Sugawara Koushi & Shimizu Kiyoko

Shimizu murmurava xingamentos direcionados para si mesma, sussurros praticamente inaudíveis entre os estalos das gotas de chuva contra o chão. O sol brilhou forte durante toda a manhã e tarde porém, quando o dia se fez noite e o colégio Karasuno se preparava para fechar seus portões, uma fina garoa começou a enfeitar a noite refletindo em cada pequena gota a luz da lua.

Seria uma visão muito bela aos olhos da manager da Karasuno se ela não tivesse esquecido completamente de seu guarda-chuva... Ela andava cada vez mais distraída, sempre colocando o clube de vôlei como prioridade na própria cabeça, só podia culpar a si mesma e sua habilidade de focar apenas em uma coisa por vez. Na verdade, Kiyoko nem se preocuparia tanto em se molhar se não fosse por todas suas anotações sobre os treinos e sobre o desempenho e habilidades dos times adversários. A garota carregava os finos cadernos e diversos papéis nos braços já que toda aquela papelada não caberia em sua bolsa – os livros e cadernos do terceiro ano do ensino médio eram bem grossos.

A manager suspirou cansada, os portões fechariam em poucos minutos então, ou ela encarava a chuva fina ou ela ficava presa na escola até a manhã do dia seguinte.

Respirou fundo e, depois de dar o primeiro passo em direção de céu aberto tentando proteger suas anotações com o próprio corpo, a garota fechou os olhos e esperou a água gelada começar a lavar sua pele e, infelizmente, lavar a tinta dos escritos nos papéis que ela carregava junto ao peito... Mas as gotas nunca vieram.

Kiyoko abriu os olhos devagar e, olhando para cima, conseguiu ver a lua que brilhava sem cessar entre nuvens pesadas de chuva; entre seus olhos e a bela visão do satélite natural, havia uma fina camada de plástico transparente. Ao desviar os olhos do brilho da lua, Shimizu foi quase cegada por um brilho ainda mais intenso, um sorriso cheio de carinho de Sugawara que acenava bobamente com uma mão e, com a outra, segurava um pequeno guarda-chuva transparente sob Shimizu.

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Shimizu Kiyoko chegou em casa completamente seca. Em uma mão, suas tão prezadas anotações e, na outra, a palma suave e gentil de Sugawara Koushi.