Luna saiu das Masmorras um pouco mais rápido que o habitual. Não corria e não apresentava nenhuma reação, mas a única coisa que realmente queria era sumir o mais depressa dali possível. Não respondeu os olhares nem o bilhete de Gina durante a aula. Não divagara e nem olhara os colegas depois do episódio com Snape. E ela sabia que a amiga viria logo atrás dela para saber o que de fato se passara ali.

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Mas nem Luna mesmo sabia o que houvera.

Em questão de meia hora, ela passara a compreender o que era atração afetiva e desilusão, sem sequer sair de sua carteira. Era como naqueles romances trouxas que o pai de Gina possuía, de "coming of age" (amadurecimento por meio de acontecimentos, geralmente entre adolescentes) em uma versão 1000 vezes mais rápida. A parte ruim não era a vergonha que Snape a fizera passar, e sim o que ele havia dito.

— LUNA! Luna, me espere! Você não pode correr pra sempre!

Luna diminuiu o passo para que Gina a pudesse acompanhar.

— Por que estava fugindo? Por que não me esperou? E o que foi aquilo?

— Eu não sei, Gina. - ela disse em seu tom normalmente distante e avoado - Deve ser alguma viagem da cabeça do professor.

— Eu não acho que Snape costuma viajar nas aulas para quarto-anistas, mas espero que seja verdade. Eu ficaria muito desapontada em saber que você gosta de alguém e não me contou. Não somos amigas?

— Somos. E eu não gosto de ninguém. Você mesmo ouviu o Snape dizer.

— Ele gosta mesmo de você, Loony. Normalmente ele tiraria uns 25 pontos da sua casa pela falta cometida - Gina encolheu sob o manto, lembrando quantas vezes ela mesma havia passado por tal situação.

— Eu não cometi nada grave, Gina. E ele não gosta de mim. Deve sentir pena, como todos os outros que me cercam. - Diante do olhar assustado de Gina, Luna continuou - Acha que nunca notei? Posso ser diferente, mas ainda assim eu sei entender as coisas.

"Estou na Corvinal não é por menos", ela afirmou mentalmente.

As duas continuaram o caminho para a biblioteca, quando Gina perguntou:

— Luna, o Snape leu seus pensamentos?

— Como assim?

— Naquela hora, ele respondeu ao que você pensava de alguma forma? Não precisa mentir. Eu quero ajudar.

— Bem... Eu não sei... Tinha a ver com alguns pensamentos meus dos últimos dias sim, mas nada relevante.

— Você não acha que deveria procurar aulas de Oclumência?

— Hã?

— Oclumência, a forma que existe de ocultar seus pensamentos. Deve ter alguém aqui em Hogwarts que possa ensinar. Não é confortável ter alguém futricando dentro de nossa cabeça!

— A ideia é boa, Gina. Mas eu não quero chamar mais atenção, ainda mais por bobagem...

— Não é bobagem, é segurança! Snape já é cruel demais sem motivos! Eu posso conseguir alguma coisa pra você hoje ainda!

— Ah é? - Luna colocou seus livros em uma mesa da biblioteca e sorriu avoadamente - E como?

— Depois do jantar você saberá.

As duas então passaram às tarefas do dia, e o assunto mais uma vez morreu entre elas.