De volta!

Capitulo 53


Pov Bonnie

Acordei em um lindo jardim. Olhei em volta e várias flores estavam desabrochadas. Espera! Eu conhecia esse jardim. Olhei para a casa a minha frente e era a mesma casa no lago que meus pais tinham. Eu estava confusa, o que eu estava fazendo aqui?

Eu ainda estava parada quando meu pai saiu pela porta da frente e começou a sorrir pra mim. Ah meu Deus! Eu estava tão contente em vê-lo. Fazia tanto tempo que nem lembrava de seu rosto, seu sorriso e até mesmo de sua voz.

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Rudy: Bonnie!- veio até mim a passos largos e me abraçou, eu não hesitei em retribuir seu abraço.

Bonnie: pai!- lágrimas rolaram pelo meu rosto- mas... o que... como...

Rudy: eu senti sua falta- falou me interrompendo e me abraçando ainda mais forte.

Bonnie: mas... o que está acontecendo?- ele me soltou e olhou em meus olhos.

Rudy: vamos entrar e explicaremos tudo.

Bonnie: mas... eu...

Rudy: venha- segurou minha mão e me levou para dentro.

Eu entrei e logo pude ver a decoração, que não havia mudado nada. Ainda havia fotos minhas nas paredes, brincando de boneca, fazendo chocolate com minha avó, brincando com Elena e Caroline, meus pais me abraçando... mais lágrimas começaram a rolar. Chegamos a cozinha e um cheiro gostoso invadiu minhas narinas, logo pude ver minha mão no fogão preparando algo.

Abby: Bonnie?- falou sorrindo com os olhos marejados.

Bonnie: mãe?- meu pai me soltou e eu corri até ela.

Nos abraçamos e começamos a chorar juntas. O que estava acontecendo afinal? Minha mãe me soltou após um longo tempo e nossos olhos estavam igualmente vermelhos, por causa do choro.

Abby: ah meu amor, está tão linda- alisou meu rosto.

Bonnie: eu... eu senti tanto sua falta minha mãe.

Abby: eu também meu amor- beliscou minha bochecha um pouco e eu sorri.

Bonnie: mas... o que estou fazendo aqui mãe?

Abby: sente-se- sentei e logo notei que meu pai já não estava na cozinha.

Bonnie: cadê o papai?

Abby: ele já volta- ela desligou o fogo e pôs o conteúdo, que pude ver que era chocolate, em um prato- você, Elena e Caroline adoravam isso- pôs em cima da mesa e rimos.

Bonnie: mãe, me explique o que está acontecendo, por favor.

Abby: não lembra de nada?

Bonnie: apenas de...- foi então que lembrei de estar saindo da casa em que Enzo me manteve presa e logo depois ouvir um tiro e tudo se apagou- oh não! Eu... eu...- mais lágrimas começaram a rolar.

Xxxxx: Bonnie?- uma voz familiar chamou e agora as lágrimas de saudade começaram a tomar conta de meu rosto.

Bonnie: vovó!- me levantei da cadeira e me encaminhei até ela abraçando-a com força.

Sheila: meu amor!- ela chorava também- oh meu Deus, como está linda!

Bonnie: ah vovó, eu senti tanto sua falta- falei desabando.

Sheila: shhh. Calma meu amor.

Nos separamos depois de um tempo e eu tentei me acalmar, quando já estava calma sentei novamente na cadeira, agora acompanhada por meus pais e minha avó, e começamos a conversa em questão.

Bonnie: eu estou...

Abby: provavelmente.

Bonnie: como assim?

Rudy: não morreu, mas está em coma querida.

Bonnie: como posso vê-los? Isso é um sonho?

Sheila: é como se fosse um, querida, mas na verdade é real.

Bonnie: como posso saber se é ou não?

Abby: pôde nos abraçar e pode sentir as lágrimas que escorrem de seus olhos, não?- assenti.

Olhei para o prato de brigadeiro e pus o dedo, logo sentindo-o queimar. Pus o dedo na boca e senti o gosto do chocolate.

Bonnie: é real- eles sorriram.

Rudy: é tão real, quanto quando você abraça Peter e beija Malachai.

Bonnie: podem vê-los?

Sheila: sim, e que confusão você se meteu minha filha- abaixei a cabeça e assenti fraco.

Abby: acredite, isso é culpa nossa.

Bonnie: não.

Rudy: sua mãe tem razão, se nó tivéssemos vivido mais...

Bonnie: o que estão falando? Ninguém escolhe quando vai morrer.

Abby: deveríamos ter prestado atenção no transito, a chuva...

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Bonnie: eu me nego a ouvir vocês se lamentarem por isso. Não foi culpa de vocês ok? Não tiveram nada a ver.

Sheila: Bonnie tem razão, não escolhemos quando iremos partir ou não- sorri um pouco para minha avó.

