RECONSTRUÇÃO

Coração de três pontas: pátria, liberdade e verdade...


Na manhã seguinte, os soldados de Cosima estão reunidos para receberem as coordenadas para o início das batalhas contra os soldados sem rosto. Próximos aos homens, estão as criaturas aladas, em tamanho maior do que os humanos. Assustadores, mesmo com suas asas encolhidas.

— Este é o Rei Vasco Agilulfo. Ele é o esposo da Rainha Má e desta vez está do nosso lado para lutarmos contra os desmandos. – Cosima fala de maneira assertiva. – A Rainha Má não se lembra de seu passado e tudo o que tem no coração é ódio implantado pelo Revendo Kent. Nossa missão é árdua e peço que somente os valorosos entrem nela. Esse é o momento de recuo.

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Ninguém se move. Os rostos continuam inexpressivos com suas máscaras atentas. Cosima pede para que Vasco fale e é atendida. Neste momento, todos os rostos sofrem uma mudança sensível diante daquele homem. Era como se todos sentissem que ele não era real ou natural.

— Nós recebemos três âncoras em nosso navio, quando nascemos: o amor à Pátria, o amor à Liberdade e o amor à verdade. E em nome desses amores, temos a obrigação de guerrear contra a tirania, seja ela vinda de onde vier. Minha família e eu viemos para resgatar alguém importante e fomos informados de que este alguém está causando sofrimento a muitas pessoas. É meu dever, impedir os avanços desse alguém, mesmo que meu coração diga que não devo.

As pessoas fazem um burburinho. Aquele homem não poderia ser real e tampouco um fruto de suas imaginações. Quem era ele? O que era ele?

— Robin de Locskey irá aprimorar suas pontarias e acreditem que não há melhor arqueiro que ele. Cosima, Emma e eu ficaremos com o treinamento de espadas. Precisaremos de todos os adultos, homens e mulheres, que estejam dispostos a defender suas âncoras. O que ganharão? Suas vidas e as vidas de seus filhos e filhas.

As pessoas falam entre si e mostram-se mais receptivas.

— Minha filha Yasemine, Zelena e Galeano usarão de suas habilidades para complementar nossos avanços. Peço aos homens-gaviões que se incumbam de organizar a tropa que lutará pelo céu. Novos macacos voadores feitos com folhas de árvores, serão criados e obedecerão as ordens e coordenadas que serão dadas.

Vasco sorri e olha em volta como se estivesse encarando cada um dos aldeões comuns, soldados e criaturas fantásticas, olhando dentro de seus olhos.

— Estaremos avançando por terra, céu e pelo mar, seremos representados pelo forte Capitão Gancho e seus companheiros de mar. Quem está comigo? – desta vez, Vasco grita e ouve uma ovação entusiasmada. – Teremos apenas três dias para que nos tornemos melhor que os soldados sem rosto! Vamos começar!

E seguindo as ordens do rei, como estava sendo chamado, todos que se propuseram a lutar começam seus aprimoramentos, contando com um incentivo desconhecido, enviado por gestos discretos de Yasemine.

Zelena também busca seu aprimoramento e consegue criar novos macacos voadores, a partir do uso de folhas caídas. Era um experimento particular e deveria ser escrito no Grande Grimório e ela se orgulhava disso. Galeano se aproveita da situação e usa como desculpa para aproximar-se de Robin e receber atenção e treinamento. Sente-se infantilmente feliz.

Na tarde daquele dia, a notícia de que um grupo de ciganos se aproximava da nova aldeia, agita os guardiões e provoca excitação na alma de Yasemine. E tinha motivo: à frente das carroças, um homem vinha montado em um cavalo e trazia o sorriso conhecido pela jovem.

— Nicolas! – ela se esquece de comportar-se adequadamente e salta nos braços do cigano. É apertada e rodada no ar, mas solta com muita rapidez. – Eu voltei!

