Terça, 17 de Novembro. (Continuação)
Georgia engole seco, seu coração paralisa de tensão, Tony não para de encarar sua boca:
- Estou congelando! - Ela se levanta rápido o tirando do transe. - Vou entrar! - Complementa inibida.

- Hã? Ah! - Ele percebe a situação se pondo em pé. - Melhor eu entrar também. - Fala tentando não parecer constrangido.

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Ela balança a cabeça concordando e caminha para dentro da casa, ele entra logo após.
No quarto Geor revira na cama com milhares de pensamentos atormentando a mente. Adormece horas depois com dor de cabeça.

Quarta, 18 de Novembro.
Taylor caminha pela casa entediada, sem nada para fazer ela pega um casaco, o veste e sai batendo a porta. Caminhando pela rua, onde o tempo é muito frio, ela segue reto indo para uma livraria do bairro, entrando na loja sente o perfume de incenso de rosas, vê muitas flores e artesanatos; uma livraria doce e singela. Olhando os corredores de prateleiras ela encontra Georgia sentada em uma das cadeiras de leitura, concentrada e avoada. Se aproximando devagar, ela a chama tentando não a assustar:
- Georgia?

- Hã? - Olha para cima. - Ah! Oi Taly! - Exclama e sorri. - O que faz aqui?

- Hum... Eu sei que recusei vir antes, mas estava muito chato ficar naquela casa, então resolvi pelo menos sair um pouco, nem que seja para ver livros chatos. - Explica sem interesse enquanto passa a mão por livros.

- Ah. Bem... Procure algo que te interessa, algum livro, revista ou até jornal! - Sugere.

- Hum. Okay. - Acentua.

Vendo alguns livros, Taylor lê rapidamente os títulos, até que lê um e volta a olhar instantemente.
- "Invisível: Sem identidade, sem história". - Resmunga.

Após observar o livro por alguns momentos, ela vai até Georgia, que lê distraída, e a interrompe a leitura:
- Será que você pode me contar umas coisas? - Pergunta neutra.

- Te contar coisas?! - Sublinha a encarando.

- Sim. Tipo... Como estava sendo este ano? Como estava minha vida? - Acentua.

- Ah! Quer saber mais da sua vida. Bem.. - Fecha o livro. - Posso te contar sim! - Sorri meiga.

- Ótimo. - Puxa uma cadeira e se senta em sua frente. - Comece.

- O-Okay. - Gagueja. - Terminamos o 2° ano do ensino médio este ano, vamos para o terceiro. Huum... Sempre fomos boas alunas, na verdade, os outros alunos sempre nos consideravamos as "nerds" da escola. - Revira os olhos. - Nunca concordamos com isso, pois é basicamente ridículo, só estudamos muito e compreendemos muito rápido os assuntos.

- E minhas amizades? - Questiona.

- Não tínhamos muitos amigos, apenas Amélia, Sarah e Manuel. Mas na maioria das vezes eram só nós duas... Sozinhas no mundo, sonhadoras solitárias! - Ri delicada.

- Ah. O que estava acontecendo antes do meu acidente? - Ressalta.

- Estava... Estava... - Fica receosa. - Estávamos afastadas, eu.. eu estava brigada com você, sem falar com você!

- Por que? O que aconteceu? - Indaga.

- Hã.. Nós... - Resmunga tensa.

O celular toca cortando a tensão. Luna liga:
- Alô! - Geor atende.

Minutos depois ela desliga e se levanta:
- Titia está pedindo para não demorarmos. - Conta. - Eu vou passar numa loja de fandons ainda, vai comigo? - Pergunta gentil.

- Vou. - Diz.

Na loja, elas encontram vários fãs lunáticos, e outros ainda mais loucos. Georgia tenta passar por uma multidão que enche os corredores.
- Com licença. - Pede para uma das vendedoras. - O que está acontecendo?

- É uma promoção. Quem achar a foto com o autógrafo da Taylor Swift, ganha uma mala cheia de prêmios com o logotipo dela e concorre a uma tarde na casa dela, com sua companhia e mais de uma amiga famosa. - Conta.

