Agora e Sempre

O Casamento


Hinata cantarolava uma música baixinho enquanto passava manteiga nas torradas, encheu uma caneca com café e colocou junto as torradas na bandeja que preparara. Satisfeita como a muito tempo não se sentia, acomodou a bandeja na mesa de cabeceira e se inclinou para acordar Naruto, o que já sabia que não seria uma tarefa tão fácil, apesar de ter tentado ao máximo não fazer barulho durante a preparação do café era um feito quase impossível, mas mesmo assim ele não despertou.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Após algumas tentativas Naruto abriu os olhos completamente desorientado, seu único cumprimento foi um leve sorriso.

— Por que só eu estou exausto esta manhã? - ele indagou por fim, a voz ainda um pouco sonolenta.

— Gosto de levantar cedo - Hinata informou - Mas acho que à tarde vou estar caindo

Ele olhou para sua camisa laranja que ela usava.

— Você fica linda de laranja - Hinata corou com o elogio e desviou o olhar, mas ele a segurou pelo queixo a obrigando a encontrar seus olhos - Me promete que você nunca mais vai desviar seus olhos dos meus.

— Prometo.

—---

Depois disso o tempo pareceu se arrastar, teriam quer ir ao cartório as dez horas, ela começou a procurar alguma coisa para ler, mas sua inquietação não a deixaria se concentrar em uma leitura, tudo cessou quando Naruto estendeu sua mão para ela, Hinata sentou-se entre as pernas dele, encostando suas costas no peito dele. Abraçando-a pela cintura ele acariciou sua barriga, podia sentir a emoção dele.

— Você acha que é menino ou menina?

Hinata colocou suas mãos sobre a deles.

— Você tem alguma preferência?

— Não, mas...

— Mas?

— Se for menino eu gostaria que ele tivesse o mesmo nome que o meu herói.

Hinata virou-se, um sorriso curioso em seus lábios.

— Quem é seu herói?

— O quarto hokage, Minato Namikaze

— Minato, Minato Uzumaki - ela sussurrou - eu gosto.

Antes que as lágrimas transbordassem de seus olhos, Naruto segurou o rosto dela e a beijou.

—--------

A cerimônia do casamento foi simples em uma pequena vila próxima a Konoha, em comparação com os casamentos luxuosos que ela comparecera o seu fora rápido e mais parecido com uma transação comercial. Para deixar tudo mais deprimente, Naruto não poderia acompanha-la de voltar para casa, pois recebera uma mensagem exigido sua presença junto ao hokage. Ele se desculpo incontáveis vezes, Hinata não pode mais que consola-lo dizendo que estava tudo bem e que se veriam mais tarde.

Agora era um fato, estava casada. Antes que as preocupações a atingissem entrou em uma pequena loja de novelos de lã, daria um presente a Naruto. Com seu ânimo um pouco mais elevado, resolveu que faria um jantar especial para os dois.

Como ainda lhe sobravam algumas horas antes de começar a preparar o jantar, sentou-se na cama, já que não havia nenhuma poltrona no pequeno apartamento e começou a tricotar, em uma vão tentativa de afastar as aflições que a perseguiam, não queria pensar em tudo que crianças necessitavam, nem imaginar o trabalho de parto. E se após o nascimento do bebé Naruto decidisse que não queria mais ficar com ela, ou será que ele estaria mesmo pensando que poderiam se marido e mulher de verdade.

Seus dedos se moveram com rapidez fazendo a linha ganhar forma, o trabalho repetitivo lhe dava uma certa sensação de controle. No meio da tarde, a gravidez que ainda não parecia real manifestou-se sobre a forma de um sono incontrolável obrigando-a a deixar o tricô. Teria tempo de dormir um pouco e ainda lhe sobraria tempo para prepara o jantar.

