Garota Valente 3: Guerra Civil

Estratégias com molho barbecue


Steve me encarou desacreditado.

Ao fundo, Kate despejava um liquido viscoso vinho sobre um sanduíche de carne feito com os suprimentos da base que alguns seguidores de Coulson cederam a eles. Sim, alguns agentes da S.H.I.E.L.D. se aliaram ao time do Capitão! Scott olhou para Kate e perguntou:

— Isso é ketchup?

— Não, é barbecue. — Ela respondeu.

— Não prestaram atenção no que eu disse?! — Perguntei, enquanto Steve cruzava os braços e encarava o chão.

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Meu pai e Carol se encaravam um pouco preocupados, mas Krys parecia preocupada também. Já Scott, e os outros...

— Você sofreu um grande impacto emocional. — Respondeu Scott.

— E essa é uma história difícil de engolir. — Completou Sam.

— Mas... se for verdade... justifica nossa luta e tudo o que fizemos contra o sistema. — Disse Wanda.

— Gente, eu tô com a Escarlate. — Respondeu o jovem Parker — E acho que isso com a Kate é ketchup sim.

— Não, é Barbecue! Ketchup é mais claro! — Respondeu Scott.

A viagem de DunBroch até a base onde eles estavam foi até curta. Eu ao menos esperava que fossem horas de voo, mas foi apenas uma. Quando chegamos, fomos bem recebidos, e Krys começou a fazer uma série de perguntas para Carol, como se fosse uma fã ou coisa do tipo. Nos reunimos numa espécie de mini refeitório, onde contei tudo o que aconteceu.

— Eu confio na Merida, mas não podemos descartar a hipótese da Carol não ser quem diz ser.

— Eu confio na Carol. — Respondeu Krystal — Coulson e Fury confiam nela, então eu também confio. E principalmente, confio na Merida.

— Krystal está certa — Respondeu Pietro, caminhando até ela e a abraçando pelos ombros — Fury não confia em ninguém. Por um milagre, nela. É o bastante para sabermos que podemos confiar.

— Já temos um plano, Capitão? — Perguntou Barnes.

— Uma transmissão ao vivo, talvez. — Ele comentou, penteando os cabelos com os dedos — Precisamos que as pessoas vejam ele se transformar, mostrar o que eles são. Se só falarmos, eles não vão acreditar.

— E vão acreditar que não tínhamos certeza, então precisamos fazer eles se transformarem antes de matarmos. — Completei.

— Atraí-lo para fora talvez seja uma boa ideia. — Sugeriu Krystal.

— Vocês têm uma hora pra se preparar. — Afirmou Steve, se levantando — Se apressem.

Steve se levantou e saiu. Todos começaram a se dispersar. Me aproximei de Scott e estendi o dedo. Ele entendeu meu sinal e colocou um pouco do molho lá, e eu levei à boca, com uma expressão pensativa. Logo após, respondi.

— Isso com certeza é Barbecue.

— Foi o que eu disse! — Ele exclamou.

Logo, vi Kate se aproximar e dar um peteleco no meu ombro.

— Obrigada por me convidar pro seu casamento!

— O que você queria que eu fizesse! Minha mãe, Elinor, estava morrendo! — Respondi, acariciando o local do peteleco.

Então, ela me olhou surpresa. Alguns instantes depois, me abraçou.

— Caramba, eu sinto muito. Primeiro a tia do Peter, agora sua mãe adotiva?

Foi quando eu me lembrei do Peter. Ele estava lá! No meio da reunião. O que ele fazia aqui? Me afastei do abraço e falei.

— Obrigada. Vou atrás do Peter.

— Tranquilo. Cuida bem dele. — Ela falou, se afastando.

Então, fui atrás de Peter. A base era menor do que a das montanhas e ficava no meio do oceano. A grande maioria dos agentes que estavam lá concordavam com o ponto de vista de Steve e prenderam os que discordavam, para que pudessem ceder a base para o Capitão América e seus aliados. Eu não achava aquilo totalmente certo, mas guerra é guerra, e no momento, era tudo o que se podia ser feito.