— Soubemos que o portal foi aberto e depois ouvi rumores. – ele sorri amplamente e olha com a atenção, Vasco se aproximando. – Majestade, fico feliz em vê-lo.

Vasco apenas esboça um sorriso e permanece silencioso. Observa o cigano afrouxar o abraço e depois apontar para uma carroça, de onde sai uma jovem de cabelos muito escuros em uma trança longa.

— Menina feroz, quero que conheça Alana, a minha esposa.

O rosto de Yasemine se desbarranca e ela não consegue esconder sua decepção. Olha com incredulidade para a cigana, depois se volta para Nicolas e em seguida retorna sua atenção para Alana.

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— Seu povo e você serão bem vindos. – Vasco envolve os ombros da filha e percebe que ela teria desmoronado, caso não fosse apoiada. – Protegeremos as mulheres e crianças, mas quero que você lute ao nosso lado, Nicolas.

— Com toda a honra, Majestade.

— Quero que construa o máximo possível daquele chicote que usa...

— Azorrague, Majestade. – o cigano se mostra constrangido com a reação de Yasemine.

— Ensine uma tropa a usar essa coisa e oriente para que não se firam com ele. – Vasco está sisudo e não esconde sua raiva pelo que o cigano tinha produzido em sua filha. – Converse com Cosima e ela determinará quem ficará sob suas coordenadas. Veio para lutar, certo?

O cigano confirma com um movimento de cabeça.

— soube que os soldados de areia não podem entrar nesta floresta...

— Zelena não impede a entrada de humanos, mas os soldados não ultrapassam a proteção. Teremos somente mais dois dias. No amanhecer do quarto dia, a proteção será tirada e iremos ser atacar os soldados que esperam pacientemente. Não nesta região, mas iremos ao encontro deles. – o cavaleiro olha por cima da cabeça do cigano e cumprimenta a bela cigana de olhos escuros. Depois se afasta levando Yasemine.

Afastados, a menina esconde o rosto no peito do pai e começa a chorar. Chora copiosamente.

— Essa é uma das desvantagens de ser adulto, meu amor.

No castelo de Regina, a informação de que os aldeões refugiados e sob a proteção de Zelena, estavam organizando tropas, provoca ainda mais fúria na belíssima rainha de olhos perversos e sorriso sádico.

— Houve manifestação de um portal e posso apostar minha coroa que Cosima foi em busca de reforços! Quem ela trouxe?

Solomon continua em frente ao espelho, mas desconhecia o motivo que impedia de ver imagens sobre as manifestações fora do castelo.

— Teremos de sair em campo, para descobrirmos o que está havendo. Além da abertura do portal, não consigo ver novas alterações. Os espelhos estão bloqueados por alguma força maior do que a minha.

— Não consegue? É óbvio que não conseguirá! A Rainha Verde é muito forte! E é certo que Cosima conseguiu trazer ajuda mais forte do que nós! – Regina anda de um lado ao outro. – Caso estivéssemos de posse do Grimório...

— Paco foi procurá-lo em Nova...onde ele deve estar escondido. – Solomon se volta para Regina e caminha até sua amada. Segura sua cintura e a traz para junto de seu corpo. Pela milésima vez, tenta beijar seus lábios, mas é sutilmente refutado. Deixa a bela mulher sair de seus braços. – O que há de interessante na Floresta das Esmeraldas e no palácio, que não havia nos outros reinos? Poderemos deixá-los ilhados pelo resto da miserável vida deles.

Regina se volta ainda mais furiosa. Rosna com os dentes travados.

— Há a Rainha Verde e eu a odeio! E ela está protegendo Cosima, a desgraçada que roubou minha memória! Eu quero a cabeça das duas! Quero as habilidades, a riqueza e o poder de Zelena! E quero que Cosima seja minha escrava! – ele suaviza o rosto. – E onde está o homem magnífico que você me mostrou pelo espelho? Ele seria meu presente e até o momento, estou com as mãos limpas.

