Delta

Prólogo II: Meu Reen


Prólogo

Meu Reen

Setembro de 511 D.A.

Possivelmente aquela seria a milésima vez em que ele errava os cálculos. Erik lutava contra o instinto de pensar que Reen nunca conseguiria aprender matemática.

O menino tinha sérios problemas no aprendizado. Contudo, Erik sempre relutara em levá-lo a algum especialista, mesmo com a senhora Lithman insistindo. Não que ele fosse um pai ruim, muito pelo contrário, mas a vizinhança sempre era pega discutindo o porquê do homem sempre evitar qualquer tratamento diferenciado com o garoto.

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Reen agora estava aprendendo a dançar FLYERSTEP. Era um tipo de esporte, Erik concluiu, que não traria riscos. E ele parecia ter uma afinidade enorme com a música desde cedo, quando se mudaram para Nova Eufrades, depois que Erik ficara viúvo e Reen órfão, desde a primeira escolinha que frequentara o garoto sempre ficava mais atento, mais ávido ao som de música.

A única visita que Erik recebia era da própria senhora Lithman e de seu garotinho adotado, Dex.

Mesmo com seis anos de idade Dex sempre fora mais esperto e conclusivo que Reen, que agora tinha dez. O mais novo estava rabiscando uma casa na arvore que contaria com a ajuda de Erik na construção.

Ainda que muito se especulasse, Erik jamais se envolvera amorosamente com a mãe de Dex. Ele sempre parecera um homem calejado pelo tempo. Marcado pela morte de Janine, sua esposa.

Assim que Lithman e o filho se foram, Erik apagou as luzes e encaminhara Reen para o banho. Nesse momento, o pai pôde ver luzes, azuis e vermelhas vindas do lado de fora da casa.

Erik certificou-se de que Reen realmente estava no banheiro antes de abrir a porta.

Era um carro da polícia.

Erik desceu lentamente até o automóvel. De dentro dele, saiu apenas um homem com trajes políciais. Ele parecia ter meia idade e usava um bigode, no mínimo, estranho.

— Eu já falei pra não virem atrás de mim — Erik começou.

— Não podemos deixar de prestar assistência a vocês, Erik — O homem respondeu com um sorriso amigável — Sei que deseja morar aqui discretamente, mas Grower se preocupa com ele — Falou apontando para dentro da casa.

— Diga à Grower que ele ficará bem se vocês ficarem longe.

— E se os poderes se manifestarem?

— Não irão.

— O que te faz ter certeza? O que te faz pensar que ele é diferente das outras experiências?

Erik aumentou o tom da voz.

— Porque ele não é uma experiência! Ele é o Reen! O meu Reen! Nunca mais volte a Nova Eufrades, Ruben! Fique longe do meu filho ou vai ser perigoso pra todos nós.

Erik voltou para casa vagarosamente devido à perna de metal que usava e fechou a porta.

Desde então, Ruben não voltou à cidade.

Até agora.