Kiss Kiss

Capítulo 15 – Trabalho de Espanhol


Era um dia fresco. O despertador tocou e, com muita preguiça o desliguei. Alguns raios entravam no quarto. Olhei o relógio e notei que eram 07h00min da manhã. Ousei por meu braço para fora, mas logo me arrependi. Estremeci imediatamente e enfiei o braço para dentro da coberta e suspirei.

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Vai ser um longo dia...— Murmurei.

Me levantei contra vontade e fui em direção ao meu banheiro. Fiz minhas necessidades e entrei no chuveiro quente. Estava tão bom, mas eu tinha que sair. Havia um relógio no banheiro que marcavam 07h20min. Droga! Atrasei tudo.

Sai do chuveiro e me sequei. Corri para o quarto e coloquei uma roupa quentinha. Fui para a cozinha, comi uma maçã lentamente, não estava a fim de engasgar. Quando terminei era 07h51min, então fui para o banheiro e escovei meus dentes muito bem. Isso me levou algum tempo. Entrei no meu quarto e peguei celular, fones, cadernos e bolsa.

Sai do meu quarto e tranquei a porta. Acabei pegando esse habito desde a última briga com minha irmã. Meu olhar se direcionou a porta do quarto de Koma. Aproximei-me e ouvi pequenos gemidos. Havia alguém com ela, o que havia um tempo que não acontecia. Olhei a fechadura do meu quarto e tornei a conferir se estava bem trancada.

Sai do AP e desci as escadas apressada. Era 08h05min da manhã. Eu tinha dez minutos antes dos portões fecharem e vinte e cinco minutos antes da primeira aula. Cheguei à escola 08h09min e quase que o porteiro não me deixa entrar.

Fui para o meu armário e peguei meus cadernos. Eu teria um tempo de matemática, outra de língua inglesa e dois tempos de espanhol. Quando fechei meu armário dei de cara com Raquel.

— Oii Kooryyyyyy. – Ela diz em seu tom mais falso. – Nerdzinha escrota. – Ela bate em minha mão fazendo os cadernos voarem e caírem no chão. – Hahaha.

“Babaca.”— Murmuro. De repente, alguém agacha e me ajuda a catar os cadernos e as folhas que voaram.

— Oi Kory. – Era Ray. Parecia muito abatida.

— Ray. – Sorri. Levantamos e ela me entregou o caderno de espanhol. – Como vai?

— Nada bem. – Ela suspira. – Mas logo passa.

— O que houve? – Perguntei preocupada.

— Michael. – Ela olha para o chão. – Nós terminamos.

— Por quê? Estavam tão bem. – Ela bufou.

— Tudo por culpa da Mel. Ele estava grudado nela. – Revirei os olhos.

— Ciúmes. – Disse normalmente.

— Hãm?! – Ela estranhou.

— Terminaram por ciúmes. – Ela se espanta.

— Sim, mas... – suspirei.

— Ray, tente entender. Michael e Mel foram criados quase juntos. Estudaram no jardim de infância juntos. Depois ficaram da quinta série até a sétima juntos. – Ela ficou em silêncio.

— Eu fui ridícula, eu sei. Eu deveria pedir desculpas... – Ouvimos risos e quando olhamos para o lado, vimos Michael e Mel conversando. Quando nos viu, Michael parou e encarou Ray. Olhei Ray.

— O que você deveria fazer agora, Ray? – Vi uma pontinha de esperança em Michael. Ray encarou os dois e, vi ódio nela.

— Nada. – Ela diz de forma seca, assustando à todos e vira as costas, indo embora logo em seguida.

— Ray... – Michael disse. Ele queria correr atrás de sua garota, mas sabia que a castanha não falaria com ele.

Segui para aula com Mel enquanto conversávamos. Por sorte – ou não –, Michael e Ray tinham os primeiros horários juntos. Quando os dois primeiros tempos terminaram, eu segui para a aula de Espanhol. Até agora, nada do Richard. Estava ficando preocupada.

— Onde está Richard? – A professora perguntou. Todos deram de ombros.

— Professora. – Levantei a mão e ela me olhou. – Richard não estava se sentindo muito bem.

