No dia seguinte, toda a comitiva estava pronta e a mando do rei, navegaram de volta a Kings Landing com pressa. Os nativos da Ilha comoveram-se com a partida repentina, mas entenderam o rei quando disse que Daenerys precisava dos devidos cuidados pela gravidez.

Jon estava a frente do comando e Dany resolvera desafiar seus enjoos cada vez mais acentuados pelo balanço da embarcação. Estava no fronte, observando o mar e colocando seus pensamentos naquele bebê que estaria em seu ventre. Colocou as mãos em sua barriga e fez uma prece para que os Sete Deuses fossem bons. Olhou para o lado e vislumbrou Jon trabalhando com os outros marujos. Pedia por ele, por seu esposo que esperava tanto.

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Em alguns dias de viagem, finalmente respirara, finalmente estava em casa. Sentira falta de seu castelo, de Lady Margot, de Tyrion, do barulho da cidade e do movimento de sua gente. Colocou os pés na rua e caminhou em meio a multidão que a aguardava junto a seu esposo em alegria. Foram recepcionados por suas respectivas Mãos.

Tyrion observou Dany compartilhando do colo do esposo por toda a viagem na casa rolante até a Fortaleza Vermelha, de olhos fechados e ressonando tranquilamente. Notou o quanto Lady Margot suspirava com a cena de ambos abraçados um ao outro, enquanto Jon acariciava os cabelos prateados. De repente o rei pareceu notar os olhos sobre ambos e sorriu.

— Ela não dorme assim há dias. Levarei-a para o quarto e por favor, providenciem para que não a incomodem hoje.

— Ela me parece abatida, hoje. Até voltaram antes do previsto. - Lady Margot interrogou-o.

— Ela queria voltar para casa logo, nada mais. - Jon defendeu-se. Sabia que falar sobre a gravidez não seria ainda algo sábio, uma vez que ainda não havia certeza de nada. E sabia que a relação íntima dos reis e rainhas não deveriam ser partilhadas a esmo, quanto menos soubessem, menos os boatos maldosos surgiriam. Entendiam que ambos eram confiáveis, porém não sentia-se confortável em qualquer abertura do que estavam vivendo e das frustrações quanto ao assunto, queria poder carregar todo o cansado e tristeza de Dany, além do que ele mesmo já sentia, mas faria de tudo por ela, por sua família.

— Lady Melisandre chegou do Norte nesta madrugada. Mulher adorável. - Jon atentou-se a notícia enquanto Lady Margot revirava os olhos, enfadada com a constatação. - Alguém extremamente fiel ao senhor, Vossa Graça.

— Ela é alguém que acredita muito na causa. - Desconversou o rei.

— Bruxas acreditam apenas em suas próprias causas, Vossa Graça. Se acreditam em outras, é porque estas as manterão vivas.

— Manterão a todos nós vivos. - Jon não queria dizer o que nada daquilo significava, porém sabia o quanto o amigo estava cada dia mais desconfiado e isso não seria bom para ele. Deveria criar o momento oportuno para lhe contar tudo que se passara com ele no Castelo Negro, e teria que ser imediato. - Preciso que ordene que ambas as sacerdotisas vermelhas estejam em nossos aposentos ao entardecer.

— Pretende reunir os melhores sucessos do Grand Coven? - Jon sabia que Tyrion se interessava pelo assunto que se trataria nos aposentos reais.

— Nada com o que nosso reino precise se preocupar. Apenas tratamos de questões pessoais.

— Oh, terapia de casal, suponho? - Tyrion sorriu sorrateiramente. - Algo que poderia ajudar?

— Não ache que não sei o que realmente quer saber, Lannister. - Jon irritara-se com aqueles joguinhos.

— Só não o quero em caminhos perigosos, Vossa Graça. Kinvara foi esperta e soube conquistar a rainha, porém não se pode confiar em pessoas que não servem pessoas. Se o deus delas lhes disser para esmagar suas cabeças reais, elas assim o farão.

— Obrigado pela preocupação, minha Mão. - Encerrou o assunto.

— Assim será feito como pede, Vossa Graça. - Lady Margot interveio. - Pessoalmente as levarei neste entardecer.

— Obrigada Lady Margot.

Jon escutou as batidas delicadas na porta e pessoalmente as atendeu. Pediu silenciosamente pela entrada de ambas e voltou para o lado de Dany, já desperta. Cumprimentou-as e sentou-se a cama.

— Como chegou de viagem, Milady? - Jon perguntou a uma das Mulheres Vermelhas.

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— Muito bem, Vossa Graça, obrigada pela preocupação. - Fez uma reverência a ambos.

— Lady Kinvara, um prazer em conhecê-la.

— Igualmente, Vossa Graça. - Igualmente reverenciou rei e rainha. - Como está, minha rainha?

— Bem, Milady. Obrigada.

— Gostaria de dizer que estávamos em nossa Lua-de-Mel e voltamos as pressas. Os nativos disseram que a senhora minha esposa estaria grávida, porém ela diz ser impossível, pois é estéril. - Jon as olhou com seriedade. - O que o Deus de vocês pode fazer?

— A fé não funciona assim, Vossa Graça. - Disse Kinvara.

— Eu voltei dos mortos, é óbvio que algo pode ser feito. - Dany o olhou assombrada com a revelação. Jon estava cansado de desculpas e entraves, algo precisava ser feito por Dany. - Porque desconsiderar que ele possa resguardar uma gravidez?

— Vossa graça consegue sentar-se aqui? - Jon levou Dany até a cadeira perto das sacerdotisas.

Melisandre tirou de seus pequenos bolsos uma pequena tesoura e cortou a mecha de cabelo de Dany. Kinvara pediu para que Jon sentasse ao lado da esposa e também pegou-lhe uma amostra de seu cabelo. Algumas palavras foram proferidas em Alto Valeriano em frente a chama da lamparina acesa no quarto real. Ambas pegaram e jogaram os montantes que rapidamente queimaram no fogo, fazendo-o subir magnanimamente. As chamas lhes davam respostas que nem elas próprias poderiam acreditar ser possível, Jon viu os olhares que uma deferira para a outra. Dany sentira-se nervosa e apertou a mão do marido e o olhou preocupada demais, ela não poderia fazer ideia do que aquela cena teria significado, de tudo o que ele dissera sobre voltar a vida. Não entendia o que estava acontecendo ali, tudo fora rápido demais e teria que mais tarde tentar entender tudo, porém ela só pensava no bebê deles naquele momento. Queria saber se poderia alimentar seu coração, ou afastar a ideia de uma vez por todas de sua vida.


— O que estão vendo? - Jon perguntou e elas o olharam misteriosamente, onde puderam perceber algo assustador constatado.