Do outro lado da linha

Atendimento #113: Reparo em garantia


Atendimento #113: Reparo em garantia

Ser profissional ou não ser, eis questão. Quando estamos na escola estudando decidimos dia a pós dia se seremos bons ou ruins e determinadas coisas, no caso de nosso herói ele é bom em tecnologia, mas é péssimo em politica. Já nossa Amanda não, ela é boa em politica e em tecnologia, mas é horrível em matemática. Mas independente do quanto você seja bom, quando se entra em um emprego novo sempre somos uns animais estúpidos.

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Ezequiel mesmo; quando ele entrou na operação não passava de um tapado que só fazia perguntas, não que isso tenha mudado, é claro, mas agora ele responde mais do que pergunta.

— Problemas na sua lava louças né? — Balançou a cabeça. — Tá eu vejo o que eu faço aqui.

Ezequiel não estava com muito ânimo para o trabalho. Sua garota fora acompanhada de Catherine ao médico para o acompanhamento pré natal, ele infelizmente teve que cuidar do setor e se remoer em preocupações.

— É um absurdo isso viu. — A mulher ao telefone, chamada de “ Viviana a encrenqueira” ligara para o setor pela enésima vez naquela semana. Sempre aquela cliente arranjava alguma coisa para se queixar da empresa, o curioso é que nunca instauro nenhum processo com a mesma. Parecia um cachorro preso a corrente, só rosna mas não consegue atacar.

— Eu sei que é absurdo, na verdade a senhora já repetiu isso para todos os colegas de setor. — na tela de Ezequiel tinha o histórico de ligações anteriores e em todos estava escrito “é um absurdo isso”. — Vamos parar com esse faniquito, vou ligar na autorizada e ver o que eu posso fazer.

Discando o número da autorizada nosso heroi verificou algumas fotos do produto da cliente, no vidro da lava-louças existiam marcas de riscos profundos e feitos aparentemente com algo pontiagudo. A ligação começou a chamar, entretanto, ao contrário do que deveria acontecer, nosso herói foi atendido pelo auto atendimento.

— Olá, seja bem vindo a autorizada de mamanguape. — A voz era masculina, com sotaque do interior, porém com um tom quadrado e pausado típico de que grava recados para uma secretária eletrônica.

— Que absurdo, os caras colocaram uma atendente eletrônica para os operadores...— Apertando as têmporas nosso herói lamentava pela atitude da assistência.

O que ele julgou que seria breve acabou por se tornar um inferno, isso por que já se haviam passado mais de dez minutos e a gravação ainda não tinha sido superada.

— para falar sobre clientes revoltados armados de tochas digite noventa e oito. — Sim, ele teve de ouvir todas as noventa e sete opções anteriores.— Para tratar de lava louças digite noventa e nove e para falar com umd e nossos atendentes digite cem.

Ezequiel calmamente apertou o nove duas vezes.

— Aguarde enquanto transfiro a ligação. — E ao dizer isso começou a tocar a famosa musica Für Elise de Beethoven, ou também como era bastante conhecida, a musica do gaz.

— Não...— Nosso herói deixou-se deslizar na cadeira. — Por que vocês fizeram isso?

— Autorizada de mamanguape bom dia com que eu falo? — Falou o funcionário da assistência pouco tempo depois da musica se repetir pela décima oitava vez.

— Eu não sei quem foi o responsável por esse menu, mas saiba que ele está morto! — O atendente limpou a garganta. — Enfim, eu to com um produto da cliente Viviana que afirma ter entregue sem arranhões e esse retornou com marcas.

— Vou precisar das informações da cliente. Se puder me informar o CPF ou outro dado dela.

— É a Viviana a encrenqueira. — Anunciou Ezequiel de maneira sucinta

— Vish! — O colega de empresa logo notou a enrrascada. — Essa bruaca mandou produto para cá é? Vou ver o que aconteceu aqui e já te falo.

Dizem que quando algo é pra dar errado começa bem antes do grande ápice de bosta. Aquele não foi diferente. Semanas antes aquela mesma autorizada teve uma demissão em massa, fora por essa razão que os mesmos colocaram uma barreira tão grande para os atendentes das centrais, queriam esconder toda a guerra civil que eles estavam travando. E tudo isso aconteceu só por causa do divórcio dos donos.

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— Ai meu deus... — Ezequiel notou naquele momento que em uma das fotos via-se que os arranhões formavam um código, este mostrava “prod 10242” — Não cara, vocês não fizeram isso.

O funcionário da autorizada foi até o laboratório onde os produtos eram arrumas e deparou-se com um dos novos estagiários marcando o produto de uma cliente com um prego. Desesperado o responsável retornou ao telefone.

— Ezequiel eu.

— Não me diz que seu estagiário foi burro o suficiente de marcar o produto da cliente ao invés de escrever na ordem de serviço. — Lamentou o operador com a mão na cara.