Hinata despertou sentindo-se incrivelmente revigorada. Se moveu pela cozinha retirando utensílios e ingredientes para preparar sua receita, quando Naruto chegasse teria uma surpresa. A ideia de vê-lo voltando, voltando para ela a encheu de alegria. Se apoiando a pia onde estava cortando alguns legumes, lembrou-se da forma como fizeram amor e teve que pensar em outra coisa, pois começou a deseja-lo intensamente. Sabia que corria o grave perigo de apaixonar-se pelo pai de seu filho. Grave perigo? Refletiu com um sorriso, nada poderia ser mais delicioso, desde é claro, que Naruto também se apaixonasse por ela. E era nisso que desejava acreditar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Naruto corria pelas ruas de Konoha, esforçando-se para não empurrar as pessoas que se interpunha em sua frente. Precisar deixar sua mulher sozinha em seu primeiro dia de casado lhe pareceu um mal agouro, mas o hokage exigira sua presença, se fosse qualquer outro teria mandado ao inferno, mas o velho era alguém a quem tinha um profundo respeito. A reunião se estendeu mais do que o necessário, e quando por fim foi liberado, o velho lhe chamou em privado, querendo saber como ele estava indo, se havia algo que gostaria de contar, por um milésimo de segundo acreditou que ele sabia do seu casamento, ideia logo descartada, se ele soubesse não teria organizado aquela reunião maçante com todos os ninjas para discutir os novos equipamentos de segurança, que o abrigou a se revirar em sua cadeira o tempo inteiro.

Sentiu-se culpado por não dividir com ele um momento tão importante de sua vida, mas prometera a Hinata que não contaria a ninguém antes de conversar com o pai dela.

Quando chegou ao seu apartamento entrou silenciosamente, um cheiro delicioso o recebeu, atravessou seu quarto-sala até a cozinha, quando a viu, um arrepio de medo percorreu-lhe a espinha. Hinata estava nas pontas dos pés, em cima de uma cadeira, tentando pegar algo na parte mais alta do armário, o medo diminuiu e seu coração já não batia de modo descontrolado, quando ela desceu da cadeira ainda sem nota-lo.

— Oi - ele chamou, visualizando outras tardes iguais àquela em que voltaria para sua companhia. Imaginou se ela teria pensado nele, depois chamou-se de tolo.

— Naruto! Chegou na hora certa - ela disse, corada e radiante - vem ver o que eu preparei.

Naruto se aproximou dela e olhou para o fogão, com um gesto animado ela levantou a tampa da panela, ele olhou o conteúdo parecendo espantado, impressionado e também emocionado. Ela havia feito lamen para ele. Ninguém nunca tinha cozinhado para ele.

Resolveram jantar em sua pequena varanda vendo a noite cair sobre Konoha e o céu se polvilhado de estrelas, Hinata era uma cozinheira maravilhosa o lamen que ela preparara era o melhor que já provara em toda a sua vida. Conversaram sobre seus planos de se hokage, sobre como ela seria uma ótima líder do seu clã, sobre sua total falta de sintomas de gravidez e até discutiram qual seria o melhor ponto de cozimento do macarrão do lamem.

Quando Hinata começou a tremer com o vento gelado, recolheram os pratos e levaram para a cozinha, ainda conversando sobre nada e tudo. Quando terminaram, ela o olhou e viu o brilho nos olhos azuis.

— Obrigado Hinata.

Ela sorriu.

— Esta é a noite mais linda que já tive - ela declarou baixinho, ele a envolveu em seus braços e deslizou seus dedos pela linha do pescoço dela.

— E o que você me diz da noite passada?

— Então, é a segunda noite mais linda.

Ele sorriu, e a beijou. O desejo correndo por seu corpo, espalhando-se pelas veias como fogo, recusando-se a ser negado. Naruto perdeu o controle. Deslizou a mão sob a camisa dela e segurou um seio, provocando um gemido de prazer que anulou tudo o que lhe restava de hesitação. Erguendo-a a levou até a cama e tornou a beija-la a sintonia entre os dois era tão perfeita que ele sentiu quando ela hesitou, atónita com a voracidade de seu beijo. Aquela necessidade desesperada de possuí-la, que só era abrandada com muito esforço, deixava-o perplexo também. Dominar-se para prolongar os momentos de amor era quase impossível, mas ele obrigou-se a despi-la lentamente e acariciá-la até que ela começou a contorcer-se embaixo dele, correndo as mãos por sua pele aquecida. O toque das mãos e da boca de Hinata incendiavam-no, e cada gemido que ela deixava escapar acelerava o fluxo de seu sangue, enquanto ele a levava de um grau de prazer a outro mais alto, murmurando palavras loucas que exprimiam seu êxtase. E ela o acompanhou, alcançou-o e finalmente gritou, o corpo sacudido por tremores, enquanto ele derramava o líquido quente em seu corpo.

