Stronger feeling

Capítulo 26


POV Daryl

Encontramos a prisão com uma cerca caída, e de inicio sinto medo de que as coisas tenham dado terrivelmente errado, mas ao atravessar o portão somos recebidos por Rick e Carl que nos contam que controlaram o problema. Os walkers se aglomeraram em uma cerca e a colocaram abaixo, e Rick finalmente voltou a usar as armas. Bom.

Natasha pula do carro e corre em direção aos dois, atacando-os com abraços para depois se espreguiçar como uma gata e me lançar um sorrisinho. Ela me parece estar melhor, apesar de ainda estar pálida, mas os movimentos não estão contidos ou lentos.

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—Você parece péssima- diz Carl e sorrio para o garoto e sua sinceridade.

—Mais sincero impossível, em?!- ela ri divertida e bate a mão no chapéu dele- Você também não está dos melhores.

—Aconteceram algumas coisas por aqui- diz Rick, passando a mão pelo rosto, aparentando tanto cansaço quanto nós.

—Perdemos alguém ?- pergunto preocupado

—Alguns dos doentes- diz e concordo com a cabeça

—Vou ajudar o Hershel com os doentes. Sem chance eu mexer com mais algum desses fedidos.- avisa Natasha ficando na ponta dos pés e me dando um selinho.

Não me importa quanto tempo tenha passado, eu ainda fico desconfortável com esse contato em publico.

—Não acho que seja uma boa ideia, loira- digo segurando-a pela cintura. Ela rola os olhos para mim.

—Já fiquei meio doente, então já tenho anticorpos. Relaxa caçador.

—Você ficou doente?- pergunta Rick olhando para ela preocupado.

—Um pouquinho- responde dando de ombros.- Já estou bem, não se preocupe. Ei, o Glennie está bem?

—Soube de uma crise. Maggie entrou para ajudar- conta Rick com uma expressão preocupada e ela me olha como se dissesse “ Vê, tenho que ir cuidar do meu amigo” e então parte apressadamente em direção ao bloco.

Penso em ir também, levando em consideração a quantidade de gente doente acho que uma mãozinha seria uma boa, mas os corpos espalhados pelo chão não vão sumir sozinhos.

Eu e Michonne começamos o trabalho, Rick nos ajudando. Estamos quase acabando quando sinto falta de Carol. Mesmo com o movimento constante de pessoas entrando e saindo da área dos doentes, desde Maggie até Natasha, em nenhum momento eu a vi.

—Carol está ajudando com os doentes?- pergunto enquanto jogo um corpo na traseira de uma das camionetes.

—Não exatamente- diz Rick e estranho seu tom de voz. Ele para o que está fazendo e se vira para mim- Precisamos conversar, vem comigo.

Alguma merda aconteceu, com certeza. Sigo-o para um corredor qualquer, e Michonne fica para terminar o trabalho.

—O que aconteceu?- pergunto agoniado.

—Bem, é sobre Carol. Depois que vocês saíram peguei a investigação do assassinato mais a sério e descobri que foi ela.

—Ela admitiu? – pergunto atordoado

—Disse com todas as letras, dizendo que só queria que a doença não se espalhasse como justificativa. Mandei ela embora.

—Você o que?

—Mandei ela embora. Se ela voltasse Tyresee poderia machuca-la, e não poderíamos justificar um assassinato diante de todos eles. Assim ela tem uma chance, é uma sobrevivente.

Xingo alto e chuto um caixote qualquer.

Porra. Isso sim era um baita problema. Carol é minha amiga e pensar nela lá fora sozinha me incomoda. Entendo o que Rick fez, mas ainda assim... Sei que ela pode se cuidar, sei que pode ter sido o melhor, mas não aceito. Estou pronto para exigir mais detalhes quando Tyresee aparece, dizendo que tem algo para nos mostrar.

Seguimos ele prisão adentro até uma sala escura e bagunçada, onde encontramos ratos estripados. É uma coisa bisarra de ver e só penso naqueles esquisitos de filmes retardados.

