A mulher do retrato

Capítulo 22


Vitória estava recostada à cama, lendo um livro, calma.. Tinha os cabelos soltos, muito compridos e encaracolados. A camisola branca tirava-lhe o ar pesado usual das roupas pretas e ela parecia mais jovem. Luíza nunca a havia visto tão encantadora.

— Entre, minha menina linda! ordenou Vitória sorrindo, sussurrando.

Luíza caminhou pelo quarto e sentou-se a sua frente.

— Você está nervosa? Por quê?

— Você sabe o que significa pra mim estar aqui? Quando a conheci, minhas pernas tremiam e mal conseguia falar. Agora, estou à noite, no seu quarto, você tão linda, à minha espera...
— E eu, que pensava que um amor, para mim, já era algo para outra vida? Disse Vitória rindo-se.
— Acredita em outras vidas?
— Não...estou brincando...Essas coisas não existem, meu bem! Só existe esta vida, este momento...

E, sem mais esperar, beijaram-se apaixonadamente.

— Vou poder beijá-la a noite toda. Amanhã, quando Zilda vier, direi que tive insônia, que me deixe dormir o resto da manhã- disse Vitória.- Só precisamos garantir que você saia antes de amanhecer...

— Vitória...eu amo você! Amo tanto...

E Vitória tomou-a nos braços, deitando-a sob ela, beijando seus lábios demoradamente. Luíza passou-lhe as mãos nos cabelos, abraçando-lhe ora pelas costas, ora tocando-lhe o rosto e o pescoço. Entreolhavam-se muito, sorriam e os beijos continuavam. Luíza, então, tomou-lhe uma das mãos e pousou-a sobre seu seio, olhando sua condessa firmemente nos olhos. Vitória nunca estivera com uma mulher, mas era uma amante madura e sabia obedecer seus desejos. A jovem abandonou-se aos seus carinhos, sem nada temer.

Luíza sucumbiu aos seus beijos quentes e úmidos, pelo seu corpo todo, e na penumbra do quarto já não sabia dizer o que era realidade e o que era sonho. Sensações nunca antes experimentadas a entorpeceram e, quando se deu conta, tinha o corpo nu sob a pele alva e macia de Vitória. Também a jovem deixou que seus instintos conduzissem suas ações e, deitando a amante agora a sua frente, pode observar seu corpo arfante. Beijou-lhe o seio e a condessa arqueou o corpo, envolvendo-a com as pernas, penteando-lhe os cabelos macios com os dedos e gemendo baixo.

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Na primeira hora da manhã, Luíza ainda estava acordada, com um sorriso nos lábios. Vitória havia adormecido ao seu lado, abraçada a ela. Pensava em tudo o que havia acontecido e ainda não acreditava. A lareira aquecia o quarto, ainda escuro e desejou nunca sair dali. Beijou sua amada no rosto, vários beijos na tentativa de acordá-la.

— Precisa se vestir! Não quer que Zilda a encontre assim, não é? Preciso ir para meu quarto.

— Não vá...só mais uns minutos...

— Já vai amanhecer! E desvencilhando-se dos braços de Vitória, vestiu a camisola, beijou-lhe os lábios uma última vez e saiu.