Bonnie: eu que devo pedir desculpa, talvez se eu não tivesse sido tão ingênua de ter engravidado cedo...

Sheila: ah não. A culpa não foi sua, você só... só não se preveniu.

Bonnie: mas eu devia.

Sheila: não se culpe. Nunca expliquei nada disso a você, não tinha como saber.

Rudy: e eu me recuso a ouvir desculpas por isso- rimos um pouco.

Abby: Peter é um lindo garoto.

Sheila: realmente é.

Bonnie: foi difícil cria-lo praticamente sozinha, mas eu consegui- eles sorriram.

Rudy: eu gostaria de ter conhecido meu neto.

Bonnie: mas... o conheceu.

Rudy: de pega-lo no colo, de brincar com ele... bom, ele gostaria de ter um avô, certo?

Bonnie: não se culpe meu pai- ele assentiu.

Abby: e o Kai, ele é um anjo.

Sheila: nem tanto.

Abby: mãe!

Sheila: ora Abigail, ele a abandonou.

Rudy: mas pediu desculpas.

Sheila: acredite querida, quando ele apareceu de novo eu queria que um carro passasse por cima dele, ou que você nunca o perdoasse- ri um pouco- mas ele se mostrou bom depois de um tempo.

Abby: sem falar que ele fez de tudo para salvar Bonnie das garras de Enzo.

Bonnie: ele fez?

Rudy: oh querida, nós vimos tudo.

Sheila: Kai ficou desolado. Não comia, não bebia e nem dormia direito. Peter estava bem aparentemente, mas por dentro estava uma bagunça.

Abby: ele não parava de chorar a noite e pedir para que você estivesse bem- uma lágrima escorreu por meus olhos só de imaginar essa cena.

Bonnie: eu nunca devia ter conhecido Enzo.

Rudy: verdade. Enzo era bom no começo, mas se mostrou um problema quando não conseguiu o que queria.

Sheila: mas ele tem uma história bem ruim, não?

Bonnie: tem? Eu e ele não conversávamos sobre isso.

Abby: os pais de Enzo se separaram por um tempo e ele presenciava várias brigas, vivia de casa em casa, pois sua mãe não queria ele com seu pai e do mesmo modo seu pai. Então Enzo pôs na cabeça que teria uma família com a mulher que ama e seriam felizes.

Bonnie: então...

Rudy: sim- falou me interrompendo- o amor dele por você era real.

Sheila: mas com um tempo o amor virou obsessão. Ele queria a todo custo tê-la ao lado dele e quando fugiu da cadeia, cumpriu o que seu coração queria.

Bonnie: ele é doente- falei balançando minha cabeça.

Rudy: era- olhei para meu pai confusa- ele morreu.

Bonnie: o quê?

Abby: quando ele atirou em você, a xerife Forbes atirou nele e ele morreu.

Sheila: bom, acho melhor comermos, não?- rimos.

Minha mãe pôs algumas xicaras na mesa com alguns biscoitos e torradas, então pude pensar que era hora do lanche. Meu pai pegou uma jarra de suco e pôs na mesa juntamente com alguns copos.

Comemos, conversamos e rimos bastante. Eu não podia acreditar que estava aqui com minha família, meu Deus! Após o lanche minha mãe foi lavar a louça e minha avó me pediu para segui-la. Acabamos parando em um jardim que tínhamos atrás da casa, onde minha avó plantava suas ervas e variadas flores também.

Sheila: lembra que você adorava os jasmins?- ri.

Bonnie: sim.

Sheila: a Valentina é linda- olhei para ela confusa e depois sorri.

Bonnie: a senhora viu ela?

Sheila: quer vê-la?- achei estranho.

Bonnie: sim... acho que sim- ela riu.

Sheila: pense nela.

Fechei os olhos, respirei fundo e comecei a pensar em minha filha. Logo eu estava em uma sala cheia de incubadoras. Olhei ao redor e em todas elas haviam bebês. Vi Josette parada em frente a uma delas e ela sorria.

Bonnie: Jo!- ela nem me olhou.

Sheila: ela não pode ouvi-la- olhei para minha avó e assenti devagar- vai lá.

Fui devagar até a incubadora de minha filha. Cheguei bem perto e a vi. Ela tinha uma pele pálida, seus olhos eram verdes igual os meus e por um momento pude vê-la sorrir.

Bonnie: Valentina!- uma lágrima escorreu por meu olho.

Sheila: linda, não?- assenti sorrindo.

Bonnie: eu... eu posso toca-la?- ela negou com a cabeça.

Sheila: o que acha de ver você?

Bonnie: posso?- ela assentiu.

