Um mini Sasuke em minha vida

Danem-se as derivadas


Finalmente em casa, depois de um longo dia de estudos na Universidade, Sakura colocou o pequeno Sasuke sobre a cama e foi estudar.

Alguém acha que ela se lembrou de um certo bebê faminto e que, por sinal, estava com a fralda encharcada ? Não, ela estava, no mínimo, pensando que Sasuke é um bonequinho que não precisa comer, não precisa de banho e não precisa trocar a fralda. Só não podemos esquecer de que a Haruno é completamente inexperiente no quesito bebê, portanto esses errinhos são perdoáveis.

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Sentou-se numa cadeira de frente para a sua escrivaninha e deu início aos estudos, mas Sasuke, entediado, faminto e molhado, não estava disposto a deixá-la se concentrar.

"Ei, coisa rosa, me alimente." - O pequenino começou a articular sons completamente incompreensíveis, típicos de bebês quando estão começando a querer falar - "Estou faminto, Sakura ! Me dê comida antes que eu desfaleça de fome."

– A derivada da constante é igual a zero... A derivada de uma constante vezes uma função é a constante vezes a derivada da função... A derivada da soma de duas funções é a soma das respectivas derivadas... - Sakura tentava concentrar-se nas anotações sobre derivadas, mas o pequeno Sasuke já estava passando dos limites - Garoto, me deixa estudar ! - Bradou irritada.

"Como ousa gritar comigo, rosada ?" - Encarou a Haruno com os olhinhos semicerrados, determinado a não desistir de conseguir um alimento e uma fralda limpa - "Eu quero comer ! Eu quero um banho ! Depois que essa porcaria vazar e eu molhar a sua cama, aí você vai reclamar."

Sem conseguir se concentrar, Sakura decidiu tentar estudar na cama, pois pensou que Sasuke poderia estar com medo de ficar sozinho.

Doce ilusão...

Infelizmente o negócio fez foi piorar, pois o pequenino ficava puxando os cadernos, pegando as apostilas e mexendo no estojo... Enfim, ficou infernizando uma rosada que não conseguiu estudar.

– Que saco ! - Falou irritada, tomando o caderno das mãozinhas de Sasuke pela milionésima vez - Por que você não me deixa em paz, criaturinha ? Eu preciso estudar.

"Cara, derivada é tão simples, como é que você não entende ?" - Olhou para a rosada com a carinha confusa - "Enfim, eu quero comer. Os estudos podem ficar pra depois, meu estômago é mais importante do que isso."

– Sasukito, me deixa estudar - Falou com uma voz infantil e apertou a bochecha esquerda do pequeno gordinho.

"Sasukito ? Que intimidade é essa ?"

– Vem cá, senta aqui no meu colinho - Sakura colocou o bebê em seu colo e pegou as anotações feitas na apostila - Vamos fazer de conta que estamos lendo uma historinha, pode ser ?

"Historinha de terror, só se for... Não se faz isso com uma criança, sabia ? Traumatiza. Cálculo traumatiza qualquer um, na verdade... Menos as derivadas, porque derivadas são legais."

– A regra da cadeia é uma regra de derivação que nos permite calcular a derivada de uma composição ou um encadeamento de funções...

"Danem-se as derivadas." - Sasuke começou a resmungar, quebrando completamente a linha de raciocínio da rosada - "Meu estômago tá roncando e minha fralda tá molhada, sua insensível."

– Não chora, bebê - Levantou-se desesperada com o pequeno Sasuke nos braços, deixando pra trás as apostilas, caderno e sua calculadora científica - Sasuke, se acalma.

"Como você pede pra eu me acalmar ?" - O moreninho chorava cada vez mais alto, para o desespero de uma certa rosada - "Ninguém me entende, eu tô sofrendo, sabia ?"

Sakura tentou fazer o garoto se acalmar, mas foi completamente em vão, pois Sasuke se empenhou em fazer um belo de um escândalo.