- Uau! - Exclama empolgada.

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- Sim, é bem legal! Estas garotas já estão desesperadas, estão procurando pela foto faz mais de uma hora. Não vão descansar enquanto não acharem! - Ressalta.

- Bem, espero que achem. Vamos, vou comprar a revista para irmos para casa! - Diz para Taly.

- Okay.

Georgia pega a revista que procura, vai para o caixa e fica na fila esperando sua vez:
- Eu já volto! - Taylor diz saindo.

- Está bem. - Entende.

Em pouco tempo ela volta correndo:
- Rápido, temos que ir! - Destaca parecendo apressada.

- O que aconteceu?! - Indaga confusa.

- Eu achei, eu achei a foto! - A mostra.

— É a foto!— Umas meninas distantes veem.

Elas notam que perceberam:
- Temos que ir! - Taylor diz receosa.

- Okay.

Georgia paga a revista rapidamente:
- Anda, vamos, vamos! - Insiste. - Elas estão vindo!!

- Vamos!

As duas passam pela saída e encontram várias garotas paradas por perto, tentam parecer calmas, andando devagar.
- Estas garotas estão com a foto! - Gritam.

Taylor e Georgia engolem seco, olham para trás:
- Vocês... - Georgia para de falar por as ver se aproximando.

- Vamos! - Taly a puxa.

Meninas aparecem na sua frente, dos lados, tentando fechá-las:
- Nos dê esta foto! - Pedem.

- Não. Eu achei, é minha! - Realça Taylor.

- Queremos esta foto! - Gritam.

As garotas as encaram bruscamente, como leoas se preparando para atacar, até que atacam:
- Corre! - Georgia manda.

Correndo pelas ruas as duas são perseguidas por garotas atordoadas:
- Oh Meu Deus! - Exclama Georgia assustada. - Entregue esta foto Taylor!! - Grita ofegante.

- Nunca! É minha!! - Sublinha.

Desgovernadas as garotas correm atrás delas incansavelmente. As pessoas veem primeiramente duas garotas, uma loira e uma morena, fugindo assustadas de um grupo de basicamente 100 garotas que aparecem logo atrás, elas estão loucas e enfurecidas.
- Elas estão se aproximando! Vão nos matar! Elas vão nos matar!! - Georgia diz atormentada.

Tropeções, esbarrões, quedas, cansaço; nada faz as fãs pararem de persegui-las.
- O que vamos fazer?! - Indaga.

- Por aqui! - Taylor a puxa.

Cansadas elas entram na garagem de um supermercado, se escondendo atrás de um carro:
- Se abaixa, rápido!

Elas arfam exaustas; ficam agachadas enquanto muitas garotas passam direito sem vê-las:
- O que custava você entregar a foto para elas? - Georgia reclama murmurando.

- É minha! Não vou entregar algo meu assim, tão facilmente. - Informa.

- Isso você tem da Taly antiga. Esta teimosia! - Acentua.

- Hum.. - Resmunga observando em volta. - Acho que já foram!

- Acha? - Questiona.

- Sim. - Afirma.

— Elas estão ali! — Uma menina as vê.

- Que droga! - Taylor reclama.

Elas correm pelo estacionamento no meio de carros parados e andando:
- Para onde vamos? Não tem saída! - Geor sublinha.

- Venha! - A chama.

Esperta Taylor decide ir para as escadas; abre a porta:
- Para onde esta escadaria leva? - Georgia pergunta arquejante.

- Não sei. - Vê as garotas chegando perto. - Mas vamos descobrir. - A empurra e bate a porta. - Corre!

Subindo rapidamente os degraus não demora muito para começarem a serem perseguidas novamente, as fãs loucas correm atrás delas pela escada acima. Ficando exaustas elas saem desgovernadas na rua após acharem a saída:
- Eu não aguento mais. Temos que fazer alguma coisa, elas não vão parar até nos alcançar! - Comunica Georgia.

