O Corvo e O Lobo

O Corvo e O Lobo - Capítulo Único


Um dia estava o Lobo a caçar, em busca de alimento para a sua alcateia. Cansado de sua busca infrutífera, resolveu sentar-se e admirar a Lua Cheia.

O que não havia notado era o mau agourento Corvo, que havia seguido-o, esperançoso pelas sobras de sua futura refeição. Então, pousando nos galhos de uma árvore sem folhas, comuns no inverno, comentou, impaciente:

— Por que tu nada conseguistes? Morrerei de fome até o fim do inverno!

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— Oras, por que estavas seguindo-me? Arranje teu próprio sustento.

O Corvo crocitou.

— Não há alimento algum nessa estação. Apenas os lobos podem me ajudar.

Rosnando, o Lobo respondeu:

— Então, se tu dependes da caçada dos lobos para teu sustento, por que não caças você mesmo?

— Caro amigo Lobo. - O Corvo queria que ele retomasse a caçada logo, então estava impaciente. - Nós corvos somos mais astutos que vós, lobos. Teus companheiros esforçam-se para caçar, enquanto eu, sem cansar-me, recolho os restos e me sustento. Vós sois meros servos das criaturas mais espertas.

Enfezado com o comportamento totalmente desonesto do Corvo, o Lobo resolveu ensinar-lhe uma lição.

— Toma cuidado com suas atitudes, Corvo. Elas revoltarão-se contra ti no futuro.

Ignorando o conselho do Lobo, o Corvo crocitou mais uma vez, como uma risada.

— O mundo é dos espertos, caro Lobo. Os desprovidos de astúcia não possuem moral alguma para discutir.

O Lobo, enraivecido com a vaidade do Corvo, resolve seguir com a caçada. O Corvo, animado, voa atrás dele.

Por sorte do destino, um inocente esquilo escolhera aquele momento para sair de sua toca para verificar a altura da neve. O Lobo, sem perder tempo, atacou-o com seus dentes e garras.

Uma vez conquistada o tão esperado alimento, o Lobo virou-se para o Corvo e disse-lhe:

— Por que não comes as nozes do esquilo? Elas estão estocadas em sua toca.

— Nozes? - o Corvo deu a sua risada característica. - Não sou um esquilo. Nozes são para os fracos!

Então, o Lobo levou o esquilo morto para a sua alcateia. Como ele era muito pequeno, não houveram sobras; apenas um esqueleto branco e limpo.

O Lobo e seus companheiros puseram-se a dormir em sua caverna aconchegante e longe do frio. O Corvo, faminto, esperou que eles acordassem e caçassem, mas eles não o fizeram.

Engolindo o orgulho, o Corvo voou até o lugar onde o Lobo matara o esquilo, para comer suas nozes, mas não conseguiu achá-lo. Procurou desesperadamente uma mancha de sangue na neve branca, mas nada encontrou. Quando se deu por si, estava perdido, muito longe da toca dos lobos e longe de sua fonte de sobrevivência.
A ave tentou caçar, como os lobos, mas ele não tinha prática, então acabou por fazer muito barulho com suas asas ruidosas, então todas as presas fugiram.

O Corvo morreu de fome e frio, no meio da floresta. Logo, seus próprios parentes voaram como um enxame de abelhas em torno de uma flor, e o devoraram, pois uma oportunidade de alimento nunca era desperdiçada.

O Lobo e sua alcateia sobreviveram até a primavera com sucesso, pois conseguiam seu sustento independentemente.

"A vaidade e a preguiça definham a alma até o pó; ao passo que a humildade e a competência a alimentam e fortalecem."

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.