Amor em 12 partes

Melinski: O dia em que recomeçaram.


O xerife estava dirigindo a viatura depois de um dia estressante. Sua cabeça latejava, as mãos esmagavam o volante e o que mais queria naquela noite chuvosa, era chegar em casa e pedir uma pizza para ele e o filho comerem.

Seus planos estavam prestes a se concretizar, já estava perto de casa, passando em frente ao hospital de Beacon Hills, quando reconheceu a figura feminina, carregando milhares de bolsas, andando cambaleante na chuva.

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De imediato, ele diminuiu a velocidade do carro e se aproximou da calçada onde a enfermeira estava. O Stilinski parou o carro próximo a Melissa, que pulou de susto, temendo qual veículo se aproximava e só relaxou, quando notou que era a conhecida viatura do xerife.

— Se divertindo nessa chuva? — Foi a pergunta do xerife ao abrir a janela do carro, com um sorriso lateral que era um tanto semelhante ao sorriso de seu filho.

— O carro está no mecânico e meu filho lobisomem nunca atende as chamadas da mãe. — Se lamentou com uma expressão engraçada, mostrando que apesar da chuva e das bolsas que carregava, não estava irritada com Scott.

— Você reclama do seu filho porque não sabe como é lidar com o meu. — A voz dele tinha um tom divertido que fez a enfermeira rir. — Sorte que sai mais tarde da delegacia.

O homem abriu a porta da viatura e a mulher entrou com um sorriso aberto, se atrapalhando na hora de ajeitar as bolsas em seu colo. O xerife deu a partida no carro em silencio, lembrando das provocações de Stiles, dizendo que ele tinha que tomar coragem para sair com Melissa.

Assim, ficaram em um silêncio constrangedor, pois nenhum dos dois sabia que assunto começar, nem pensava no que fazer para romper aquela estranha tensão estabelecida entre eles.

“Stiles tem razão. Estou sendo patético! Já tenho idade o suficiente para conseguir conversar com uma mulher, vamos lá! Você consegue! “ Era o que o xerife pensava sem parar, se repreendendo mentalmente, mas ainda assim, continuou travado.

Fazia anos que ele não se sentia assim perto de uma mulher, desde que Claudia morreu, o xerife nem pensou na possibilidade de se apaixonar novamente, mas lá estava ele, se sentindo de volta a adolescência, nervoso com a presença de Melissa, com as mãos suadas no volante.

— Você já saiu com alguém depois da Claudia? — A pergunta repentina da enfermeira, pegou o homem completamente desprevenido.

— O que?

— Sai algumas vezes depois do meu divórcio, mas nunca durou mais do que três encontros. — Ela continuou falando, decidida a entrar naquele assunto ao perceber que o homem, assim como o filho, não era bom para tomar atitudes. — Na última vez que sai foi com Peter Hale! Dá para acreditar? — Ela riu balançando a cabeça negativamente ao lembrar de seus encontros com Peter, antes de saber do mundo sobrenatural, o que deixou Scott desesperado.

— Claudia foi o amor da minha vida, eu nunca tive cabeça para pensar em conhecer alguém e criar Stiles sozinho sempre consumiu meu tempo livre.

— Ele foi uma criança bem agitada. — A mulher falou, dando uma pequena risada ao lembrar de Stiles correndo por sua casa, fazendo Scott ficar agitado também.

— É, demorou para os remédios para a hiperatividade fazerem efeito. — O homem concordou, rindo com ela, perdido nas lembranças de seus filhos juntos na infância.

— Agora ele está um rapaz lindo! Você conseguiu criar muito bem o seu garoto. — O homem sorriu com o elogio, concordando com a cabeça. — Hoje em dia você já consegue pensar em recomeçar? Em tentar algo com alguém?

— É, consigo. — O homem murmurou, sem folego.

Ela abriu um sorriso enorme e o coração do homem acelerou.

O xerife estacionou o carro na frente da casa de Melissa, mas ela nem se moveu, ficou apenas o encarando com uma expressão divertida.

— Você daria essa chance para uma enfermeira envolvida com os problemas sobrenaturais do filho? — Ela falou com uma tranquilidade invejável, erguendo uma sobrancelha e mostrando toda sua beleza, com os olhos escuros brilhando.