– Minha nossa... - Foi quando a Haruno finalmente se tocou - Essa fralda tá pesada, heim.

"Agora que você percebeu ? E eu fiz só xixi, mas tá desde hoje cedo, sabe... Você se esqueceu de me trocar lá na Universidade, sua desnaturada."

– Você precisa de um banho, porquinho - Falou risonha.

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"Você me deixa imundo o dia inteiro e ainda vem me chamar de porquinho ? Que calúnia !"

Sakura despiu o pequenino e o levou até o tanque novamente, sem nem se importar com o fato de que estava escurecendo, consequentemente esfriando, e Sasuke era apenas um bebezinho... Mas não podemos cobrar muito de uma pessoa sem experiência com bebês, certo ?! Afinal, ela não iria enfiar o coitado de baixo do chuveiro.

Mas Sasuke estava com tanta vontade de tomar um banho que nem se importou com o frio medonho que começou a fazer lá fora.

– Que piupiu pequenininho - Sakura riu enquanto dava banho no garoto, sem ao menos imaginar que ele estava entendendo tudo.

"Ora essa, é o frio, por isso está menor... E por que você anda reparando nisso, sua tarada ?" - Cruzou os bracinhos em frente ao corpo e inflou as bochechas que ficaram ainda mais fofinhas - "E me ensaboa direito !"

Percebendo que estava começando a esfriar e que Sasuke estava tremendo, Sakura decidiu levar o pequenino de volta para o quarto, lá o secou direitinho, colocou a maldita fralda descartável que Sasuke passou a odiar e finalmente o vestiu com um pijaminha azul bebê.

– Onw... Que amor ! - Sakura praticamente começou a ter um ataque de fofura, seus olhos verdes até brilharam - Você ficou tão bonitinho com esse pijaminha...

"Me sinto ridículo, mas admito que é confortável."

Um barulho estranho se fez presente no quarto da Haruno que logo chegou à conclusão de que era nada mais, nada menos do que o estômago de um certo bebê roncando... Pois é, chega uma hora que a fome aperta.

– Eita - Ela arregalou os olhos, encarando aquela criaturinha tão pequena cujo estômago fez um barulho ridiculamente alto - Você tá com fome, heim...

"Tô quase desfalecendo aqui, sua desnaturada."

– A Hinata disse que você já pode comer comidinha, então acho que vou fazer uma sopinha.

"Eu esperava uma lasanha, uma torta ou uma pizza... Mas já é um começo."

Sakura deixou o pequenino sobre a cama, obviamente que rodeado por travesseiros, e foi até a cozinha para fazer uma sopa.

Sasuke ficou indignado com o fato de que uma pessoa deixou, tranquilamente, um bebê sozinho num quarto, em cima de uma cama. Se o Uchiha também tivesse a consciência de um bebê, provavelmente tentaria descer da cama e levaria uma bela de uma queda.

Enfim, Sasuke, como o bebê ajuizado que é, jamais tentaria descer sozinho daquela cama que para ele era tão alta e esperaria ansioso por sua sopinha.

Como na maioria das casas de universitários que moram sozinhos, a geladeira da rosada mais parecia um galinheiro, só tinha ovo. Foi quando ela viu alguns tomates que já estavam quase estragando ali, então decidiu fazer uma sopa de tomates para o pequeno Sasuke.

Sim, sopa ela sabe fazer.

O pequenino já estava todo esticado na cama, completamente esparramado enquanto sentia o cheirinho gostoso que vinha da cozinha, esperando que o gosto da sopa fosse tão bom quanto o cheiro.

Se bem que o melhor tempero que existe é a fome, então com certeza a sopa estaria ótima.

Sakura entrou no quarto e rapidamente Sasuke se sentou, com os olhos brilhando e a boquinha salivando, almejando mais do que tudo aquela sopa.

– Olha o que eu fiz pra você - Cantarolou a Haruno, fechando a porta do quarto e andando em direção à cama onde um certo bebê estava quase pulando de alegria.

