Minha respiração era forte e assustada.

Não era para me dar medo. A final, é só um papel! Mas aquilo me deixava nervosa demais. Os nomes eram chamados por completo, um a um, em ordem alfabética. Uma amiga segura minha mão e diz:

— Não é motivo para nervosismo.

— É, eu sei. Mas é um marco na minha... na nossa história! Na de cada nome chamado ali!

— Qual é?! Não vai fugir, vai?

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Fugir? Da minha formatura? De jeito nenhum!

Lindy estava certa. Estávamos em um quarto fechado com uma porta que dava no palco do teatro onde estava ocorrendo a formatura. Meus pais estavam lá, com meus irmãos. E eu quero dizer, minhas duas mães, meus dois pais e meus seis irmãos (lembrando que Elinor também teve um bebê). Sem contar Lion, que estava com os pais e o irmão. Todos de gala.

— Lindsay Milles Waters!

A voz chamou minha amiga. A diretora entregou o diploma enrolado para a professora e mãe de Lindy, que a entregou, pôs um anel com uma pedra azul em seu dedo e depois a abraçou. A aluna caminha até os bancos onde estão os outros alunos. Quem não ficaria nervoso na própria formatura? E agora estava perto de mim. Lolla Keys, Matt Thompson, Melanie Sweet...

— Merida Romanoff Barton.

Lindo. Engoli ceco, me levantei e caminhei até a diretora, que estava ao lado de minha mãe (Natasha). Eu até questionei se ela e Elinor podiam me entregar o diploma, mas não. E como Natasha é minha mãe de sangue, parece que ela contava mais por isso. Eu não acho. Elinor me criou. Tanto que minha irmã de sangue tem o nome dela e minha irmã adotiva bebê fui eu quem batizei: Beatrice. O coração batendo a mil, mas quando peguei o diploma de minha mãe e ela me abraçou, ele logo se acalmou. Depois do abraço ela colocou o anel de formatura em meu dedo e, quando seus lábios tocaram minha testa com tamanha ternura, achei que estávamos sozinhas naquele teatro.

Me sentei ao lado de Melanie e esperei Michael sentar ao meu lado. Os pais entregavam aos filhos e as mães às filhas. Se uma aluna não tivesse mãe, ela podia escolher uma mulher na família para entregar o diploma e o mesmo valia para os garotos. E com a chamada de cada um, aplausos de ida e volta. E quando o último nome foi chamado, a diretora convocou a oradora da turma. E com uma Vingadora na classe, eles escolheriam quem mais?

— Eu morei por muitos anos em uma Escócia diferente das que vocês conhecem, e eu fui educada para ser uma rainha. - comecei o discurso contando - Algo que eu nunca quis ser. Então, vim para cá e recebi mil e uma oportunidades. - encarei meus pais e respirei fundo. O lugar estava muito cheio, mas isso nunca foi um problema para mim - Essa foi uma delas. Conhecer pessoas novas, aprender mais... me tornar uma pessoa que nunca pensei que me tornaria. As vezes, o destino é assustador. As vezes, temos medo de seguir em frente. Mas todos nós decidimos que seguir e cair de cabeça no por vir era o melhor a fazer. E essa é nossa recompensa: somos alguém. O destino nos foi proposto. E todos fomos valentes o bastante para o encontrar e chegar até essa noite.

Com aplausos, voltei ao banco. Os oradores das outras turmas discursaram, a diretora disse algumas palavras de motivação e o final... o de sempre: todos jogam seus chapéus. Mas é claro que antes da recepção dos familiares, eu e os outros fomos tirar aquela beca e vestir trajes de gala. Adivinha: todos os formandos estavam de azul. Incluindo eu. Só porque era a cor do anel de formatura que ganhamos. Quase corri na direção das três mesas onde estavam minhas duas famílias e a do meu namorado. Deixei as flores que ganhei na mesa dos meus pais adotivos antes da recepsão deles.

— Ah, Merida! Como você cresceu! - o abraço de Fergus chega a me tirar do chão. Mas era o jeito dele.

— Pense nisso, você me deu um arco de presente nos meus cinco anos. Hoje eu tenho vinte e dois. - eu o encarei e afirmei – Mas eu ainda sou sua filha.

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— Nunca deixou de ser. - ele afirmou.

Usava roupas, pra onde estávamos, normais, assim como Elinor e os trigêmeos. Já Beatrice, bom, o vestidinho típico laranja não ficaria estranho nela. A pequena era diferente dos irmãos: cabelos lisos e castanhos, com olhos da mesma cor. Até que enfim Elinor tinha uma filha que se parecia com ela!

— Estou tão orgulhosa! - falou minha mãe adotiva, que usava um vestido verde longo estilo sereia com um colete de tecido leve e mangas compridas, já que o vestido não tinha mangas ou alças - Eu nunca imaginei que a veria aqui, mas é maravilhoso.

— Obrigada, mãe.

— Nossa vez! - reclamou meu pai, Clint, segurando Gale no colo. O mesmo era loiro de olhos verdes e seu rosto lembrava o do pai - É nossa filha também!

Ri e abracei os dois. E acariciei os cabelos do pequeno Gale Barton.

— Palabéns, Meli. - disse o pequeno, que ainda trocava o "R" pelo "L".

Lene não faz mais isso dês de que tinha dois anos. Acho que é superdotada, mas é cedo para diagnosticar. Qualquer coisa há uma psicóloga em casa. Uma psicóloga, uma assassina e um ex artista de circo. Que família!

— Eu quero um anel desse também! - reclamou Lene a ruivinha de olhos verdes.

