As sombras orgânicas das folhas das árvores faziam um contraste diferente com o asfalto sujo. Os olhos não paravam de seguir o movimento calmo e ritmado que se formava no chão. Era hipnotizante de tal forma que esquecia-se dos problemas. Admirando aquela valsa de forma solitária, Damien permanecia imóvel. Tentava encontrar, naquele balançar das folhas, a solução para os problemas que queria esquecer.

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Não aguentando mais ficar parado, ele logo se levantou e começou a andar pela cidade, e de tempos em tempos, encarava o céu repleto de nuvens. Ficava cada vez mais furioso quando se lembrava o do porquê se encontrava daquele jeito. Em sua mente, os culpados eram os seres celestes, que fingiam ser bons e enganavam a todos... como fizeram com Pip.

Aquele garotinho, que não se importava com o que acontecia a ele, chamou a atenção do Filho do Mal por ser o único a lhe tratar de maneira igual e sem pudores. E mesmo ao saber que ele crê no Senhor, ele ainda não o largava. Mas era apenas isso. Era apenas por Pip ser alguém que o respeitou. Mas suas crenças atrapalhavam.

A maldita ideia que o pobre órfão inglês tinha do paraíso deixava Damien nervoso. E quando ficava assim, começava a destruir tudo que ele encontrasse pela frente. Por algum tempo, ele tentou tirar aquela ideia utópica da cabeça de Pip, mas foi em vão. Ele sabia que pela vida que Pip tinha levado, e o modo como ele agia quando era vivo, ele seria um forte candidato para ir onde seus poderes eram inúteis.

Durante alguns anos, ele tentou planejar uma ida ao Céu. Ele precisa de Pip ao seu lado. Precisa da única pessoa humana que já lhe demostrou algum sentimento de empatia. Ele precisava invadir o Céu de alguma forma.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.