Não foi difícil achar Peter. Ele estava colocando o traje em um quarto da base. Bastou eu perguntar a qualquer um qual era o quarto do Peter e voalá, lá estava eu, batendo em uma porta cinza e sem vidro algum. Ele demorou a atender, mas quando abriu a porta, estava com o traje quase completo, e a máscara nas mãos. Parecia abatido, mas firme. Como minha mãe antes de morrer, se fazendo de forte quando todo mundo via que ela estava fraca. Eu sorri fraco e perguntei:

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— Você está bem?

— Olha, não preciso de consulta com psicólogo. Eu tô bem.

— Vai por mim, eu só fiz faculdade por obrigação social. Nem sei porque eu escolhi essa. — Bem, na verdade eu fiz aquela faculdade porque queria ser útil. Mas admito que pensei várias vezes em desistir — Só queria saber se você tava bem! E principalmente, por que você veio?

— Sabe quantas pessoas me perguntaram isso dês de que o seu pai veio me buscar ontem? Quase metade do pessoal. Eu vim porque é o meu dever! É fácil pra você estar aqui, mas não pra mim. Eu sou só um adolescente com poderes e responsabilidades! Você luta há muito mais tempo que eu.

— E você acha que é fácil pra mim? Meus irmãos e meu pai ficaram em DunBroch. Eles acabaram de perder minha mãe e já não sabem se vão me ver viva de novo. É fácil pra mim? Meus pais biológicos estão se separando por causa de uma lei idiota. Eu não tive tempo nem de consumar fisicamente meu casamento! Eu não tô dizendo que é mais difícil pra mim, eu tô dizendo que eu sinto a mesma dor que você.

Depois que terminei de falar, ele me olhou com um olhar triste.

— Você ainda tem suas migalhas. A tia Mey era tudo o que eu tinha. Tudo! Eu não tenho pais, e meu tio morreu por culpa minha! E agora, minha tia também! — Ele dizia em prantos.

— Isso não foi culpa sua! — Respondi, o abraçando. Ele retribuiu o abraço e chorou comigo. Também não pude conter as lágrimas. Ele precisava de um amigo, de alguém para enxugar suas lágrimas. E eu me dispus a ser essa pessoa — Não foi sua culpa, Peter. Quando chega a hora, chega. Seja lá de qual forma aconteça.

Ficamos algum tempo abraçados antes dele se afastar e dizer.

— Se eu não lutar, outras pessoas podem morrer.

— Isso é o que significa ser um herói.

— Obrigado, por me ouvir.

— Eu também precisava chorar um pouco. Agora volta a se arrumar, eu vou ver se acho alguma coisa.

Ele concordou com a cabeça e fechou a porta. Foi quando olhei para o lado e vi meu pai, com uma caixa. Fiquei um pouco confusa. Quando ele havia chegado ali? Me aproximei, enxugando uma lágrima. Então ele falou.

— Não quis atrapalhar o momento.

— Eu e ele estamos no mesmo buraco. — Respondi. Então, olhei para a caixa e perguntei — O que é isso?

— Um traje da S.H.I.E.L.D. que achei por aí. Ele é bem fora do padrão. Talvez você queira fazer uns ajustes e usar hoje. Mas tem que ser rápida.

— E meu traje antigo?

— Está um trapo. Certeza que não quer algo mais inteiro?

— Okay, vou correr então.

Quando abri, a primeira impressão que tive era que aquele traje foi feito para um agente inumano, como o Neo Campbell. Não havia muito o que ajustar. Meu pai havia deixado meu antigo uniforme no fundo da caixa, e eu apenas fui combinando algumas coisas e experimentando. Quando me dei por mim, havia me distraído e faltava quinze minutos. Me vesti rapidamente e gastei algum tempo me olhando no espelho.

Agora eu estava pronta.