—Você tem que levar essa investigação mais a sério- diz cheio de raiva para Rick- a pessoa que cometeu o assassinato deve estar fazendo essa coisa doente.

—Tenho certeza de que quem está fazendo isso é outra pessoa- esclarece Rick

—É mesmo, e como você pode ter tanta certeza?- rosna chuta o chão.

—Calma ai cara- aviso, mas este me ignora totalmente.

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—Porque eu sei quem foi que cometeu o assassinato.

—Quem foi? Por que ainda não foi punido?- o tom varia entre raivoso e indignado. Entendo a reação do cara, eu faria pior. Muito pior.

Rick me olha em um pedido silencioso por apoio e concordo com a cabeça minimamente, mas quando este abre a boca para responder alguma coisa acontece. Um baque estrondoso chama nossa atenção e corremos para fora.

Muitas outras pessoas fazem isso, e procuro Natasha com o olhar. Encontro-a correndo em minha direção, Maggie ao seu lado. Juntos chegamos ao pátio e compartilhamos do mesmo choque ao encontrar o Governador do lado de fora, com vários homens,, um tanque, e Hershel e Michonne como reféns. Filho da puta.

—Filho da puta- pragueja Natasha ao meu lado, como um eco de meus pensamentos e então já estamos nos movendo para nos armamos.

Ele exige conversar com Rick, e este vai mesmo com os riscos. Natasha xinga em alto em bom som ao meu lado, e segura Carl pelo colarinho garantindo que ele não vá atrás do pai.O desgraçado continua tão psicopata quanto antes, gritando aos quatro ventos um monte de merda, xingo baixo também , muito irritado por não conseguir entender o que Rick responde e ajusto a mira da arma de modo que possa dar alguma cobertura quando a merda acontecer, pois acredite, vai acontecer.

—Rick está tentando negociar- avisa Natasha ao meu lado e desvio o olhar para ela confuso. Ela da de ombros e volta a olhar pela mira da arma- Estou tentando ler lábios, mas com ele de lado para mim é difícil.

—Ele disse algo sobre meu pai?- pergunta Maggie desesperada.

—Pediu que o soltasse- responde voltando o olhar para nós dois- Que eles podem encontrar um meio termo.

Ouvimos algumas partes da resposta do Governador em alto e bom som então olho preocupado para as duas. Vejo Beth pelo canto de olho.

—Maggie acho melhor você ir até sua irmã- digo e ela concorda com a cabeça, atravessando correndo.

Vejo Sasha e faço sinal para que se aproxime. Discutimos em voz baixa e rapidamente sobre o resto dos moradores e ela fica responsável por coloca-los no ônibus.

—Não vai caber todo mundo Daryl- sussurra Natasha, com a voz culpada.

—É melhor do que não tirar ninguém. Vai dar certo.- respondo encarando-a nos olhos.- Amo você.

—Amo você também- diz e aperta minha mão.

Voltamos a atenção para a merda que está acontecendo e sinto minha respiração falhar quando a espada de Michonne vai para o pescoço de Hershel. Penso por um instante em várias maneiras de nos livrar disso, e não preciso ser um gênio para saber que nenhuma delas vai funcionar.

E então, em câmera lenta, sem que eu possa fazer nada para mudar isso, vejo a katana se enfiam no pescoço do velho. Ainda assim, mesmo morrendo, sua expressão só transmite paz e serenidade, nem um pingo de desespero e isso só faz com que doa mais em todos nós.

Natasha solta um grito estrangulado ao meu lado, assim como as irmãs Greene e como um estopim geral, os tiros começam.

Podem nos ameaçar, podem nos oprimir, mas ali, matando um de nós, eles só pediram por guerra.

Ao contrario da morte, a guerra que se forma se desenrola rapidamente. O tanque avança , quebrado nossas cercas e nossas defesas.

