Chapter Thirty Seven

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— É lindo. Completamente lindo.

— Quando vejo isso, me sinto vivo. E a sensação é maravilhosa.

— O pôr do sol é inspirador, não acham? — Jake aparece na parte superior das escadas, de onde observamos o céu. — Lembro de quando eu e minha irmã brincávamos o dia todo e, como não tínhamos relógio, nos guiávamos pelo sol. Bons tempos.

— Você sabe dizer que horas são apenas olhando para o sol?

— Agora, por exemplo, eu diria que são quase seis horas — Jake olha pensativo para o horizonte.

— Wow, cara. Parabéns — Alex nos mostra seu celular marcando 17:57. Jake sorri.

— Falando em horário, você não tem pressa para chegar em casa, Cindy?

— É muito gentil da sua parte, mas quem deve saber disso sou eu.

— Eu estava me acostumando com a personalidade legal... — Alex faz uma cara de decepção e dor. Eu rio e olho meu celular.

Quatro chamadas perdidas de Mamãe. Três chamadas perdidas de Papai.

’’P.S.: Não vá almoçar com seu namorado hoje.’’

Minha risada dura pouco tempo.

— Droga — levanto rapidamente quando lembro do bilhete de meus pais. Eu passei o dia inteiro fora e eles já devem estar voltando para casa. E, pior: eu não comprei a ração de Joe!

— Você usa drogas? Porque, se for o caso, está no lugar errado, garota.

— Preciso ir para casa agora — olho para Alex, desesperada. — Consegue me levar?

— Você me pedindo carona?! Caramba, as coisas mudaram mesmo — Alex faz uma expressão de surpresa. O encaro séria e ele parece entender o recado, pois se levanta rapidamente e afaga os bolsos até encontrar suas chaves. — Vamos.

Nos despedimos de Jake e entramos na caminhonete o mais rápido possível.

— Onde você mora?

— Antes, preciso ir em uma agropecuária ou um pet shop para comprar ração para Joe.

— Quem é John?

— Joe é meu gato. Bom... talvez não seja mais... Na verdade, ele pode estar morto de fome...! — olho para Alex. — A vida do meu bebê está em jogo, acelera.

— Se você diz... — ele pisa fundo e sorri.

Logo chegamos em uma lojinha de animais, procurando rapidamente por um alimento de qualidade para felinos.

— Serve esse pacote aqui? Tem várias cores, acho que deve ser com sabores diferentes e tudo o mais.

Alex me alcança a ração.

— Ou corante...

— As cores não fazem muita diferença, do meu ponto de vista.

— Eles só metem corante, então.

— Em primeiro lugar, vegetais e grãos não fazem parte da ’’dieta básica’’ de um gato, tanto que, se esses pedaços verdinhos fossem... hã... alface, por exemplo, os gatos não os comeriam — explico.

— Eles gostam de comer o que os sustenta, nada de verde ou coisas fitness. Beleza.

— Em segundo lugar, gatos não enxergam todas as cores como a gente.

— Hm... Acho que já entendi.

— E em terceiro, eles quase sempre avaliam a comida pelo cheiro. Se o cheiro é interessante, a comida também é — concluo. — Bom, talvez nem sempre.

— Vamos comprar logo?

— Claro, eu estou com pressa, Alex!

Alex me encara um pouco assustado, mas me acompanha para pagar a ração e voltar rapidamente para seu carro, finalmente em rumo à minha casa.

Quando chegamos, reparo que as luzes estão todas apagadas.

Meu pais não chegaram em casa ainda. Eu fui abençoada por Deus.

— Muita obrigada pela carona, Alex.

— Ah! Você me agradeceu me chamando só de Alex — ele carrega uma expressão emocionada no rosto (como a mamãe pássaro orgulhosa de seus filhotes batendo as asas livremente) enquanto o encaro com uma cara de tédio. — Ok, você está com pressa, John vai morrer, já entendi.

— É Joe — digo e logo saio do carro, indo em direção à porta da frente com a sua respectiva chave em minhas mãos. Coloco a chave na fechadura e a giro, abrindo a porta. Viro-me para a caminhonete e aceno com um sorriso cínico para Alex. Ele sorri e então direciona seu olhar para algo atrás de mim, ainda sorrindo.

Não me diga que...