Quando tudo serenou, Naruto a segurou em seus braços o mais forte que podia sem machuca-la. Pela primeira vez na vida, sentia-se profundamente contente e em completa paz. E certo, de que seria capaz de enfrentar o futuro, que se apresentava mais complicado do que nunca, adaptando-o para acomodar os dois. Hinata estava acostumada ao que havia de melhor, merecia o melhor, e era o que ele queria dar a ela. Conseguiria, se Hinata lhe desse uma chance e tempo. Mais tempo com ela. Era do que precisava desesperadamente para fortalecer os laços frágeis que se apertavam mais a cada hora que passavam juntos, unindo os dois. Se ela fosse forte o suficiente para enfrentar o pai, por ele, permaneceriam casados.

A gravidez, que ela encarara como uma calamidade, representara para ele um presente inesperado do destino. Quando a deixara, pensara que só após se torna hokage poderia ter uma chance com ela, seguindo todas as regras, desde que ela não estivesse comprometida com outro homem, e ela era tão linda que não duvidava que isso iria acontecer, o que o encheu de tristeza. Mas o destino decidira agir e entregara o mundo em suas mãos. O fato de esse destino nunca ter sido muito generoso com ele não o desanimava. Ele estava finalmente pronto para acreditar em Deus e na benevolência do universo, tudo por causa de Hinata e do bebé.

A única coisa que achava um pouco difícil de acreditar era que Hinata a herdeira de um influente e poderoso clã, que comportava-se com tanta elegância, estava deitada a seu lado, adormecida em seus braços, abrigando seu bebé no ventre. Naruto espalmou a mão delicadamente sobre a barriga dela e sorriu, porque Hinata não fazia ideia do que ele sentia em relação à criança. Nem como ficara feliz por ela não ter tentado livrar-se do bebé, ou dele. No primeiro dia, quando ela enumerara suas opções e falara em aborto ele se sentira mal do estômago, como se fosse vomitar.

Queria conversar com ela sobre a criança e dizer-lhe tudo o que sentia, mas continha-se, porque sabia que estava agindo como um egoísta miserável, experimentando uma alegria tão grande a respeito de algo que a angustiava tanto. Além disso, Hinata apavorava-se cada vez que pensava no confronto com o pai, e qualquer menção à gravidez lembrava-a do que a esperava.

O confronto com o pai, Naruto refletiu que o homem era um filho da mãe, mas fora ele quem criara aquela mulher fabulosa e por isso merecia sua gratidão. Sentia-se tão grato, na verdade, que estava disposto a fazer tudo o que pudesse para facilitar as coisas entre ela e o pai, quando a levasse de volta no dia seguinte. Tentaria não esquecer que Hinata era filha de Hiashi Hyuuga e que amava o desgraçado arrogante por razões que só ela poderia entender.

—-----------

Hinata olhou para a aliança de ouro que Naruto colocara em seu dedo no dia anterior. Naquela manhã, Naruto levou o café da manhã na cama para ela, colocou a bandeja no criado mudo e sentou-se na borda da cama.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Bom dia princesa, acorde para dar um beijo neste sapo - murmurou, acordando-a

Ela abrira os olhos e vira um sorriso de garoto em seu rosto, um sorriso que nunca se esqueceria, enquanto vivesse. Agora, observando-o dirigir notou seu queixo forte. Quando ele ria, ou quando adormecia, suas feições suavizavam-se de modo delicioso. E aqueles cílios! Ela gostava de admirar seus cílios longos e espessos quando ele estava dormindo, e sentia o impulso de inclinar-se e ajeitar as cobertas a seu redor, porque ele parecia um garotinho.

Naruto virou-se e a pegou o observando.

— Esqueci de fazer a barba? - brincou

Ela riu, porque a pergunta contrariava seus pensamentos.

