Instruções

Na manhã seguinte quando todos levantaram para o desjejum, o comentário sobre a festa e a cerimônia foi geral. Os que não foram ouviram com interesse o que seus irmãos falavam.

Percy convidara Elisa para um passeio antes das atividades.

— O que você achou do Olimpo? – perguntou Percy.

— É lindo! É tudo tão deslumbrante, nunca pensei que um dia pudesse ver a morada dos deuses e conhecer meu pai, Apolo! – disse ela sorrindo. – Aliás, seu pai é muito simpático, além de muito bonito.

— Ah, então você achou meu pai bonito. Nesse caso eu também sou. Minha mãe vive dizendo que eu sou igualzinho a meu pai – disse ele convencido.

— Olha, mas que metido! – disse a garota sorrindo. – Eu não acho você bonito – disse séria.

— Não? – disse ele espantado.

Ela nega com a cabeça. Percy faz cara de choro. A garota começa a rir.

— Eu acho você lindo! – diz a garota apertando suas bochechas. – Você é a coisa mais linda que eu já vi! – ela diz enlaçando seu pescoço. – E eu te amo.

Percy sorri e abraça sua cintura e diz:

— Eu também te amo – diz a olhando nos olhos e então a beija com todo carinho.

Durante toda a manhã, Percy treinava os campistas enquanto Elisa treinava arco e flecha com seus irmãos. Os campistas novatos eram os mais interessados em treinar com aquele que os salvara.

Ficavam maravilhados com a habilidade do herói. Ele no momento demonstrava o golpe que era sua marca registrada.

— Sempre que forem enfrentar um oponente que saiba usar armas é bom sempre manter a guarda alta. Isso lhes dará a oportunidade de atacar usando técnicas que possibilitem um ataque surpresa. Desse jeito – ele mostra como é feito. – É sempre bom ter cuidado para não ficar perto de uma parede, isso fará com que você fique encurralado dando a vantagem para o oponente. Se for um monstro, por exemplo, considere-se morto. Portanto, deem atenção a isso.

Os campistas estavam calados, até que alguém pergunta.

— E se o meu oponente for mais de um, o que eu devo fazer?

Percy se vira e olha para o mesmo semideus que ele salvara quando ainda era um fantasma.

— Bem....

— Jonas.

— Bem Jonas, isso exige uma avaliação rápida. Geralmente na hora de uma batalha não dá tempo de pensar, então o melhor é improvisar. E se não conseguir é melhor fugir. Não é nenhuma vergonha, principalmente quando se está só. Mas é sempre bom ter companheiros que possam te ajudar – ele se vira para todos. – Esse é um conselho que dou a todos. Nunca tentem bancar os heróis. Os monstros não tem compaixão de quem quer que seja, eles nos caçam para nos matar e se alimentar. Portanto, o trabalho em equipe é que garante a sua sobrevivência. É por isso que o treino é importante. Além de técnicas de luta temos também os poderes de nossos pais divinos. Isso é um fator fundamental numa batalha. Também é uma forma de proteção. Então, treinem as habilidades que herdaram de seus pais.

Todos assentiram.

— Muito bem, peguem suas espadas e dirijam-se aos bonecos.

Todos obedeceram e pegaram suas armas. Elisa parara seu treino para admirar seu namorado instruindo os novatos. Ela sorria ao ver como ele prendia a atenção de todos.

Nico se aproxima dela.

— Admirando seu investimento?

Ela vira assustada.

— Que susto, Nico!

Então ela responde.

— Sim. O Percy é maravilhoso!

— Você é uma garota de sorte. Muitas aqui gostariam de estar no seu lugar.

— É mesmo? Bom, então acho que ganhei a sorte grande.

— Não resta dúvida.

— Eu queria agradecer.

— Pelo o quê?

— Por ajudar o Percy. Ele me contou que você o ajudou a abrir os olhos para seus sentimentos por mim. Então, muito obrigada.

— Não por isso. O Percy tem um grande problema. Ele custa a perceber as coisas óbvias. Por isso, alguém tem que dar um empurrão.

— Nisso você tem razão. E olha que eu lhe dava indiretas, mas parece que ele não se tocava.

— Com o Percy você tem de ser direta. Nada de rodeios, enigmas ou mímicas, porque ele não vai entender.

— Bom saber. Obrigada mais uma vez.

— Disponha. Até mais.

Elisa ainda ficou olhando o namorado e depois voltou ao seu treino.