PDV ANA

Acordei, mas manti os olhos fechados, não sei se era por causa do sol já a inundar o quarto, ou se era com medo de ver o rosto zangado do Bill. Abri os olhos bem de vagar pois também me doía bastante a cabeça. Olhei para a poltrona onde o Bill se sentava sempre que isto acontecia, e lá estava ele, desta vez não com uma cara zangada, mas sim com uma cara triste, ele olhava-me com pena. Um sentimento, que eu odeio, odeio que tenham pena de mim. Mas ele tinha, eu sentia que neste momento a nossa relação de um ano e seis meses, que agora ela estava prestes a terminar, e ainda por cima por minha causa. Eu tento não beber, juro, juro que tento, mas o álcool domina-me completamente. Ele olhou-me mais uma vez antes de dizer secamente algumas palavras de lamente e um « Precisamos falar », dizendo isto, saio calmamente fechando a porta com força.

Olhei para a pequena mesa-de-cabeceira preta, e o relógio marcava 12.45 minutos, ao lado dele, estava um copo com água, e uma aspirina, peguei neles e tomei. Levantei-me com dificuldade, devido a dor infernal de cabeça, e andei até á casa de banho. As cores claras misturadas com negras confundiam-me imenso principalmente hoje. Olhei para o espelho e por pouco não me assustei, dormi com a maquilhagem no rosto, o risco preto estava borratado o que parecia olheiras enormes, tinha a cara bastante pálida e o meu cabelo cor-de-rosa um pouco baço. Lavei os dentes, e limpei a cara com um desmaquilhan-te do Bill um pouco á pressa. Queria tomar banho ainda antes da conversa, despi-me e entrei no chuveiro.

Liguei a água fria, e deixei que me molha-se e acordasse para assim passar para a quente, depois passei gel de banho pelo corpo e champô no cabelo, acabei e sai do banho, agora sentindo-me muito melhor. Enrolei o cabelo e o corpo em toalhas, e fui para o quarto, fui em direcção ao armário e tirei de lá uns shorts, uma camisola branca, e um casaco desportivo, calcei uns ténis, e para completar coloquei um colar. Deixei o cabelo solto e molhado, passei risco preto nos olhos, desta vez passei bastante, deixando o meu olhar bastante intenso, por fim passei um pouco de sombra nos olhos. Preparei-me emocionalmente e sai do quarto. Desci as escadas calmamente e fui para o escritório, o sitio para onde o Bill ia sempre que queria ter uma conversa mais séria com alguém.

Bati á porta três vezes, e ele disse « entra », entrei devagar, fechei a porta com cuidado para que não fizesse ruído. Ele virou-se, e olhou-me nos olhos, o mais que pode, e eu fiz o mesmo, tentando desvendar o que queria dizer, sem palavras. Não consegui. Ele apontou a cadeira bem na sua frente e eu sentei sem nem dizer nada.

- Ana, eu amo-te. Eu não tenho duvidas, de que és a rapariga da minha vida, mas isto assim não dá. Por favor, pára de fazer mal a ti própria, pára com esta vida. Estás a viver num mundo irreal, tenta ver a tua vida sóbria. – Ele disse já sentado na cadeira da frente, segurando o meu rosto com as mãos e assim olhando novamente os meus olhos.

- Desculpa. – Disse, acabando por rolar uma lágrima pelo meu rosto. – Eu tento, mas eu sou fraca.

- Tu não és fraca. Apenas encontraste esse meio para te esconderes. Tu és forte, eu apaixonei-me pela modelo fascinante, de cabelos rosa e olhos verdes, que cada vez que me olhava deixava-me louco. Apaixonei-me pela rapariga simpática, divertida que se dava bem com todos. Eu apaixonei-me pela Ana, a rapariga que enquanto sóbria é perfeita, mas quando se deixa levar pelo álcool, torna-se numa pessoa totalmente diferente e até para mim, se torna irreconhecível. – Ele disse, também largando uma lágrima.

Dito isto, aproximei-me dele, não para o beijar, mas sim para receber dele um abraço. Ele recebeu, abraçou-me, depois segurou-me pelos ombros, olhou-me e beijou-me, um beijo carinhoso e demorado, porém o sentimento de pena continuava presente nele.

Numa outra casa em Berlin…

NARRADOR OBSBADOR

Deborah andava de um lado para o outro na sua enorme sala moderna em tons de preto e branco, o seu pequeno cão, o “Ralph” andava atrás de si, aos saltos e dando pequenos latidos, enquanto ela lhe fazia caretas engraçadas enquanto falava ao telemóvel com o seu secretário.

- Sim…a Lady Gaga tem de estar na primeira fila, eu já tinha dito isso! Hum, o vocalista dos Tokio Hotel e o irmão, eles vão? – Perguntou ao seu secretário “Paul”.

- Sim Sr. Deborah. Eles fazem questão, uma das modelos que vai participar no seu desfile inclusive é namorado do Sr. Bill. – Falou “Paul” com muitos modos, Paul era um secretário fora do normal, lindo de morrer, loiro, olhos lindos, e solteiro. O pobre coitado morre de amores pela patroa, mas ela nem percebe isso, pensa que toda a sua atensiosidade é apenas eficiência.

- Por favor Paul, não me trates por Senhora, isso é fora de moda. – Riu, apenas havia dito aquilo para gozar um pouco. – E sabes que eu só ando na moda.

- Sim Sr. … Sim Deborah. – Ele riu junto.

- Mas como é o nome da modelo mesmo? – Perguntou ela, não muito interessada. A relação entre Deborah e Bill era estritamente profissional, já com o seu irmão, o “Tom”, eles mantinham, uma relação, não muito constante, alias era mais uma “curte”, para ser mais explicito, eles faziam sexo sempre que estavam juntos.

- Ana Green Duarte, uma modelo de cabelos rosa. – informou Paul.

- Hum – pensou. – Não me recordo dela, nem desse nome. Bem Paul, estarei ai, amanhã umas duas horas antes, para ver se está tudo ok. Beijos.

- Passe bem Deborah. – E desligou.

Deborah preparava tudo para amanhã. Amanhã teria um importante desfile, da sua marca « DS », não estava nervosa, mas não gostava de desleixo.

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Este é o Paul; eu pessoalmente acho mesmo um gatarrão *-*

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Esta é a roupa da Ana; a modelo não tem nada haver com o personagem ! Gostaram ? *-*