— Na verdade, estava pensando que qualquer mulher daria tudo para ter cílios iguais aos seus.

— Cuidado moça - ele avisou, olhando-a com uma carranca cômica - Quando eu tinha oito anos soquei um garoto porque ele disse que eu tinha cílios de menina.

Hinata tornou a rir, mas como aproximavam-se de sua casa e do confronto com o pai, o bom humor que ambos haviam tentado preservar começou a desintegrar-se, chegaram a pensar em não contar ao pai dela sobre a gravidez ainda, mas não seguiram em frente, pois esconder o fato aumentava sua sensação de ser uma daquelas esposas adolescentes, que só se casavam por estarem grávidas, e isso era odioso. Decidiram que enfrentariam tudo juntos. E a perspectiva de ser uma esposa de verdade com um marido e uma casa para cuidar, tornara-se extremamente atraente.

— Chegamos - ela murmurou instantes depois, quando pararam em frente a mansão

— Se seu pai a ama tanto quanto você pensa, ele tentará agir da melhor maneira, depois de superado o choque - Naruto afirmou a ajudando a sair do carro, e Hinata rezou para que ele estivesse certo.

— Aqui vamos nós - disse, respirando fundo, atravessando o grande portão, alguns olhares curiosos os acompanharam até chegar a porta principal.

Assim que entraram seu pai apareceu com a aparência de quem não dormira uma semana inteira.

— Onde diabos você estava? Eu cheguei ontem a noite e ninguém sabia informa onde você estava - Hiashi gritou, parecendo querer agarrá-la e sacudi-la. Parecendo não notar a presença de Naruto, parado alguns passos atrás dela, esbravejou - tem ideia do que passou pela minha cabeça Hinata? E nenhum desses incompetentes haviam visto você pelos últimos dois dias.

— Fique calmo e deixe-me explicar - ela pediu, indicando Naruto com um gesto - eu estava com Naruto.

— Seu canalha - o pai explodiu.

— Não é o que o senhor está pensando! - ela disse aflita - Nós nos casamos!

— Vocês o quê?!

— Casamos - respondeu Naruto em tom calmo.

Hiashi Hyuuga levou apenas três segundos para concluir que só existia uma razão pela qual Hinata se casaria com um homem que mal conhecia. Ela estava grávida.

— Deus! - exclamou, e a expressão devastada de seu rosto, a angústia profunda em sua voz magoaram Hinata mais do que qualquer coisa que ele pudesse dizer ou fazer.

Mas quando ela imaginou que o pior já passara, descobriu que apenas começava. Não mais chocado ou aflito, o pai ficou furioso.

Girando nos calcanhares, ordenou que os dois o seguissem até o escritório. Esperou que entrassem e fechou a porta, batendo-a com violência.

Ignorando Hinata completamente, começou a andar de um lado para o outro como uma pantera enlouquecida e, cada vez que olhava para Naruto, seus olhos cintilavam com um brilho de ódio que revelava desejo de matar. Por momentos que pareceram horas, dirigiu todos os impropérios possíveis a Naruto chamando-o até de estuprador.

Tremendo de nervosismo e vergonha Hinata ficou ao lado de Naruto. Abalada como estava, levou vários minutos para perceber que o pai ficara menos furioso por causa da gravidez do que pelo fato de ela se casar com um "degenerado ambicioso de classe baixa”. Quando ele finalmente esgotou o repertório de insultos, deixou-se cair na poltrona atrás da escrivaninha e ficou calado, batendo com um abridor de cartas no tampo, os olhos fixos em Naruto.

As lágrimas não derramadas formavam um nó doloroso na garganta de Hinata. Naruto enganara-se, o pai não aceitaria o que eles haviam feito. Ela seria expulsa da vida do pai e da irmã, a despeito de tudo que acontecera entre eles, sentia-se arrasada. Naruto era um estranho, e a partir daquele dia, o pai seria um estranho também. Não adiantaria tentar explicar o que acontecera, ou defender Naruto, porque de todas as vezes em que ousara interromper a enxurrada de ofensas de Hiashi ele a ignorara ou ficara ainda mais furioso.

Ela se levantou.

