Não se apaixone por mim
Capítulo 27
Uma grande parte da minha vida eu dei mais importância ao dinheiro e as coisas que meus amigos diziam, eu deixava de apoiar quem eu precisava para sair para festas e curtir. Demorei para perceber o quanto eu estava deixando da minha vida de lado. A buzina alta do carro ainda soava em meus ouvidos como se o momento ainda estivesse ocorrendo, por um lado eu me sentia péssima, pelo outro eu respirava aliviada por nada ter acontecido.
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Sai de meu estupor com Dimitri falando com uma garota bronzeada de cabelos curtos no estilo Chanel, eu pisquei em sua direção e ela me encarou curiosa.
—Você não é a irmã de Jade? –Ela perguntou.
—Pare de tagarelar Mirella e fale logo, ela não está bem.
Mirella não demorou muito depois disso. A garota nos encaminhou por um corredor quase vazio e nos enfiou em um quarto mediano onde o som da música estava abafado. Dimitri me sentou delicadamente na cama e logo a porta estava sendo fechada e meu vizinho estava com uma caixa branca em mãos.
— O que você vai fazer?
—Fica quieta. –Sibila Dimitri enquanto abre a caixinha.
—Como assim fica quieta? Fica você!
Eu começo a me levantar mas acabo sentando-me novamente quando meus joelhos reclamam de dor. Eu olho para baixo e vejo meus dois joelhos da calça jeans rasgados e pintados em um vermelho vivo.
—Quando eu machuquei tudo isso? –Pergunto meio pasma.
— Você nem mesmo notou, não é?
Dou de ombros e Dimitri abre um grande sorriso.
—O que foi garoto? –Pergunto.
— Isso vai soar meio malicioso, mas você vai ter que tiras as calças. – Murmura Dimitri risonho.
Levanto minhas sobrancelhas de forma questionadora e respondo irritada.
—Nem nos seus sonhos queridinho.
Dimitri ri alto.
—Nos meus sonhos você não tira só as calças, mas a roupa toda. –Diz Dimitri
Eu me estico e dou um tapa forte em seu braço direito, mas mesmo assim não faço ele recuar. O infeliz se põe a rir.
—Você é um idiota. –Digo enquanto levanto.
—Tudo bem, desculpe. –Ele diz enquanto me segura e faz eu me sentar novamente. –Eu estava brincando.
Sem mais palavras o mesmo pega um algodão umedece e começa a passar delicadamente sobre meu joelho. Quando eu tremo meu vizinho congela sua mão e sem me encarar pergunta:
—Você está bem?
Eu respondo:
—Uhum.
E ele prossegue com seu trabalho.
Posso sentir meu coração martelar de forma rápida e forte, e minha respiração se acelera rapidamente.
—Você é maluca sabia? –Ele diz com uma pitada de humor na voz.
Reviro os olhos, mas não respondo, notando meu silencio ele continua:
—Não precisava ter ficado tão assustada com o que eu falei, se for por causa disso, retiro o que disse.
Se antes que havia me sentido péssima, agora eu me sentia pisoteada e acabada. Meus olhos procuraram os seus para tentar ler o que diziam, mas ele me ignorou, continuou a se concentrar especificadamente em meus machucados. Eu estava prestes a começar a tagarelar quando a porta se abriu e o som novamente invadiu o quarto fazendo minha cabeça girar.
—Oh meu Deus Rose! Você está bem?
Os olhos preocupados de Jade me alertavam de sua sinceridade, mas quando a mesma reparou em Dimitri junto a mim sua postura mudou. Ela caminhou até onde eu estava e observou os machucados quase que todos prontos.
—Eu estou bem. –Digo.
—Vamos embora Jade. –Diz Dimitri.
Jade nãos contesta, balança a cabeça rapidamente afirmando e ajuda-me a levantar quando Dimitri dá seu trabalho por terminado.
A caminho do carro ninguém pareceu notar que íamos embora, apenas Jade ficava acenando para algumas pessoas enquanto passávamos.
O caminho para casa fora tranquilo, tão silencioso que se não fosse pelas respirações uniformes do banco da frente juraria que estava sozinha. O carro estacionou em frente à minha calçada e Dimitri logo abriu a porta rapidamente e mais depressa ainda já estava me puxando para fora do carro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Tudo bem, eu posso andar sozinha. –Digo.
—Ela pode fazer isso. Deixe-a. –Diz Jade.
Dimitri a ignora e continua a me apoiar até que o portão de minha casa se abre.
—Nos vemos amanhã. –Diz Jade a Dimitri enquanto me apressa para dentro de casa.
Eu manco rapidamente e assim que abro a porta ambas as cabeças de minha mãe e meu irmão se viram em minha direção.
—Rose! O que houve? –Pergunta minha mãe enquanto se levanta e corre em minha direção.
Eu manco até o sofá mais próximo e me sento. Jade entra e fecha a porta atrás dela.
—Houve um pequeno acidente. –Disse Jade. –Mas Rose está bem.
Eu assinto afirmando enquanto Jaspe chega ao meu lado.
—Quer ajuda para subir para o quarto? –Ele pergunta.
—Sim.
—Quem cuidou de seus machucados? –Pergunta minha mãe olhando para meus joelhos.
—Dimitri. –Eu e Jade respondemos ao mesmo tempo.
Mamãe sorri meio encantada e eu reviro os olhos imaginando o que a mesma estaria pensando. Eu levanto e Jaspe apoia meu peso.
—Está gordinha em! –Ele caçoa.
Eu inclino meu quadril em sua direção o empurrando e ele se põe a rir.
—Boa noite para vocês. –Digo enquanto subo junto a Jaspe.
Meu irmão mais novo deixa-me em meu quarto e sai se despedindo. Lentamente retiro minhas calças, a blusa colada, e em seguida com um algodão retiro toda a maquiagem. Jogo-me na cama se sutiã e calcinha e me cubro até o pescoço. Meu celular vibra na cabeceira e eu o pesco.
A tela pisca no sinal de uma nova mensagem e fico surpresa ao ver que é de Dimitri.
Você está bem?
Enrugo minhas sobrancelhas surpresas enquanto respondo:
Como conseguiu meu número?
A resposta não demora nada para chegar.
Você está bem?
Ele ignora-me completamente, reviro os olhos, mas um sorriso brota em meu rosto enquanto respondo:
Estou bem, e você?
Ele responde:
Acho que melhor do que você. Você dorme de luz acessa?
Enrugo minhas sobrancelhas enquanto olho para a lâmpada acessa.
O que?
Ele responde:
Sua luz está acessa, você não deveria estar dormindo?
Eu pergunto:
Como sabe que minha luz está acessa?
Ele responde de imediato:
Somos vizinhos de janela.
Não preciso olhar pela janela para ver que ele fala a verdade.
Anda me espionando?
Dimitri responde:
Talvez...
Meus olhos pesam e sou levada quase que de imediato para o mundo subconsciente.
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