Começo a avançar, as coisas ficam um caos e acabo perdendo Natasha de vista, o que me desespera por dentro. Tenho um relance dos cabelos loiros e dos tiros certeiros antes que ela suma realmente. Penso em ir atrás, mas o caminho se fecha e só tenho que reagir.

Do jeito que as coisas estão o principal é incapacitar o tanque, então quando tenho a chance é o que faço. Com um pulo jogo uma granada pelo cano, e consigo nos livrar dessa merda.

Olho ao redor e me dou conta de que o ônibus está partindo, não sei dizer quem está nele, se estão todos nele. Olho ao redor, procurando por alguém, os zumbis entrando para a batalha, as coisas ficando ainda piores. Estou sozinho.

Uma horda deles zumbis se aproxima, e me dou conta de que é o fim. Que nosso lar não é mais nosso, que acabou.

Sinto um aperto na garganta, o desespero me atingindo aos poucos conforme acabo com os zumbis ao redor. Penso na possibilidade de Natasha ter morrido e isso faz meu coração pesar. Alguns pontos tem fumaça, está tudo destruído, mas me recuso a sair sem saber dela. Continuo procurando, acabando com walkers e escapando do fim por pouco varias vezes .

Indo contra tudo o que quero, sei que tenho que partir. Escolho acreditar que ela está bem, que é esperta o suficiente para já ter ido embora. Inferno sangrento é Natasha Wayland, ela é forte o suficiente para fazer qualquer coisa. Força da natureza. Se ela tem disposição o sufiente para amar alguém quebrado como Daryl Dixon, ela tem o mesmo para fugir e se abrigar. É esperta e é caçadora então a floresta é a melhor opção, então é nessa direção que vou.

Começo a correr, tendo em mente que a encontrei uma vez então vou encontrar de novo. Nem que para isso eu tenha que caça-la.

POV Natasha

A morte de Hershel acontece em câmera em lenta para mim. Sinto meu coração se apertar de forma sufocante, e me corpo reage sozinho começando a atirar, minha mente fazendo duas coisas ao mesmo tempo, dividida entre lembrar dos olhos serenos e sorriso terno do nosso velhinho preferido a mirar na cabeça dos desgraçados.

O governador sai da minha linha de tiro e só posso xingar mentalmente e me ocupar com os que estão ao meu alcance. As coisas acontecem rapidamente e de repente é tudo um caos. Perco Daryl e isso me incomoda que é uma absurdo. Dou cobertura para Maggie e Beth e ouço a mais nova gritar algo sobre as crianças. Grito para que vá, garantindo cobertura novamente, e acabo com qualquer um que ameace ficar no caminho dela.

O barulho incessante de tiros atrai uma horda e tenho que dividir minha atenção entre vivos e mortos. Perco Maggie também.

Começo a me desesperar conforme as coisas ficam ainda mais bagunçadas. Maggie e Daryl sumiram, não encontro Rick e Carl em lugar nenhum, e Beth ainda não voltou lá de dentro.

Reparo que os vivos acabaram e que agora só me atormentam os mortos, então jogo a Ak nas costas e saco as saís. Abro caminho até a entrada do bloco de bloqueio e dou de cara com Beth no processo.

—Não as encontrei- diz com a voz embargada, falando das crianças. Meu coração se aperta um pouco mais ao pensar em Judy.

—Carl ou Rick devem ter pego-a- digo sem muita convicção.- Vamos até o bloco de bloqueio procurar o Glenn. Mantenha a arma e não tenha medo de atirar.

Ela concorda com um movimento de cabeça e um olhar determinado aparece em seu rosto. Gosto disso, a menininha esperançosa e fresca não vai ajudar em nada. Nem a babá.

Como o esperado o coreano já saiu de lá, e aposto os doces que eu não tenho a tempos que ele foi para a confusão.

Fico parada por um momento pensando no caminho mais fácil para o dopado ter pego, e acho melhor passar pelo bloco C, pois acho que ele está no pátio mais próximos e o nosso bloco tem acesso a esse.

