Internato de Verão
Conflitos
POV´s Mário
Assim que sai — fui expulso — da casa do Paulo, senti meu celular vibrar no bolso de trás do meu jeans.
Eu não estava com vontade alguma de atender alguém naquele momento, mas relutante peguei o celular e vi no visor:
“Ally”
Eu não poderia recusar uma chamada da minha melhor amiga... Poderia?
— Fala nanica
— Como vai filhote de girafa? — nós dois rimos — preciso que venha na minha casa, é caso de vida ou morte.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Suspirei cansado e ela pareceu notar isso, porém ela não disse nada. A linha ficou muda por um tempo até ela romper o silêncio.
— Nunca te pedi nada vai — aposto que ela estava fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança.
— Okay, estou aí em cinco minutos.
[...]
E aqui estou, na porta do apartamento da Ally, tocando a campainha sem parar. Eu sei que ela odeia isso, hehehe.
— Eu vou juro que um dia eu corto esses dedos inúteis — disse ao atender a porta de pijama.
Repto: Uma garota sozinha no apartamento em um prédio movimentado, somente com uma blusa gigante e uma calcinha Box. Sim, esse é o pijama da minha amiga.
— Pirou Alícia? Atender a porta de pijama no meio da tarde — entrei e me joguei no sofá.
Ela “se jogou” ao meu lado e ligou a TV em um canal qualquer, depois voltou a me encarar.
— Relaxa cara, eu sabia que era você.
— E agora podemos ficar seminus na frente um do outro? Tô gostando dessa ideia...
Senti um tapa no meu braço. Ai!
— Você tem uma mãozinha pesada, sabia? — acaricie o local
— Sabia, você mereceu. Assim aprende a não ser um tarado. Tá andando muito com os meninos ultimamente.
— Pois eles dizem o contraio. O Paulo já está me chamando de Mário mariquinha.
Alícia tem um ataque de risos e se joga no tapete. Eu permaneço sentado no sofá com cara de interrogação, até que ela se levanta ofegante e me abraça.
— Você é bipolar — digo retribuindo o abraço — hora rindo da minha cara, hora me agarrando.
— Amor de melhores amigos é assim — ela desfaz o abraço, mas continua aconchegada a mim — até que o imbecil do Paulo falou algo que preste, né Mário mariquinha?
Reviro os olhos e dou um peteleco em seu nariz.
— Alícia Gusman e Paulo Guerra vivem querendo se matar, mas quando o assunto é me ferrar viram até cúmplices!
— Com certeza Mário mariquinha — e com isso ela volta a rir da minha cara.
— Começando a me arrepender de ter vindo para cá — cantarolo
— Foi mal. Mas eu preciso da sua ajuda, é sério.
— Sempre interesseira... Fala de uma vez o que você quer
— Eu quero que você me ajude com uma pessoa...
A interrompo.
— Pera aê, deixa eu ver se entendi... Você me tirou da minha paz e harmonia para pedir ajuda com um garoto? Ally, uma das meninas não pode te ajudar com isso?
— Se você ao menos deixasse eu terminar de falar — suspira —
Quero dar uma lição no Paulo, para me vingar de todas as humilhações que ele me fez passar.
Bufo irritado. Então é isso? Novamente essa porcaria de rixa idiota irá voltar?
— Francamente Alícia, esperava mais de você. Essa atitude é extremamente infantil. Vai se rebaixar ao níveo do Guerra com essas pegadinhas?
— Claro que não. O Paulo nem tem nível para que eu possa me rebaixar a ele. Vai Máriozinho, quebra esse galho para mim.
— Pra depois a árvore inteira cair em cima de mim? Sonha que eu vou me meter nessas babaquices de vocês. Fui Ally.
Beijo sua testa. Saio do apartamento e bato a porta rápido, antes que a senhorita impertinente me alcance.
Paulo e Alícia... Esses dois me intrigam.
