Uma Odisséia em Outra Terra

A Torre de Guanabo [incompleto]


O assoalho afundava nos contornos dos passos dos dois amigos que adentravam o bar. As deformações que se formavam pareciam propositalmente apontar para outros clientes para onde os dois amigos se dirigiam, assim, Sophrosseus e Óneiporos não poderiam se sentir melhor dispostos que duas formigas se enroscando nas teias de seu predador.

Depois de contornarem as mesas superlotadas encontraram um vértice em que se encostar. Óneiporos se contorcia a cada oitava acima que o grupo de bebuns aplicava na conversa tumultuada, Sophrosseus, por outro lado, murmurava sobre a natureza elástica do chão.

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Na bodega, Kardia se encontrava na maior e mais centralizada mesa. O chão movediço propositalmente tendia para essa região, atraindo a atenção para a mais entusiasmada pessoa do local: a capitã do navio “A represália”.

Porém, a conversa havia se dispersado assim que uma estranha criatura totalmente encoberta por panos entrou no recinto preferido dos piratas sem ao menos cumprimenta-los e insistindo na inicial arrogância, não se juntara a mesa de Kardia. Os dois acadêmicos perceberam a eventual quietação quando a única parcela audível do ambiente eram os murmúrios de Sophrosseus: “Essa viscosidade deve ser do tipo reopéxica, eu deveria ter estudado mais Bingham e Casson, a fórmula era do tipo linear... ou...”.

Por fim ele reparou no constrangedor silêncio, um funcionário aproximou-se e indagou qual bebida gostariam de tomar.

— Eu vou querer um gole de Yagul e veja o mesmo para meu companheiro – disse Óneiporos ponderando as palavras.

Os piratas do “A represália” se ofenderam ainda mais com o casual pedido dos forasteiros, Kardia não mais aguentara a ignorância de ambos e intimou que sua vice-capitã se dirigisse aos intrusos a inferir o caso.

Enquanto isso, eu me encontrava na Torre de Guanabo observando os movimentos dos meus protegidos a distância e aguardando para iniciar mais uma reunião decenal entre os deuses maiores.

A Torre de Guanabo, a única construção do continente dos deuses, com tamanho suficiente para comportar 10 mil seres, sendo moradia de quase todas as poderosas entidades desse planeta. No topo, se encontram quatro de nós, os Quatro Deuses Maiores. Suficientemente influentes para comandarem cada aspecto principal do convívio entre os seres vivos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.