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Walkers começam a entrar por todos os lados, os doentes que não resistiram e já se transformaram começam a aparecer pelos cantos. Sem tempo para pensar ou elaborar corro para minha cela, Beth em meus calcanhares e pego minha mochila de caça que está sempre pronta. Por puro reflexo puxo alguma coisa do Daryl da pilha bagunçada que ele sempre deixou perto e enfio em algum bolso.

Beth pega alguma bolsa também, mas não temos tempo para elaborar Pego uma outra Ak que estava em um lugar estratégico e jogo nas costas. Corremos para fora e minhas saís começam a trabalhar mais constantemente. Ela atinge um e outro e é um bom começo, mas mantenho-a atrás de mim.

No meio do pátio dou um giro completo analisando o local e encontro uma massa preta caída no chão da parte alta da escada de saída do bloco D e sei que é alguém com aquelas armaduras de policiais. Glenn adora essas porcarias.

Pulo alguns escombros e me livro dos zumbis que tentam alcançar a pessoa, e depois empurro a grade e subo para encontrar o coreano mais azarado do apocalipse meio apagado. Beth passa por mim e começa a ver os sinais dele.

—Está vivo, mas não quer acordar- me diz preocupada.

—Acho que está meio dopado, a Maggs deu uma dose de remédio para ele pouco antes dessa merda toda. Dá um tapa na cara dele- digo começando a me focar na grade, colocando ela no lugar e travando.

Ouço mais que vejo o tapa e ele abre os olhos surpreso.

—Tasha, Beth! – exclama aliviado e sorrio empurrando-o de leve para fora do caminho e fechando a porta de entrada para o B e travando.- Estão bem, graças a Deus.

—Bom te ver também coreano.- digo me sentando ao seu lado. Ele me abraça e retribuo aliviada.

Olho para o céu e reparo que começa a anoitecer, como eu esperava.

—Onde vamos passar a noite?- me pergunta Beth, a voz abalada, mas o olhar no céu.

—Não temos nenhum lugar melhor para ir- digo observando as grades.- temos poucos zumbis desse lado, então apesar do espaço ser de uma escadaria de 10 degraus e um quadrado que só nos cabe sentados é o melhor que vamos conseguir.

—E a Maggie?-pergunta Glenn.

—A perdemos no meio da confusão- conto passando a mão pelo rosto- perdi Daryl também. Vamos procurar amanhã, com as primeiras luzes.

—Podemos acabar com os walkers através da grade como nas cercas- diz Beth e concordo com a cabeça.

—Turnos?- pergunta Glenn se encostando na porta travada.

—Sim. Eu pego o primeiro.

Glenn se espreme no quadradinho em frente a porta, Beth razoavelmente perto, as pernas nos degraus e eu me sento no ultimo, próxima a grade que dá para o pátio, uma saí desembainhada para qualquer um que chegue muito perto da nossa proteção ridícula.

Nosso lar acabou, não tem volta, não tem solução, e essa é a pior parte. Estamos no nada novamente. Tenho que achar Daryl, que eu sei que está vivo, e depois procurar por sobreviventes. Pelo menos Glenn está comigo. E Beth.

Conforme escurece, só consigo pensar que vamos nos reencontrar. Somos sobreviventes. Somos família.

E eu não aceitei Daryl Dixon como meu marido para perde-lo. Não me apaixonei para que ele sumisse ou morresse. Isso definitivamente não estava no contrato que ele assinou quando me sequestrou, nem quando me deu o anel.

Amar é uma coisa engraçada, faz com que os pensamentos fiquem sempre em uma pessoa, faz com que você se preocupe e com que o sofrimento do outro seja o seu. Essa paixão ainda me atordoa, ainda me surpreende, e adoro isso.

Vou caçar meu caçador. Ou quem sabe ele me cace. No final das contas não sei quem é caça e quem é caçador na nossa historia, mas sei que vou encontra-lo.