POV´s Maria Joaquina
— Finalmente terminamos — exclamo soltando os cadernos — acho que fizemos um filho aqui.
— Com certeza fazer um filho é muito mais interessante — Jaime fala me fazendo corar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Concordei em dar aulas de reforço para ele há alguns meses, ele tem apresentando uma grande evolução.
— Assim você me deixa com vergonha
— Você está vermelha como uma maçã — coro ainda mais — um lanchinho cairia tão bem agora. Tô morto de fome.
— Dessa vez vou ter que concordar com você. Estamos a horas fazendo essas redações. Merecemos a melhor comida do mundo!
— Então só minha mãe para preparar. Ela fez uma lasanha deliciosa hoje e...
— Para idiota. Eu estou com a minha barriga roncando e você ainda vem falar sobre lasanha? — pergunto incrédula.
— Calminha Maria, considere isso como um convite para fazer uma boquinha lá na minha casa.
— Maria? Sério Jaime? Meu apelido é Majo. E outra, eu não quero incomodar sua família.
— Eu prefiro Maria, é mais fácil de lembrar — sorri de canto — somos amigos e você tem me ajudado para pacas nesses últimos semestres. Que tem de mal você ir lá em casa?
Olhando por esse lado...
— Tem razão, eu só vou ligar para o meu motorista...
— A graça da vida é andar — puxa o celular da minha mão — é bom que eu perco uns quilinhos.
— O que eu não faço por um prato de lasanha... Ai meu Deus. Foi mal Jaime, fica para uma próxima, eu combinei com a Margs de passar na casa dela.
— Chama ela também ué. Depois de amanhã vamos estar em um internato cheio de mauricinhos e patricinhas chatas, temos que aproveitar — ele diz saindo da sala e eu o acompanho.
— Hey! Não fala assim, eu sou Patty, e com muito orgulho.
— Você é uma fresca do bem.
— Devo considerar como um elogio?
— Talvez, eu não sou muito bom com essas coisas...
— Okay então — sorrio — vou ligar para a Margs... Ela vai nos encontrar onde?
— Aqui mesmo.
Afasto-me um pouco e começo a digitar o número da minha amiga. Margarida nunca foi de atender o celular na primeira chamada, disco mais cinco vezes até ela atender. Ufa!
— Finalmente — reclamo
— Sorry Majo, eu estava ocupada. Então... Qual é a boa?
— Jaime nos convidou para ir a casa dele.
— Não estou afim Migs. Foi mal, mas eu estou muito ocupada neste momento... Sabe como é né... Treinando o inglês de ultima hora — diz com a voz tremula.
— Você mente tão mal Margarida Garcia — falo com a voz acusadora.
— Não estou mentindo!
— Sim você está! E outra, faz meses que você está fazendo vários cursos de inglês, quase não para.
— Estou revisando
Bufo irritada
— Depois resolvemos isso, eu vou descobrir o que você está planejando. Bye.
— Bye minha amiga paranoica favorita.
Eu estava quase desconectando a chamada quando ouço uma voz distante na linha.
— Desliga essa merda logo gata
— Já vou — ela grita — Ai meu Deus — fala ao perceber que eu ainda estava na linha.
Depois disso ela desliga na minha cara.
— E então? — Jaime me pergunta quando eu me aproximo.
— Ela não vai poder, nem eu — digo rápido caminhando até a sala e pegando minha bolsa.
— Ahã? Como assim? Qual problema?
— Margarida se meteu em uma enrascada
— Precisa de ajuda com alguma coisa, a Margs é muito minha amiga.
O encaro por um instante
— É, sua ajuda até que vai vir muito a calhar. Preciso que me leve até a casa de um babaca.
Jaime faz cara de interrogação.
— Eu te explico no caminho, temos que ser rápidos — puxo seu braço para fora da escola e começamos a caminhar rápido, ele não entendendo nada e apenas me seguindo.
Eu conheço muito bem a voz daquele cafajeste. E não vou deixar ele triscar na minha amigaCon
Fale com o autor