Olhei para Val de novo e mandei um beijo invisível no ar. Saí de lá e segui pelo corredor. Vi Josette entrar em um quarto e a segui. Logo pude ver meu corpo ali. Eu estava com uma expressão serena, respirando devagar, meus batimentos estavam normais.

Josette: vai ficar tudo bem, minha amiga- segurou minha mão.

Sheila: todos eles precisam de você- logo a porta se abriu e por ela entrou Caroline e Elena.

Caroline: tudo bem?

Josette: está- sorriu- tudo está normal.

Elena: eu sinto tanta falta dela- uma lágrima escorreu de seu olho e ela enxugou rápido.

Caroline: logo ela estará aqui- sorriu.

Josette: bom, vou deixa-las. E o Kai?- meu coração acelerou.

Elena: ainda está desacordado- desacordado?

Caroline: a enfermeira disse que ele logo vai acordar- Jo assentiu.

Ela saiu da sala e minha avó tocou meu ombro.

Bonnie: o que houve com Kai?

Sheila: ele sofreu um tiro na perna, para fazer a cirurgia usaram anestesia, mas ele ficará bem- assenti- vamos, temos que voltar.

Olhei uma ultima vez para meu corpo e saí.

**

Já havia se passado dias que eu estava aqui com meus pais e minha avó. Meses, eram meses. Eu marcava os dias todos os dias em uma folha de papel.

Eu estava no jardim e estava brincando com algumas flores. Resolvi ir me ver novamente, tinha que estar tudo bem. Me concentrei e logo estava na minha sala de novo, mas o que acontecia era que vários médicos estavam correndo e dando choques em meu peito.

Bonnie: o que está havendo?- comecei a me desesperar- O QUE ESTÁ...- lágrimas invadiram meu rosto.

Josette: EU NÃO VOU PERDÊ-LA, FAÇA O QUE FOR PRECISO!- ela parecia ainda mais agitada.

Abby: filha- olhei para ela.

Bonnie: eu não posso mãe, Kai precisa de mim, Peter precisa de mim, Val precisa de mim.

Abby: filha, você não vai- ela me abraçou forte e mais lágrimas invadiram meu rosto.

Logo estávamos de novo no jardim de minha casa. Depois daquele dia eu me visitei vários dias e pude ver Kai chorando segurando minha mãe, ele estava tão abatido. Pude ver Peter também, que chorava algumas vezes.

Bonnie: preciso despedir-me de Kai minha mãe.

Abby: você não vai morrer Bonnie- segurou meu rosto- não vai.

Estava começando a escurecer, então fomos para dentro. Jantamos e logo fomos para nossos quartos. Eu não consegui dormir só pensando em como ficaria se eu... não! Não vou morrer!

**

Mais dias haviam se passado e graças a Deus eu não tinha partido. Eu estava mais uma vez no jardim, olhando para as nuvens no céu e imaginando todo esse tempo que passei em dois lugares. Aqui com minha família e vendo minha outra família naquela luta constante. Eu tinha que voltar para eles.

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Rudy: filha?- se sentou a meu lado.

Bonnie: oi pai!

Rudy: eu sei o que está pensando.

Bonnie: sabe?

Rudy: e sim, precisa voltar para eles.

Bonnie: e vocês?

Rudy: precisa nos deixar Bonnie. Agora você tem um marido que precisa de você, um filho que sente sua falta, uma filha que precisa da mãe- ele segurou meu rosto- viva Bonnie!

Bonnie: eu não quero deixar vocês- lágrimas começaram a correr.

Rudy: mas precisa minha princesa- enxugou minhas lágrimas- precisa ir.

Bonnie: mas...

Rudy: Bonnie, já nos vimos novamente, conversamos e compensamos um pouco o tempo que passamos longe- ele também chorava- mas você precisa voltar- assenti derrotada- venha- falou se levantando e estendendo a mão.

Peguei sua mão e nós entramos. Minha mãe e minha avó já estavam com lágrimas transbordando. Abracei as duas de uma vez e começamos a chorar ainda mais.

Abby: estaremos sempre com você- beijou minha bochecha.

Sheila: volte com Deus, minha pequena- sorriu um pouco.

Rudy: eu te amo minha princesa- sorri e o abracei.

Nos despedimos depois de tudo e agora estava na hora de ir. Estava na hora de encontrar Kai novamente, abraçar Peter e segurar Val em meus braços. Eu fechei os olhos e tudo desapareceu.

De repente eu respirei fundo e pude ouvir bipes e alguém chamando meu nome. Abri os olhos lentamente e uma luz ofuscante tomou conta de minha visão. A minha visão voltou ao normal e pude ver uma sala azul, luzes e escutei uma voz...

Peter: mãe? Mamãe?- ele estava eufórico- PAI! A MAMÃE ACORDOU- e sua voz sumiu.

Olhei ao meu redor e era meu quarto. Eu havia voltado? Ah meu Deus!