— Entendo. – Ela desviou seu olhar para a sala. – “Estudiantes así lo harán un trabajo especial en esta sala. Estoy segura de que le encantará!”

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Eu havia compreendido um pouco. Era algo relacionado a trabalho especial que todos iriam gostar. Toda sala ficou em silencio.

— Quê foi que disse? – Alguém perguntou lá atrás.

— Bia, por favor. – A professora chamou Bia, enquanto ia se sentar.

— A professora disse que fará um trabalho especial que todos vão gostar. – Bia disse em alto e bom som.

AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!

— Vale ponto e é de comer. – Todos se animaram quando a professora falou isso. – Montem suas duplas e trios. – Ela começou mexer numas folhas e logo me olhou. – Kory, venha aqui, por favor.

— Sim professora?

— Se importa de fazer dupla com Richard? – Ela me olhou.

— Na verdade, eu iria pedir isso. – Ela sorriu.

— Que ótimo. – Ela se volta para suas folhas e eu para meu lugar. – Turma, atenção ao quadro. Vou passar o trabalho. Vocês têm duas semanas.

Era um trabalho particularmente fácil. Após os dois tempos de Espanhol, o sinal bateu indicando o final da aula e o inicio do almoço. Sai Da sala e fui em direção ao refeitório. Atingi seu corredor e quando olho para o outro lado, vejo alguém encapuzado correndo. Paro e a pessoa para e minha frente, ofegante.

— O... Oi... Ko... ry... – Reconheci a voz. Rio.

— Olá Richard. – Ele se endireitou e me olhou. – Dormiu bem, Bela Adormecida? – Sorrio.

— Ha. Ha. Ha. – Ele fingiu rir. – Hilário Kory. Hilário. – Revirei meus olhos e entrei no refeitório. – Perdi alguma coisa hoje?

— Sim. – Peguei minha bandeja. – Perdeu um tempo de matemática e dois de Espanhol. – Comecei a selecionar o que eu queria.

— Pega uma maçã. – Richard ia sugerindo o que eu ia pegar.

— Mas... – Eu ia retrucar, mas Richard meteu a mão na maçã e colocou em minha bandeja. Deixei quieto.

— Pega duas salada de frutas e dois cookies. – Eu peguei um e Richard meteu o mãozão dele de novo. Eu não ia pagar por isso tudo. Quando chegamos ao caixa, a bandeja acabou saindo por U$4,50. Eu paguei meu lanche normal e Richard completou, já que ele encheu minha bandeja.

Fomos nos sentar e olhe aquela bandeja. Não ia aguentar comer TUDO AQUILO! Foi quando notei QUE na verdade, uma das saladas de frutas era dele e o outro cookie também. Inclusive a maçã que ele pediu.

— Obrigado Kory. – Ele mordeu a maçã.

— Idiota. – Revirei os olhos. Ele riu. – Ah, temos que fazer o trabalho de Espanhol.

— Temos? – Ele me olhou assustado.

— Sim. Você é minha dupla. – Ele sorriu.

— Obrigado.

— Disponha. – Comi um frango frito.

— Vai ficar gorda desse jeito. – O olhei boquiaberta.

— Grosso. – Ele riu.

— Também te amo, Kory. – Meu coração acelerou, mas eu ri para disfarçar. Peguei meu suco de laranja e bebi, mas logo Richard pegou meu copo e deu um gole.

— Richard. – Chamei sua atenção, mas logo rimos.

— Intimidade é uma droga. – Ele diz e nós rimos.

Depois que comemos, fomos lá para fora. Ainda tínhamos muito tempo antes do tempo de história. Depois eu tinha geografia e ele língua inglesa, mas no final íamos no ver no tempo de química.

— Sobre o que é o trabalho mesmo? – Ele me perguntou.

— Ah, comida. – Ele arregalou o olhou.

— Ainda tá com fome Kory? Continua assim que vai engordar. – Dei um tapinha em seu braço.

— Não seu tonto. O trabalho é sobre comida. – Ele sorriu.

— Agora eu gostei. – Ele disse animado. Revirei meus olhos.

— O objetivo do trabalho é simples... Você tem que fazer uma torta, doce ou salgada, trazer e apresentar para turma.

— Só? – Ele diz com os olhinhos brilhantes.

— Sim. – Confirmo.