Minha mãe a pegou no colo e disse: - Daqui a alguns anos quando você se formar, eu te dou um. Então, Lion veio correndo de onde seja lá onde estava e me rodou no ar. Depois de me deixar no chão, o mesmo uniu nossos lábios com pressa e paixão. Durante e depois do beijo, eu acariciava seu rosto. Ele ficava muito mais bonito com barba e eu amava quando ele a deixava crescer.

— Ainda acho que minha formatura foi mais legal. - ele afirmou.

— Sua formatura foi semana passada. Você diz como se fosse à anos.

Nem tinha reparado a aproximação de Andy, Francis e Barbara. Fui parabenizada e recebida com abraços e apertos de mão, sem contar nas palavras e como Deus tem um plano maravilhoso para minha vida. Concordo. Deus sempre acaba me pegando de surpresa com cada uma... Não foi atoa que eu me converti à dois anos. Adivinha quem me influenciou positivamente?

— Queria que a Krystal estivesse aqui. - comentou Lion.

— Eu não ia deixar ela interromper a Lua de Mel dela e do Maxmorff para uma festa de formatura.

— Foi por isso que eu não contei à você. - falou uma voz que eu conhecia muito bem...

Me virei de vagar, mas quase tive uma parada cardíaca.

— Tá fazendo o que aqui e não em Berlim com seu marido?! - questionei surpresa.

— Obrigada pela consideração, amiga! - zombou Krystal.

— Oi, Meri!

Ignorei Pietro e abracei Krys, que retribuiu com a força de um super soldado. Não se esperava outra coisa. Depois ela me escarou sorrindo.

— Não se forma todo dia. Além do mais, Peet concordou em estar aqui nesse momento. - se virou para o esposo - Não é, amor?

Pietro abraçou sua cintura, a beijou nos lábios e afirmou: - Se ela não quisesse, eu ia querer. Posso ver seu anel? - perguntou com certa empolgação.

— Isso! - falou Krys, parecia que estava tentando disfarçar algo que não era para ser dito - O seu anel do formatura!

— Bom, achei que queriam ver o diploma, mas okay! - mostrei sorrindo o anel azul no meu dedo.

— É lindo! - falou Krys – Infelizmente, espionagem não tem anel de formatura.

Rimos. Era bom estar cercada de amigos e da família. Fazia falta os outros Vingadores por lá, mas eu não podia reclamar. Minha vida estava tão perfeita e eu estava tão realizada, que podia até sentir que eu era imortal. E a festa estava maravilhosa. Dançamos, comemos, tiramos fotos... foram horas de pura diversão com minha família e meus amigos. Os pais de Lion interromperam a nossa conversa no meio da pista de dança.

— Lion, eu e seu pai vamos pra casa e estamos levando o Andy. Pode ir no seu carro? - perguntou Barbara à Lion.

— Sem problemas! Eu e Meri vamos demorar um pouco por aqui.

— Vamos?! - questionei confusa.

— Vamos! - ele respondeu sorrindo.

— Tudo bem... - falei suspeita.

E bem que ele disse. A festa acabou e continuamos vagando pelo jardim do teatro, onde tinha um enorme chafariz. Eu andava equilibrada na borda do chafariz e ria da conversa, além de trocar histórias divertidas. A festa de formatura de Lion foi à fantasia e fomos da Red Arrow e Tyler Williams. Eu achei bem previsível.

— ... então eu disse "O nome dele é Lion Christopher Mason e é melhor do que você sonharia em ser", aí ele calou a boca. - termino uma história qualquer.

— E desnecessariamente, você fala meu nome completo. - comentou Lion, que andava ao me lado, mas em baixo.

— Ah, eu acho seu nome completo a coisa mais linda. Tipo... Lion, que é leão; Christopher, que eu acho um nome legal e Mason, tipo a Johanna Mason, de Jogos Vorazes...

— Que mandou todos se ferrarem? - perguntou confuso.

— Ela é legal. - afirmei e ele riu.

— Sabe, eu estava pensando... Peet e Krys se casaram primeiro que a gente. E olha que eles estão juntos a menos tempo.

— Pietro é velocista. - brinquei - É um cara que não faz questão de ir devagar na vida. Prefere ser mais rápido. - mal percebo que não tenho mais contato visual com ele.

— Você e suas piadinhas de velocista! - Lion ri – Sabe, eu também estava pensando em como te influenciei positivamente.

— Fez isso melhor que ninguém. - comento.

— Então acho que podíamos ir mais fundo nisso.

Parei, arregalando os olhos. Minha respiração acelerou imediatamente. Em um giro rápido e surpreso, o encaro de joelhos, estendendo um anel que parecia o mais lindo que já vi.

— Lion... - sussurrei.

— Princesa Merida, primogênita do clã DunBroch. Vossa alteza aceitaria a mão de um humilde jovem apaixonado em casamento?

Me abaixei e me sentei na borda do chafariz, acariciando seu rosto.

— Eu não acredito. - enxuguei uma lágrima.

— Não se preocupe! Eu peço de novo!

— Lion, não preci...

— Merida Romanoff Barton, a espetacular Vingadora Valente, aceitaria ser a minha heroína e me dar sua mão em casamento?

Eu não acreditava que eu ia chorar. Não acreditava que eu estava chorando. E se eu respondi? Bom, não antes de lançar meus lábios contra os dele o mais rápido que consegui. Primeiro ele abre os lábios dele, mas eu fui mais rápida com a minha língua e vocês já sabem. Minha mão foi parar em seu rosto barbado e irresistível e a mão dele em meus cachos laranjas e rebeldes. Mal afasto nossos lábios e já dou minha resposta.

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— É claro que sim, Lion!