Mais que o Acaso.

Presentes do acaso.


FELICITY

Oliver nos levou para Ivy Town no jatinho particular de sua família. Sempre soube que os Queen’s tinham dinheiro, mas ainda me surpreendo ao perceber o quanto dinheiro é. Nos hospedamos no melhor hotel da cidade, por mais que eu tenha protestado.Todos os funcionários conheciam Oliver, se não pessoalmente, de visitas passadas, eles eram um tipo bizarro de fãs.

Quando entro no que deveria ser o quarto, me sinto como Julia Roberts em Uma LindaMulher. Tirando o fato de que não sou prostituta, que nenhuma loja deixaria de me atender e que não vou ter uma escada de incêndio para Oliver subir e vencer seu grande medo de altura (que ele também não possui) ... É, pensado bem, não é nada como Uma Linda Mulher.

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O quarto era composto por duas suítes imensas que compartilhavam uma área de convivência, uma varanda com piscina, de frente para o mar. O que passou a ser o meu conceito de “tanto faz”. Ele deixa as malas dos garotos ao lado da porta, ignorando propositalmente meu olhar chocado.

—Sr. Queen, nós podemos ir à praia hoje? –Wally pergunta, depois de já ter corrido animado por todo o local, junto ao irmão. A propósito, ele nem mesmo se lembrou que tinha medo de voar, acho que era mais o impacto pela forma como Barry morreu, nunca foi um medo dele.

—Você também vai me chamar de senhor? –devolve a pergunta segurando o riso, e Wally dá de ombros com inocência. –Temos que ir ao parque hoje, mas nada nos impede de ir amanhã, se sua mãe concordar.

—Podemos mãe? –ele quase saltitava.

—Claro. –me dou por vencida e ele sai correndo para contar ao irmão.

—Por que Felicity, por que dar o nome de Ollie a um cachorro? –ele se vira em minha direção e tento sem sucesso segurar o riso ao ver seu semblante desolado.

—Não sei. Seria Olive, se fosse uma fêmea ou Oliver se fosse um macho. –começo a contar, levando as minhas coisas para o quarto que dividiria com ele. –Ollie era um nome que estava na cabeça do Bart, ele não parava de repetir, então o usamos no cachorro.

—E agora eles me chamam de senhor. –revira os olhos.

—Sr. Queen. –Bart aparece do nosso lado, com uma mochilinha nas mãos.

—Está vendo! –ele se abaixa e pega Bart no colo. –Cara, aonde você vai com essa mochila?

—No parque. –dá de ombros. –Vocês estão demorando. Você namora com a minha mãe? –engasgo com minha própria saliva e Oliver fica branco feito um papel.

—Como é que é? –pergunto em um sussurro, quase sem voz.

—No filme que você estava vendo com a tia Sara ontem, você me disse que o homem namorava a menina chorona que estava doente, por isso ele ficava o tempo todo atrás dela. –dispara a falar, sinto vontade de cavar um buraco grande o suficiente no chão, para poder me enterrar nele.

—Que filme é esse? –Oliver pergunta, segurando o riso.

—Não é importante, essa é basicamente a sinopse de qualquer filme inspirado nos livros do Nicholas Sparks. –falo rapidamente.

—Ela chorou. –Wally para escorado na parede, com as mãos no bolso da calça, como se fosse um adulto, não sei mais o que faço com esse garoto. –E ai Sr. Queen, você é namorado da minha mãe? –Oliver olha para os dois. Bart brincava distraído com um fio solto em sua blusa enquanto Wally esperava atento pela resposta, por fim ele estuda meu rosto que deve estar vermelho feito um pimentão, antes de voltar a falar.

—Acho que nós três precisamos conversar. –diz começando a andar em direção a área de convivência. Ele pega a mão de Wally ao passar por ele, com Bart ainda nos braços. Os sigo em silencio parando mais afastada, observando os três se sentarem no sofá. –Eu e a mãe de vocês, somos sim namorados. –explica paciente, e eu sorrio feito boba. –Mas quero ser amigos de vocês, o melhor amigo, mas para isso acontecer preciso deixar uma coisa bem clara.

—Que coisa? –Wally pergunta sério, as vezes ele parece uma cópia perfeita do pai.

—Não quero tirar o lugar do pai de vocês, se gostarem de mim, não significa que estão fazendo algo que vai aborrecer a memória do Barry. –ele respira fundo, olhando para os rostinhos sérios e um pouco tristes dos meus filhos. –Quero que a mãe de vocês seja feliz, e quero que vocês também sejam. Então, o que me dizem? Eu tenho permissão para namorar a Felicity? –solto um riso que é o misto de surpresa e nervosismo.