— Eu pensei que o senhor poderia entender, mas é obvio que isso não será possível, se me permitir gostaria de ir ao meu quarto pegar algumas coisas - declarou com toda a dignidade que conseguiu demonstrar, virou-se para sugerir que Naruto a esperasse no carro, mas não teve tempo.

— Esta é sua casa Hinata - o pai interrompeu-a com voz tensa - Seu lugar é aqui. Agora, gostaria de falar em particular com Uzumaki.

Hinata não gostou da ideia de deixar os dois homens a sós, mas Naruto fez um gesto de cabeça, pedindo-lhe para sair.

Quando a porta se fechou atrás dela, ele esperou uma nova onda de insultos, mas Hiashi Hyuuga parecia ter readquirido o autocontrole. Com as mãos unidas no tampo da mesa, ficou olhando para Naruto, provavelmente planejando o próximo ataque. Não conseguira nada, com sua demonstração de fúria, de modo que talvez usasse outra tática.

Naruto não esperava, porém, que Hiashi Hyuuga fosse tão perspicaz que conseguisse atingi-lo no único ponto fraco no que se referia a Hinata o sentimento de culpa. E muito menos que sua eficiência nisso fosse tão letal.

— Parabéns, Uzumaki - Hiashi escarneceu com amargura na voz - Você engravidou uma inocente, uma menina de apenas dezoito anos com uma vida promissora pela frente, e que teria o melhor de tudo - Lançando um olhar de desprezo para Naruto prosseguiu - Sabe por que existem lugares como o clube Konoha? Para proteger nossas famílias, nossas filhas de gente imunda como você.

Pareceu sentir que arrancara sangue com aquelas palavras e com os instintos de um vampiro, continuou, depois de uma breve pausa.

— Hinata tem dezoito anos, e você roubou-lhe a juventude, engravidando-a e transformando-a numa mulher casada. E agora quer levá-la para mora em algum casebre para que viva como sua empregada, sei em que tipo de buraco você mora, tenho certeza que o lugar não dever ser maior que esse escritório. O que você tem a oferecer a minha filha é nada, comparado ao que ela tem. Já vivi o suficiente para saber como isso termina.

Apesar de Naruto ter algumas economias guardadas, sabia que não era o suficiente para manter o padrão de vida que Hinata tinha.

E a despeito do antagonismo que sentia por Hiashi Hyuuga reconhecia que tinha a obrigação de tranquilizá-lo quanto ao bem-estar da filha.

— Comprarei uma casa maior, Hinata não terá todo o luxo dessa casa, mas terá uma vida confortável - informou com voz firme, falando pela primeira vez, desde que chegara.

Hiashi gargalhou, então, virou abruptamente o ângulo da próxima facada verbal.

— Você tem couro duro Uzumaki, isso tenho de reconhecer. Mas tem também consciência? Vendeu seus sonhos a minha filha, e ela pagou com sua vida inteira. Você se perguntou se ela também tinha sonhos? Sonhos que ela terá que abandonar. Ela esteve apaixonada pelo mesmo homem desde o início da adolescência, o filho de um dos clãs mais importantes de Konoha, que poderia ter dado o mundo a ela. Ela acha que não sei disso, mas sei. Você sabia?

Naruto cerrou os dentes com força e não disse nada.

— Você já roubou a vida e os sonhos de minha filha - ele fez uma pausa e inclinou-se para a frente - Você não verá nenhum centavo da fortuna Hyuuga, fui claro!

Naruto permaneceu em um silêncio gélido.

— Se acha que vou ter pena quando souber da vida que Hinata está levando com você, e que começarei a dar dinheiro para facilitar as coisas, engana-se - Hiashi informou - Você não me conhece. Pensa que é duro Uzumaki, mas ainda não sabe o que significa dureza. Não me deterei diante de nada para livrar minha filha de você e se para isso for preciso vê-la maltrapilha, descalça e grávida, assim será. Estou sendo claro?

— Perfeitamente. Agora, deixe-me lembrá-lo de uma coisa - Naruto começou - Há uma criança envolvida nessa história, Hinata está grávida, portanto a maior parte do que o senhor disse não tem importância.