"Comida..." - O pequenino soltou uma risada gostosa e Sakura achou a coisa mais fofa do mundo, até porque não existe nada mais gostoso do que a risada de um bebê.

– Que lindo - Comentou, ainda encantada com o bebê que não tinha dado uma risadinha até então - Aqui Sasuke - Ela colocou um pouco de sopa na colher - Olha o aviãozinho.

"Me respeita." - Ele fechou a cara - "Esse negócio de 'Olha o aviãozinho' é brochante pra cacete... Só vou comer porque estou com fome."

O bebê provou a primeira colherada da sopa de tomates -sua favorita- e adorou, comeu tudo como se não houvesse amanhã, repetiu umas três vezes e ficou estufado, com a barriguinha enorme...

– Comeu que ficou triste, heim bebê - A rosada comentou quando Sasuke finalmente não quis mais comer - Quase que come o prato.

"Devo admitir que no quesito sopa de tomates você só perde pra minha mãe... É quase tão boa quanto."

Ela deixou o pequenino quase adormecido na cama e foi lavar a louça e em seguida foi tomar um banho para dormir também, pois essa sua vida de mamãe e estudante não estava dando certo. Sem falar que Sakura já tinha perdido completamente o pique para estudar, portanto, as derivadas poderiam ficar pra depois.

Tomou um banho quente e demorado para relaxar, depois, ainda de toalha, tomou um leite quente na cozinha e foi direto para o quarto, onde Sasuke continuava todo esparramado -e pra lá de fofo- na cama.

– Que fofura - Comentou risonha, abrindo o guarda roupa para pegar um pijama - Sasuke realmente era uma gracinha quando bebê...

"Eu ainda sou uma gracinha, tá ?!"

Após se enxugar, Sakura jogou a toalha sobre a cama para poder se vestir, afinal, Sasuke é só um bebê e bebês não entendem as coisas, certo ?!

Bem, bebês normais são inocentes e não entendem as coisas... Mas Sasuke é tudo, menos um bebê inocente.

"Sakura, você percebeu que está nua na minha frente ?" - Ele se sentou, arregalou os olhinhos e suas bochechas ficaram extremamente vermelhas.

– Que cara é essa, bebê ? - Sakura riu da expressão que se formou no rostinho do pequenino, claro que a última coisa ela imaginaria é que Sasuke estava completamente consciente - Você fica fofinho assim, sabia ?

"E você fica uma delícia assim, Sakura... Olha, seus pais estão de parabéns."

Sakura vestiu um pijama bege -cor extremamente brochante, na humilde opinião do pequeno Sasuke- e pegou a toalha para estender lá fora; enquanto isso um certo bebê continuava admirado e se sentindo culpado por ter visto a Haruno como ela veio ao mundo... Bem, tecnicamente a culpa é dela, já que foi ela quem se despiu na frente dele.

Tá, mas por que ele simplesmente não fechou os olhos ? Ora essa, ele é bebê mas ainda é homem, fechar os olhos ao ver uma mulher linda nua é pedir demais.

Voltando para o quarto, Sakura se deitou ao lado do pequenino que nunca mais iria vê-la da mesma forma.

"Minha nossa, sou um pervertido... Mas não foi minha intenção, a culpa foi da Sakura."

– Vem aqui comigo, bebê - Sakura aconchegou o pequenino, trazendo-o para mais perto de si.

Sasuke apoiou a cabecinha nos seios medianos da rosada, sentindo-se novamente um pervertido por isso, mas a culpa não é dele se aquilo estava extremamente confortável.

"Será que ela vai me deixar fazer isso quando eu voltar ao normal ?" - Pensou esperançoso - "Ora essa, Sasuke, não pense bobagens !"

No calor dos braços de Sakura, o pequeno Sasuke pegou no sono rapidinho e sonhou com... Sopa de tomates.

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