estávamos ambos felizes demais para nos preocuparmos com esses detalhes. Não tardou à família de Mako estar de volta, mas mesmo com toda a agitação, a noite me pareceu mais tranquila que o normal. Ou talvez fosse apenas porque ele estava ali, e isso bastava.
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