— Nada daqueles relatórios chatos, redações enjoadas ou atividades chatas? – Ele pergunta ansioso.

Eu gosto dessas coisas...— Murmuro. Ele começa a rir.

— Eu sei que gosta boba. – Ele me abraça e mexe nos meus cabelos. Coro imediatamente.

— Bobo. – Digo ainda vermelha como um tomate. Ele me solta e vamos para o corredor.

— Vamos pegar os materiais, comigo? – Ele perguntou, sorri.

— Claro. Aproveito e pego o meu também.

Seguimos para meu armário, que era o mais próximo e logo fomos para o dele. De lá, seguimos para a sala de aula. Sentamos na frente, já que comecei a puxar Richard lá para frente comigo, queria que ele tivesse ótimas notas para passar direto comigo.

— O que vamos fazer? – Ele me perguntou.

— Eu gosto de doce e... – Ele sorriu.

— Não, Kory. – Ele olhou para o final da sala. Quando olhei lá atrás vi John. Estava sozinho, fumando. – Desde que eu apareci, seus amigos se separaram completamente. – Suspirei.

— Acredite, a briga vem desde antes de você. – A professora entrou em sala e começou a organizar as coisas na mesa. – Vamos ter que fazer algo.

— O que? – O olhei. Richard olhou a professora e tirou rapidamente o capuz, dando um sorriso amarelo para ela. – Desculpe professora. – Olhei para frente e a professora apenas sorriu.

— Gosto da amizade de vocês dois. É sincera. – Ela diz. Sorrimos um para o outro. A professora vem para frente da mesa e encosta-se a ela. – Mas não gosto de ver o grupinho separado. – Ela olha John, que estava com fones e fumava.

— É realmente triste. – Richard diz.

— Não pense que é sua culpa Sr. John. – Ela diz. – A amizade desses garotos está sendo afetada por algo muito grande. – Ela me olha. – Olho grande dos outros e intrigas colocadas na cabeça de cada um deles. – Meus olhos se enchem de lágrimas. Ela vem ate mim e mexe em meus cabelos.

— Não quero perder meus amigos, professora. – Digo e a olho.

— Espere as semanas de provas passarem. – Ela diz. – Vocês terão duas semanas bem complicadas.

— É verdade. – Richard concorda.

— Assim que passar, vocês pensam em algo. – Sorrio.

— Obrigada professora. – Sorrio. Ela volta para trás da mesa e o sinal toca.

— E ajude o Sr. John, Senhorita Anders. – Ela me olha, mas direciona seu olhar para Richard. – Na minha ultima prova, ele tirou um 7,5. Eu quero um 10 nessa prova. – Olho Richard.

— Deixa comigo professora.

Nós nos despedimos, eu fui para Geografia e Richard para Língua Inglesa. Quando o tempo passou, corri para química. E lá encontrei Richard, encapuzado. Ele só tirou o capuz quando pôs os óculos e a mascara, mas pude ver um corte em sua boca e um pequeno acima do olho.

— Depois me conta. – Digo séria, enquanto me esforçava para por as luvas de látex.

— Contar o que? – Richard pegou minha luva e a abriu, para que eu colocasse a mão.

— O porquê desses cortes. – Digo olhando ele repetir o processo em minha outra mão.

— Não sei do que está falando. – Ele diz enquanto puxava meu cabelo para amarrá-lo num rabo de cavalo muito bem feito. Todos começaram a cochichar. Olhei o penteado feito em meros segundos no reflexo de um dos vidros.

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— Está muito bom. – Ele sorriu e pôs suas luvas rapidamente.

— Tive que aprender a fazer na minha irmã. – Eu o olhei surpresa.

— Nunca me disse que tinha uma irmã. – Ele ficou em silencio.

— Jura? Que estranho. – Ele desviou o olhar para os materiais em cima da mesa. – Jurava que havia dito.

— Qual o nome dela? – Perguntei o olhando.

— É... – Richard foi interrompido.

— Bom dia alunos. Espero que já estejam prontos. – O professor entrou sorrindo. – Hoje vamos...

Richard ficou um pouco estranho depois de ter mencionado sua irmã. Resolvi deixar quieto, uma hora ele me contaria. Quando estivesse pronto.

Continua...

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