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— Com certeza! — O homem respondeu nervoso, balançando a cabeça em afirmação e levemente constrangido.

— Então um dia desses...

— Você precisa ir para casa agora? — O xerife interrompeu a fala dela, afoito. — A gente podia, não sei, comer alguma coisa.

— Eu não vou sair vestida desse jeito! — A mulher falou rindo do nervosismo do xerife e olhando para si mesma, vestindo o uniforme do hospital e completamente molhada. — O que você acha de irmos para casa, trocarmos de roupa e você me busca daqui uma hora? — Falou olhando sugestivamente para a farda que ele ainda usava. — Não quero chegar em nenhum lugar com os dois de uniforme.

— É uma boa ideia. — Falou constrangido por não ter pensado antes naquilo.

— Ok, então me manda uma mensagem quando estiver vindo para eu estar pronta! — Melissa concluiu.

Antes que o xerife conseguisse entender que tinha um encontro marcado, Melissa se inclinou na sua direção e deu um beijo estalado na sua bochecha. Ele corou e estupidamente, ficou parado, sem saber o que fazer.

Ela saiu do carro com um sorriso fixo nos lábios e quando chegou na porta de sua casa, acenou uma vez para o homem.

— Até daqui a pouco.

— Eu consegui! — Sussurrou para si mesmo, com um sorriso incrédulo.

O xerife dirigiu rápido até sua casa e foi direto para um banho demorado. Estava tão distraído, nervoso e ansioso, que só percebeu que o filho estava em casa quando já estava vestido, se olhando no espelho.

— Posso saber onde você vai? — Stiles perguntou parado na porta do quarto do pai, o analisando criticamente como uma sobrancelha levantada.

— Stiles? — O homem perguntou surpreso.

—Sim, mais conhecido como seu filho.

— Eu tenho um encontro.

— Um encontro? — O garoto gritou, correndo até o pai. — Quem quer sair com você? Meu Deus! É com a Melissa? Você teve coragem?

O xerife riu da animação do filho e concordou com a cabeça, ajeitando a blusa preta que usava.

— Depois eu dou mais detalhes, prometo, mas preciso sair logo de casa!

— Calma! Você não pode sair assim! — Stiles berrou novamente, erguendo as mãos em frente ao pai. — Está esquecendo da coisa mais importante!

— O que?! Minha roupa está ruim?

O filho não respondeu, correndo para o próprio quarto e voltando minutos depois, segurando algo em suas mãos que o pai não reconheceu de imediato. Antes que o xerife perguntasse, Stiles colocou a embalagem na mão dele.

— Não pode esquecer de se proteger. — Stiles disse repleto de ironia e o pai arregalou os olhos ao ver que o filho tinha pego uma camisinha para ele. — Eu sei que vai ficar largo, afinal é do meu tamanho, mas é melhor do que não levar e não precisa ficar constrangido com isso, nem todo mundo é tão grande quanto eu! — Provocou, gabando de si mesmo pelo tamanho da camisinha.

O homem ficou vermelho, assumindo diversos tons de vergonha e o humano riu abertamente, dando tapinhas no ombro do pai.

— E-eu não vou....

— Qual é, pai. Acho que Scott não está afim de ganhar um irmãozinho. — O homem não conseguiu responder e Stiles riu ainda mais. — Guarda isso no bolso, caso tenha a oportunidade. Agora vai lá, velho, antes que ela desista!

O homem saiu do quarto ouvindo as risadas do filho e apesar do constrangimento, colocou a embalagem da camisinha dentro do bolso da calça, mandou uma mensagem para Melissa avisando que estava saindo de casa e foi para a viatura.

Quando parou na frente da casa dos Mccall e Melissa apareceu, usando um vestido vermelho, com o cabelo solto jogado sobre os ombros, o xerife conseguiu tomar a primeira atitude com a mulher. Ele saiu do carro, sorriu e depositou um selinho em seus lábios.

— Você está linda. — Sussurrou, encantando o suficiente para ter coragem.

E assim, naquele dia, eles se permitiram a chance de tentar recomeçar.