- Veja pelo lado bom, agora estão em menor quantidade. Teve ter só umas 30 garotas! - Ironiza.

Se afastando ainda mais de casa, o grupo se aproxima velozmente atrás delas, Georgia não aguenta mais correr e Taylor vai ficando para trás, uma das garotas chega perto e a puxa pelo cabelo, fazendo uma brusca parada:
- Me solta! - Grita a dando um soco no olho.

Os passos vão ficando mais lentos, sem forças elas ficam muito próximas das garotas loucas. Passando por pedras na rua Georgia escorrega e cai em cima da perna:
- Droga! - Reclama.

- Rápido, se levante. Elas estão chegando! - Taylor a ajuda a levantar.

Mesmo mancando ela não para de correr, porém seu pé doloroso a faz ter uma atitude:
- Por aqui! - Puxa Taly.

Elas entram numa casa cujo o portão está aberto e se escondem no canto do muro. Ofegantes e exaustas elas se sentam sem firmeza ou disposição. Por sorte nenhuma fã as vê e passam direto:
- Graças à Deus! - Georgia resmunga cansada. - Não aguentava mais.

- Também não. - Comenta.

Respiram fundo várias vezes.
- Quem são vocês?

- Hã... Desculpe! - Pedem.

A dona da residência aparece no jardim:
- Desculpe, nós não... Desculpe por entrarmos assim na sua casa! - Georgia pede se levantando.

- Quem são vocês? O que querem? - Interroga.

- Eu sou Georgia Emanuelly e esta é Taylor Alyce, nós estávamos sendo perseguidas por umas fãs loucas, não sabíamos mais o que fazer, então vi seu portão aberto e entramos sem pensar. - Explica nervosa.

- Conseguiram fugir delas? - Pergunta curiosa.

- Sim, sim... Obrigada. - Agradece.

- Que bom! Eu sou Ruth. Querem entrar? Tomar um pouco de água? Parecem exaustas! - Comunica.

- Hã... - As duas se olham.

- Pode ser! - Taylor diz.

Elas entram e vão para a cozinha:
- Taly, ligue para titia, para ela vir nos buscar. - Georgia manda.

- Okay. - Pega o celular.

- Você se machucou? - A senhora a pergunta.

- Hã... Sim. Mas acho que não foi nada demais! - Detalha meiga.

- Seu joelho está sangrando! - Destaca. - Vou pegar o kit de primeiros socorros para te ajudar! - Diz bondosa.

- Obrigada! - Agradece educada.

Enquanto Ruth cuida de seu ferimento Taylor aparece:
- Ligou?

- Sim, ela está vindo. - Responde. - Então... Você mora sozinha? - Pergunta para Ruth.

- Não. Moro com minha neta, ela está na faculdade agora! - Diz gentil.

- Desculpe novamente por entrarmos na sua casa daquela maneira. - Georgia repete.

- Tudo bem! Não é a primeira vez que isso acontece, não é a primeira vez que essas garotas perseguem alguém. Elas são um tanto loucas! - Brinca.

Todas riem. O tempo passa e o transporte chega:
- Minha tia chegou, obrigada por tudo Ruth! - Agradece.

- Por nada mocinhas! Até mais ver! - Se despede.

- Tchau!

Saindo da casa a porta do carro se abre e Tony desce, porém todos estão presentes:
- Entrem logo meninas! - Luna pede. - Vamos jantar em uma pizzaria.

- Que bom, estou com fome! - Taylor conta entrando no carro.

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Georgia caminha mancando:
- Se machucou? - Tony a questiona.

- Sim. - Concorda.

- Quer ajuda?

- Não precisa, não é algo grande. Obrigada! - Acentua educada entrando no carro.

Tony respira forte, entra, se senta e bate a porta:
- Vamos. - Diz sério.

Na pizzaria as meninas contam como foi a perseguição:
- Eu dei um soco em uma menina! - Taylor conta.

- Taylor! - Sua mãe a chama a atenção.