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—Eu gosto de você, Sr. Queen. –Bart diz cheio de inocência, envolvendo os bracinhos ao redor do pescoço de Oliver que o abraça cheio de carinho.

—Então você deixa? –pergunta divertido quando se afastam.

—Eu só tenho cinco anos, e ela é minha mãe, não posso dar ordens ou fico de castigo. –dá de ombros, saindo do colo de Oliver que segura o riso com muito esforço.

—E você, Wally?

—Tudo bem, se for desse jeito. –responde sério. –Só não faz ela chorar mais, ela chorava muito. –nem sei descrever o quanto tenho orgulho desses meninos.

—Não vou, eu prometo. –Oliver o oferece o punho fechado para Wally que bate com o dele em um cumprimento.

—Acho que agora que já combinaram o preço do meu dote. –exagero fazendo com que eles me olhem. –Podemos nos arrumar para ir ao parque aquático.

—Eu pego esse aqui, você arruma o outro. –Oliver levanta Wally, com um braço ao redor da cintura do garoto, o fazendo soltar uma gargalhada, e corro atrás de Bart que não parava de dar risada enquanto fugia de mim.

OLIVER

Estava no quarto no fim da noite, lendo uma revista de esportes, enquanto Felicity colocava os meninos para dormir. O que deve demorar depois do dia agitado que tiveram. Meia hora depois, a vejo entrar no quarto, massageando o próprio pescoço enquanto andava em minha direção.

—Dormiram? –pergunto deixando a revista de lado, me sentando na cama.

—Depois de vinte minutos respondendo perguntas sem respostas, cogitei sonífero ou bater com algo na cabeça deles. –boceja, depois me olha assustada. –É brincadeira, eu nunca faria isso. –esclarece me fazendo rir.

—Você está cansada. –digo me sentando atrás dela, e massageio seus ombros. –Quais eram as perguntas?

—Não! –resmunga manhosa. –Não me faz pensar nisso de novo.

—Tudo bem! E no que quer pensar? –ela se vira e me dá um beijo demorado. –Entendi. –sorrio com meus lábios nos dela, enquanto a faço deitar sob meu corpo.

Às vezes me assusto em como é fácil estar ao lado dela. Nunca fui do tipo de cara que liga no dia seguinte, que passa um fim de semana indo a parques ou torcendo para o dia chegar logo para ir à praia com crianças. Estou viciado na forma como seu rosto se ilumina sempre que Wally sorri, independentemente do tamanho do sorriso, ou o misto de vergonha e orgulho todas as vezes em que Bart diz algo absurdo para uma criança da idade dele.

—No que tanto pensa? –pergunta acariciando meu rosto, a puxo para mais perto e estreito meus braços ao seu redor.

—Hoje, foi um dia muito bom.

—É, foi sim. –sorri afastando o cabelo do rosto, puxando o lençol para cobrir seu tronco nu. –Obrigada por tudo o que vem fazendo, a muito tempo não vejo Wally agindo como uma criança por tantas horas seguidas.

—Eu meio que o entendo. –respiro fundo, antes de olhar nos olhos dela. –Perdi meu pai quando era pouco mais velho do que ele, e me sentia responsável por minha mãe e por Thea. –solto uma risada sem humor. –Claro que Moira Queen não é a mãe mais carinhosa do mundo, ela não teve metade da paciência que você tem. –beijo o alto da cabeça dela. -Passou a me treinar para assumir os negócios da família, disse que era dessa forma que eu a ajudaria.

—Isso é bizarro. –diz com espontaneidade. –Sem ofensas.

—Acredite, eu não descreveria melhor.

—Não sei te dizer como me sinto sempre que vejo os dois felizes, seguindo em frente, sendo bons. –seus olhos brilhavam enquanto falava.

—Não precisa dizer. –afasto seu cabelo do rosto, me virando para olhar em seus olhos. –Vejo isso, o tempo todo. Felicity, eu sei que passou por muita coisa, não quero que se sinta encurralada ou pense que precisa...

—Oliver, qual é o problema? –pergunta preocupada, ela se senta na cama e o lençol escorre por seu corpo, deixando seu tronco nu exposto. Passo meus olhos por ela, sem conseguir formular com precisão meus pensamentos.

—Eu estou me apaixonando por você... –sai como a confissão de um pecado e talvez realmente seja.