Everything Is Alright. - Interativa.

1. Maria-Fumaça 9/34


Delayla Alae Cerasis não podia acreditar no que seus olhos violetas viam no momento.

Não que a pequena já não soubesse o que a esperava, mas saber é uma coisa, e ver, experiênciar aquilo, ali, agora, era algo... issureal. Não se lembra desde quando esperava por esse momento. Talvez desde que nasceu, Layla não tem certeza; a única certeza era que a garotinha foi feita, sim, para aquele mundo, e quem quer que fosse que achasse o contrário, iria meter os pés para com os ombros.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

"O que acha?" Delayla olha para cima, para o homem grande e de feições duras sorrindo para ela, cheio de amor.

"É lindo, pai."

Os olhos azuis do homem, cheios de amor, brilham tristemente. Sorri com gentileza para a filha.

"Sua mãe sempre achou aqui bonito, também. Eu nunca pude ver a beleza, e sempre corria pra dentro do trem, tossindo dessa bendita fumaça." Suspira e, apoiando uma mão grande no ombro delicado da filha, aumenta o sorriso e espanta a tristeza, "Bem, você é sua mãe todinha, sempre foi," os dedos grossos apertam o queixo fino com carinho, "minha pequena Unicórnio."

Laya sorri contido para o pai, as bochechas finas se rosando. Empurra levemente a cabeça para fora do aperto e caminha com o pai em seu encalço por entre os bruxos diversos, malas, animais e por entre a densa fumaça. Ouve o pai tossindo ao longe, mas seus olhos violetas, amêndoados, estão vidrados na enorme maria-fumaça vermelha e preta. Vira para o pai quando sobe no primeiro degrau de uma porta aberta, e o homem sorri abertamente, orgulho brilhando nas orbes azuis escuras e felicidade nas rugas em volta dos olhos cansados.

Com dificuldade, Layla empurra o malão corredor à dentro. O som estridente de risos e gritos de estudantes se conhecendo invadem seus tímpanos, e a garotinha se pega sorrindo a todo o barulho. Balançando a cabeça cheia de cabelos pretos e longos, puxa com toda a sua força a bagagem pesada para dentro de um compartimento quase vazio. Grunhindo, Layla olha para a única criança lá dentro, a procura de ajuda: a menina loura sequer olha para ela, mantendo os olhos na cópia d'O Profeta Diário. Suspirando, Layla puxa sozinha o malão para dentro da cabine.

Ofegando, olha para o compartimento aonde a bagagem era suposta a ser posta e grunhiu. Nem a pau a garotinha conseguiria levantar aquele peso todo lá em cima. Suspira e se joga no estofado.

Sabia que o pai já deveria ter partido. Vince Cerasis nunca foi um homem emocional, nem Delayla muito delicada, e ambos não eram confortáveis com assuntos emocionais. A conversa há alguns minutos atrás fora tão embaraçosa tanto para Delayla quanto para Vince.

Encara a garota. A menina lia o jornal, os lábios levemente carnudos franzidos em concentração, as orbes castanhas pulando de uma linha para outra. Layla ouve um murmúrio da menina quando ela vira a página. Layla levanta as sobrancelhas quando percebe que o murmúrio era para um gato grande e com uma pelagem extremamente encaracolada e amarela. O gato mia e se estica, rolando de umbigo para cima e a menina coça sua barriga peluda distraidamente enquanto murmura as palavras do artigo. Layla não é a pessoabmais religiosa, mas ela agradece quem quer que esteja lá em cima por Cain, sua Coruja das Torres, estar em um profundo sono com a cabeça creme e branca embaixo da asa.

Suspira e, entediada, bate os calcanhares no chão de madeira. A garota levanta os olhos para ela, sobrancelhas e lábios franzidos em aborrecimento. Delayla cruza os braços e desvia o olhar.

Não demora muito para alguém meter a cabeça dentro da cabine. A garota aparentava ser mais velha, alta e com cabelos pretos, cachos grandes nas pontas. Olhos verdes escuros e penetrantes passam rapidamente por ela junto com uma sobrancelha levantada e logo se fixam na menina lendo.

"Lexi."

A loura levanta a cabeça com rapidez. Um sorriso grande abre seus lábios, e um de canto, malicioso, graceja os lábios rosados da garota alta. Rapidamente, a garota dobra o jornal e se levanta, balançando o cabelo louro escuro para longe da face redonda. Layla repara que Lexi é alguns centímetros mais baixa que a garota de olhos verdes assim que o corpo cheio a abraça.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

A menina alta descansa um braço nos ombros da amiga loura e ambas andam corredor à dentro. Layla bufa e deita no estofado, quase tendo um caso sério de tédio.

Pensa em como será assim que chegar em Hogwarts. Ouvira o pai falar tanto na escola e quanto inferno ele causou nos corredores, que antes que conhecer o castelo ela já se encantava. Um sorriso aparece nos lábios rosados e o tédio se dissolve.

Não vê a hora de chegar em Hogwarts.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.