— Tudo a seu tempo, minha deusa. Temos os mais importantes reinos política e economicamente falando, em nossas mãos. A conquista da região das esmeraldas, pode esperar até o fim de inverno que está começando em breve.

— Tem medo de lutar no frio?

Solomon sorri e sua boca torna ainda maior.

— O inverno aqui é poderoso e os aldeões irão utilizar suas reservas de alimentos para si e para os animais. Quando o inverno acabar, estarão quase sem mantimentos. Como lutarão e plantarão ao mesmo tempo? Soldados não lutam com fome, minha cara.

Sem encontrar graça nas palavras do homem, Regina se volta para a saída da sala. Queria infiltrar-se entre os aldeões e descobrir quem havia vindo com a abertura do portal, mas não tinha forças para sair sem autorização de Solomon. Sai caminhando de maneira firme e elegante, sob o olhar guloso e apaixonado do reverendo.

Ele se volta para o espelho.

— Onde você está, minha rosa vermelha?

Na noite do terceiro dia estabelecido para a organização de seu exército, Vasco se reúne com os líderes das tropas, na sala principal do palácio de Zelena. Diante de um mapa da região, as últimas coordenadas são dadas.

— As informações que Yasemine conseguiu, afirmam que o grupo de soldados de areia é imenso e estão parados como estátuas, apenas aguardando movimentação nossa, há alguns quilômetros daqui. Eu irei à frente com Cosima, liderando o exército.

Todos assertam com muito respeito e segurança, entreolhando-se e buscando certeza um nos outros.

— Robin liderará as fileiras de arqueiros e para isso foram criadas setas que não apenas furam, mas rasgam os uniformes. Emma e Yasemine criarão um muro que empurrará os soldados em nossa direção oposta e permitirá que avencemos com mais facilidade. – Vasco olha para o sobrinho. – Galeano ficará um pouco mais atrás e substituirá uma das duas, quando houver esgotamento. O general Esparviero comandará seus gaviões e os macacos voadores em ataques pelo centro do bloco dos adversários. Lembre-se de que os voos deverão ser rasantes e rápidos. Os macacos devem descer primeiro, abrindo caminho para os gaviões e provocando distração.

Novamente as ordens são aceitas.

— Nicolas, Willian e os ciganos atacarão pelos flancos direito e esquerdo, com mais soldados. Sempre tendo em mente que os uniformes devem ser rasgados. São homens de areia e são mais pesados que nós, então somos mais rápidos. – Vasco sorri. – Mas se alguém conseguir arrancar algumas cabeças...

Desta vez, todos riem animadamente. Exceto Yasemine, que se mantém incólume e indiferente a qualquer manifestação de graça. Percebe os olhares de Nicolas sobre ela.

— O segundo grupo de soldados de Cosima estará logo atrás de mim e seremos os primeiros a atacar e sermos atacados. – ele estende a mão e segura a mão de Zelena. – A Rainha Zelena ficará no palácio, de onde comandará o surgimento de maior proteção, caso o casal real venha com seus soldados. Todos estão prontos?

A resposta é afirmativa e entusiasmada. A liberdade de todos dependeria do desempenho da liderança de cada uma das tropas. E suas vidas também.

— Durmam bem esta noite e estejam em seus postos no momento certo, para que os raios de sol iluminem nossas armas e que as tornem bem visíveis aos nossos inimigos. Eles não são imbatíveis, mas jamais menosprezem quem segura a espada do lado de lá. Mantenham seus rostos sempre na incógnita. Quando fizermos os nossos primeiro avanços por terra e pelos ares, o nosso valoroso Capitão Gancho, o Príncipe Encantado e Ruby, receberão nosso sinal pela outro caco do espelho e começarão seus avanços pelos mares. Ele e os companheiros aquáticos. – Vasco olha para seus companheiros e sorri. - E que a força esteja com vocês!

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Mais uma vez os companheiros próximos de Vasco riem do trocadilho. Os outros comandantes agradecem, mas sequer têm ideia do que ele estava falando.