— Posso manda-la para longe para ter o bebé - retrucou Hiashi - Também ainda está em tempo de considerar outra alternativa…

Uma fúria quase incontrolável acendeu-se em Naruto.

— Ninguém fará mal ao bebê! - ele declarou em tom baixo e irado.

— Ótimo, se quer a criança, fique com ela.

No caos dos dias anteriores, Naruto e Hinata não haviam comentado essa opção. Não fora necessário, devido ao rumo que as coisas tomaram.

— Isso é totalmente irrelevante, porque Hinata quer ficar comigo - Naruto esclareceu com mais convicção do que sentia no momento.

— É claro que quer! Esse é um mundo novo para ela, fascinante, mas quando esse fascínio acabar Hinata pensará com mais clareza. Assim vou lhe pedir que faça uma concessão, pela qual estou disposto a pagar muito bem, se Hinata saiu a mãe, a gravidez só será notada depois dos seis meses. Para que ela tenha tempo de refletir, quero que você a convença a manter o casamento e a gravidez em segredo.

— Hinata já decidiu que fará isso, ela quer esperar algumas semanas antes de anunciar o casamento a todos - Naruto informou.

O ar de satisfação no rosto de Hiashi fez Naruto apertar os dentes com força.

— Ótimo, se ninguém souber que estão casados, ninguém saberá do divórcio. Tudo limpo e em ordem. O que lhe ofereço por abrir mão de minha filha Uzumaki, é o seguinte, uma polpuda quantia, que lhe permitirá viver como você bem entender.

Em silêncio, Naruto viu o sogro tirar um talão de cheques da gaveta. Por puro desejo de vingança, deixou que ele preenchesse um deles, embora não fosse aceitar. Era uma pequena desforra pelo tormento íntimo que aquele homem lhe causara.

Por fim, Hiashi pousou a caneta, ergueu-se e foi em direção a Naruto.

— Assim que você sair daqui, vou falar com o banqueiro e dizer que este cheque não deve ser pago até segunda ordem - Hiashi avisou - Quando você convencer Hinata a desistir desse casamento e a deixar a criança a seus cuidados o pagamento será liberado. É uma recompensa de cento e cinquenta mil, por você não destruir a vida de uma garota de dezoito anos de idade. Pegue!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Naruto ignorou a ordem.

— Pegue o cheque, porque será o único dinheiro meu em que porá as mãos - o sogro insistiu.

— Não estou interessado no seu maldito dinheiro!

— Estou avisando Uzumaki, pegue o cheque!

— Enfie no…

O pai de Hinata fechou a mão, preparando-se para desferir um soco, Naruto desviou-se quando o punho veio em sua direção, e agarrou o braço de Hiashi torcendo-o para trás.

— Ouça bem o que vou dizer Hyuuga - recomendou em tom zombeteiro - Dentro de alguns anos, serei tão poderoso que poderei comprar você e depois revendê-lo, mas se tentar interferir no meu casamento, eu o matarei. Estamos entendidos?

— Solte meu braço, seu canalha!

Naruto empurrou-o para longe e marchou na direção da porta.

— Espero que não perturbe Hinata contando-lhe o que aconteceu aqui. Afinal, ela está grávida - informou, recuperando a compostura com rapidez espantosa.

Surpreso, Naruto parou, já com a mão na maçaneta, e virou-se olhando-o em tácito acordo. A ira de Hiashi Hyuuga parecia ter-se esvaído e o homem dava a impressão de estar começando, embora com relutância, a aceitar o fato de que não podia desfazer o casamento, e que insistir nessa tentativa abriria uma brecha talvez intransponível entre ele e Hinata.

— Não quero perder minha filha Uzumaki e é evidente que você e eu nunca chegaremos a gostar um do outro, mas pelo bem de Hinata acho que poderíamos tentar viver em paz.

Naruto examinou o rosto transtornado, mas não viu sinal de duplicidade em sua expressão. E o que Hiashi propunha era algo lógico, sensato que interessava tanto a ele próprio quanto à filha.

— Podemos tentar sim.

Hiashi observou-o sair e fechar a porta. Então, picou o cheque em pedacinhos, sorrindo maldosamente.

— Uzumaki você cometeu dois erros, recusou o cheque e subestimou seu adversário.