O reencontro dos dois foi realmente muito emocionante, principalmente por causa das palavras de Valka, dizendo tão pouco e ao mesmo tempo o suficiente, contudo, Olavo não parecia muito feliz. Chamei a atenção de Soluço para ele; eu e o Menino-Dragão nos entreolhamos e o puxamos para um canto isolado para poder conversar.

— O que é que vocês querem? – Já estava mais do que na cara que ele se sentia zangado com alguma coisa, Olavo nem mesmo tentou disfarçar.

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— Qual é a sua, cara? – Soluço perguntou em tom baixo.

— Nada! – Olavo quase gritou.

Soluço o olhou não acreditando no quanto seu irmão mentia mal.

— Olavo, eu te conheço! Sei que está bravo por ela ter sumido das nossas vidas durante tanto tempo, eu também estava, mas olhe para ela! Ela está muito afetada por tudo o que passou com o Drago. Nem consegue falar direito! Desde que chegou aqui ela só soube falar de nós e que queria voltar. Eu não estou pedindo para você perdoa-la assim, de cara, apenas tenta ser legal. – O olhei reclamando de estar me imitando.

Olavo relaxou os ombros e suspirou olhando para baixo.

— Ok, eu vou tentar... Hã... Drago, você disse? – Olavo perguntou antes de nos afastarmos.

— É, segundo eles. – Respondi no lugar do Soluço.

Olavo ficou em silêncio e olhou na direção da mãe, depois voltou a olhar seus próprios pés. Soluço percebeu que ele não diria mais nada e me puxou delicadamente para irmos embora.

Soluço parou a alguns passos a frente dos pais que apenas se olhavam – Um silêncio revelador muito parecido com o nosso. – e ficou os olhando com melancolia. Beijei seu rosto, ele me olhou e eu sussurrei “coragem” e me afastei. Soluço respirou fundo e foi até eles.

Quando eu já estava afastada o suficiente para dar-lhes privacidade, decidi falar om Stormy.

— Stormy, lembra o que nós conversamos? – Sussurrei.

— Sobre aquela garota que parece a Branca de Neve? Não se preocupa, nós a troucemos... E o Eret também. – Stormy sussurrou de volta.

— O que?! O Eret? – Quase gritei a primeira parte.

— Para o vigiarmos, é claro... – Stormy mentiu. Não acreditei.

— Stormy...

— Tá ok, eu fiquei com medo de ele ser linchado ou coisa assim, então eu o trouxe pra cá onde posso ficar olhando por ele. Desculpe, eu... Eu não pensei direito... – Ela parecia mesmo confusa.

— Calma. – Segurei seus braços. – Eu entendo como se sente. Onde ele está?

— Sendo vigiado pelo Dag e pela Helga. – Stormy ficou nervosa. – Eu... Será que posso...

— Vai lá. – A empurrei de leve. Stormy sorriu e correu.

A observei indo embora sorrindo. Olhei de relance para outra direção e me deparei com a Heather, ela parecia bem nervosa. Geralmente ela é calma e com certa elegância, mas dessa vez ela parecia preocupada com alguma coisa ou alguém.

“Eu sei que você não é má... – Refleti como se falasse com ela. –... Eu sei que você é uma boa amiga... Então, por favor, quando estiver pronta para dizer por que está fazendo isso, apenas fale.”

Horas depois, quando já estava anoitecendo, todos já estávamos acostumados a Valka “ressuscitada”, já tínhamos aprendido tudo o que precisávamos saber sobre ela. Estávamos nos divertindo, então eu percebi que o Melequento estava mais agitado que o normal. Heather estava ao lado de ele e o olhava de vez em quando com um sorriso bobo. Chamei a atenção dos outros e fomos falar com ele.

— Dá licença só um minuto? – Perguntei para a Heather. Ela murchou seu sorriso e depois tentou disfarçar.

— Claro, claro, à vontade. – Falou com ansiedade e um sorriso falso.

Senti-me mal por ela, mas ainda assim levamos o Melequento para um local quieto.

— Melequento... – Soluço começou e o Primo-Dragão interrompeu.

— Eu sei o que vocês vão dizer, mas é que... – Melequento parou de falar do nada.

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— Pode falar. – Helga tentou fazê-lo ter coragem.

— Eu tive um Imprinting com a Heather.

Um Imprinting?!— Todos gritaram.

— É... Que azar, né não? – Riso forçado.

Soluço e Olavo ficaram em silêncio, surpresos, mas ainda assim felizes e com sorrisos nos rostos.

— Melequento... Isso... É maravilhoso! – Soluço parabenizou o primo alegremente. Melequento os olhou sem acreditar.

— Eu... Eu estou muito feliz por você, cara! – Olavo ressaltou.

— É sério...? – Melequento ficou com os olhos marejados.

— Claro que é! – Stormy falou animada. – Não importa com quem, um Imprinting é sempre um Imprinting.

— Significa que no fundo a Heather é boa pessoa e que talvez ela nos ajude com o Drago. – Helga declarou cheia de esperanças.

— Por que não disse logo, bestão? – Os Erics disseram juntos.

— O pior que vai acontecer é... Casamento. – Dag fez uma brincadeira sem graça. Stormy e Helga o olharam estreito. – Desculpa! – Dag ergueu as mãos se rendendo.

— Oba! Viva! Legal! Agora traduz. – Cabeça-Dura fingiu alegria na primeira parte depois fez uma cara de bravo.

— É, a gente não sabe o que é um Imprinte... Impechi... Impe-pe... – Perna-de-Peixe tentou falar o nome daquilo.

Imprinting é apenas a ligação máxima entre um dragão e um humano ou outra criatura. Basicamente é um tipo de “amor à primeira vista”. – Dag falou como se fossemos burros.

— “Ligação máxima”? – Pensei alto. Desviei meu olhar para o Soluço. Aproximei-me dele meio nervosa cruzando os braços com falsa confiança. – Essa é a sua “melhor impressão possível”?

Soluço riu de nervoso e ficou meio corado.

— É... Exatamente.

Rimos sem jeito.

Continuando... Quando um Dragão tem um Imprinting com alguém é mais provável que os Olhos funcionem, se isso acontecer significa que os dois já têm uma ligação muito forte. – Dag pareceu bravo.

— Ou seja, vai rolar um casamento duplo. – Cabeça-Quente brincou.

— Quer dizer que Melequento Jogenson está amarrado? – Perna-de-Peixe decidiu provocar. Cabeça-Dura percebeu a intenção de ele e começou a implicar também. Os dois estavam sendo muito chatos.

— Tá, tá! Mas eu ainda tenho um problema: e se ela for mesmo uma agente dupla? – Melequento parecia mesmo preocupado com isso. As brincadeiras pararam.

— Leve ela para um passeio. – Soluço falou com tom sério.

— O que? – Melequento falou confuso.

— Isso mesmo, e quando estiverem voltando, a olhe nos olhos. – Helga completou a ideia.

— Pra que?! – Melequento já sabia a resposta, mas tinha medo de estar certo.

— Para que ela não nos traia... – Falei surpresa com esse plano.