- Foi o reflexo, não pensei antes! - Se defende.

Todos riem com a situação, apesar de ainda os preocupar. Com a refeição terminada, eles vão para o carro:
- Está vindo uma tempestade de neve! - Lucas informa.

- Não vai dar tempo, a tempestade vai nos alcançar! - Tony impõe.

- Ele está certo, então é melhor irmos logo. Para não ficar mais perigoso! - Luna diz abrindo a porta do carona.

- Okay!

No caminho a tempestade os pega, toda a cidade fica branca; árvores, ruas, casas, carros. Chegando em casa eles correm para fechar as janelas que deixaram abertas:
- Vou fechar as janelas lá de cima! - Georgia diz subindo a escada.

- Está bem. - Luna entende.

Georgia sai fechando as janelas como diz, por último entra no quarto de Tony, devagar fecha a sua janela. Se sentindo ainda um pouco cansada ela se senta na cama admirando a neve cair do lado de fora, o perfume de Tony está em todo o cômodo; Geor respira fundo, e de repente as luzes se apagam, ficando no escuro.
- Georgia Emanuelly! - Tony aparece na porta segurando uma vela. - Minha mãe está mandando todos dormirmos na sala por causa da falta de energia, vá pegar suas coisas.

- Está bem. - Se levanta. - Com licença! - Pede com ele na sua frente na saída.

Ele permanece parado sério:
- Tony! - O encara. - Dei-me licença, por favor! - Não perde a educação.

- Leve uma lanterna. - A entrega.

- Obrigada! - Agradece e sai.

No quarto ela se troca, colocando um pijama fofo, depois pega edredons, lençóis, travesseiros, e um urso de pelúcia; desce para a sala onde encontra Taylor arrumando seu lugar:
- Por que temos que dormir aqui?

- Sua mãe gosta que todos durmam juntos quando falta energia, princialmente se for por causa de uma tempestade. - Ela conta agradável.

- Hum. Frescura! - Resmunga chata.

- Zelo. - Acentua.

Cada um se acomoda em um canto da sala; Taylor na ponta, depois Georgia, Luna, Tony, e Lucas na outra ponta. Eles se deitam e a noite cai profundamente fria; a lareira os aquece suavemente, enquanto isto a madrugada vai chegando, calada, gelada e amena. Luna acorda com frio, se levanta e deita ao lado do marido que empurra Tony para longe, ele se enrola no edredom ao lado, pertencente à Georgia. Sonolento Tony revira ficando de barriga para cima, resmunga inconsciente.

Bem tarde da noite, Georgia se mexe ficando bem perto de Tony, ela vira o corpo ficando quase toda em cima dele, que acorda com aquilo. Sem saber o que fazer Tony engole seco, ela está descoberta, com o corpo sobre o dele; devagar ela sobe por completo, ficando com o rosto no peito dele e as pernas encaixando nas dele. Respirando devagar Tony toca as costas dela receoso, o sono ao qual a mantém adormecida é forte e duradouro; ele admira seu corpo tremendo com o frio e puxa atencioso um lençol para cobri-la, quando ela desce bruscamente de seu corpo, deitando ao lado.
- Que menina é esta?! - Pensa paralisado.

Ele a ajeita e cobre, ficando ao seu lado. Tony admira encantado sua beleza dormindo, alisa com tensão seu rosto com os dedos, tira o cabelo que atrapalha sua bela vista e morde a boca admirando a dela.
- Você é linda Geogia Emanuelly! - A vê abraçar forte o urso de pelúcia. - Admiro sua inocência, e desejo sua boca. Beijá-la! - Sussura enfeitiçado. - É tão doce! - Aproxima o rosto cauteloso. Quase toca seus lábios ao dela. - Tão doce que dá medo de te contaminar com meu gosto amargo! - Revela.

Um impulso faz Georgia mexer-se para frente, tocando os lábios no dele e soltando rapidamente, como um piscar de olhos, mas com isso Tony paralisa. Ele fica extasiado, sem reação; ele fica instigado, com desejos!