O País das Maravilhas

Punhal de Rubi e Mãos Calorosas- Celine e Maria Paula


POV’S Celine

Após um dia cansativo e cheio de trabalhos para fazer, quando chega em casa, Celine se joga na cama, adormecendo por algumas horas.

(Narrado no presente pela Celine agora)

Quando finalmente acordo, observo que estou em uma pequena sala com as paredes feitas de madeira. Sinto um leve cheiro de peixe, e imagino que estou perto do caís. Imediatamente noto que não estou solta, e sim amarrada a uma cadeira de madeira que parece que irá quebrar a qualquer toque. Tento me soltar desesperadamente das cordas que se agarravam aos meus braços e tornozelos. Corro meus olhos pela pequena sala em que estou e vejo um pequeno punhal com inúmeros desenhos e uma pequena jóia de rubi, aquilo não estava ali antes. Tento dar pequenos pulinhos com meu corpo ainda amarrado a cadeira. Eu uso coturnos que ficam meio apertados em meus pés, mas o mais importante é sair dali o mais rápido possível. Assim que me aproximo mais da arma, consigo a apanhar com meus pés. Ouço barulhos vindo do lado de fora da sala em que me encontrava. Tento me apressar com aquela faca. Apenas meus pulsos estavam presos a cadeira. Decido fazer algo insano e me jogo para a parede, com o objetivo de tentar estragar a cadeira, e deu certo. O único problema agora é que estou sentada sem conseguir me mexer. A porta se abre e vejo um homem musculoso entrar pela porta, e ouço gritos em alguma língua que desconheço. Imagino que seja Alemão.

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O homem se vira para o lado de fora e grita algo na mesma linguagem. Então ele se vira para mim e me analisa. Eu sinto calafrios quando ele olha em meus olhos.

—Comou você fez issou?- Ele fala com seu sotaque carregado que me parecia engraçado.

Não respondi, apenas comecei a me contorcer e tentar gritar por ajuda. Ele foi se aproximando de mim rapidamente e bateu minha cabeça contra a parede.

Abri meus olhos lentamente, observando a escuridão do quarto. Mas logo senti que estava deitada em algo macio, minha cama. Então, percebi que aquilo foi um sonho muito estranho.

Percebi que segurava o punhal do sonho. Fiquei hipnotizada pela pequena joia que se encontrava nele. Levantei meu dedo para toca-la, e assim que o fiz, desmaiei novamente.

Observei a extensa sala que estava. Ela estava cheia de adagas. Ao percorrer meus olhos pela sala, notei outras coisas: um livro e uma caixinha de música. E logo em seguida, uma menina com cabelos loiros cacheados que escorriam desde seu couro cabeludo até sua cintura. Ela tinha olhos azuis brilhantes e lágrimas ao redor de seu rosto de boneca.

—Eu disse para eles que eu não estava louca!- Ela exclamou para uma mulher do outro lado da sala. –Mais uma delas! – Ela apontava para mim e gesticulava para dar mais efeito a sua frase.

A princípio, não consigo ver o rosto da mulher, mas assim que sai das sombras, meu rosto fica congelado e quase caio no chão de tão surpresa que estava.

POV’S MARIA PAULA (Narrado por ela agora)

Acordei sonolenta e cambaleando em busca de comida. Caminhei em passos lentos até a cozinha e preparei uma porção de ovos mexidos.

Depois de me alimentar, voltei ao meu quarto e fiz minha higiene matinal. Me joguei na cama de casal de meu quarto e peguei meu celular que estava jogado no criado mudo para ver se havia alguma notícia de minhas irmãs. Nada. Logo que o desligo, ele apita, sinalizando uma nova mensagem de um número desconhecido. Desbloqueio o iPhone 4s ganhado em um sorteio qualquer com a menor pressa, imaginando ser publicidade.

Fico curiosa ao analisar a mensagem com apenas uma frase: Coloque a sua caixa de música para tocar. Intrigada, penso que é uma brincadeira de alguém da escola, e volto a me deitar. Mas logo que fecho os olhos, abro-os de novo e analiso a caixinha de música que ganhei de presente de minha mãe. Ela não tinha quase nada de normal. Na realidade, nunca entendi por que minha mãe me dera uma caixinha em forma de coração com desenhos das cartas de baralho (espadas, copas, paus…). Dei um salto da cama quando ouvi uma nova mensagem do meu celular. Dessa vez era de Beatriz.

“Não consigo falar com Celine e nem com Pietra!”

Fiquei preocupada, mas meus olhos se viraram novamente para a caixinha de música, e como se ela me atraísse como um clips de papel é atraído por um imã, caminhei até ela, com os olhos vidrados e concentrados em um único objetivo: fazer o que o estranho me pediu. Me posicionei em frente dela e abri a tampinha para que a bailarina começasse a girar e a música tocar.

Porém, a caixa não tocou sua música habitual, Für Elise, e sim Frére Jaques em um ritmo frenético, até que ouvi a janela ser despedaçada por uma pedra.

Ouvi passos apressados vindos do lado de fora, que cada vez ficavam mais fortes. Saio correndo muito cautelosa até a porta dos fundos. Estou quase lá, já estou atravessando o corredor que leva ao lado de fora, mas quanto mais me aproximo da porta os passos se tornam mais fortes. Desesperadamente abro a porta e saio correndo. Agradeço por serem 06:00 ainda, assim ninguém percebeu uma pessoa correndo como uma louca pela cidade de Paris.
Já sai da propriedade, um pouco mais calma mas ainda alerta. Percebo que toda essa loucura me deixou morrendo de fome, portanto parei no primeiro café que encontrei. Peço um croissant e um café ao balconista, e checo o meu celular, que peguei antes de sair, para ver se Beatriz teve alguma notícia de Pietra ou Celine. Nada. De repente, o meu iPhone começa a vibrar, olho de novo, não era Beatriz e sim uma mensagem que dizia:
"Volto para sua casa e feche a casa de música, a menos que queira morrer cedo!"
Me senti um pouco estranha, assustada e como se estivesse hipnotizada novamente. Saio do café e vou correndo de volta para a minha casa. Chego lá e o portão está trancado, sendo forçada a ir pelos fundos. Sinto um alívio, pois o que quer que seja que estivesse lá há minutos, aparentemente já foi embora. Vou caminhando cautelosamente para o meu quarto, abro a porta e não vejo nada de estranho. Me viro em direção à minha caixa de música, que já parou de tocar a música clássica. Fecho a caixa e me tranquilizo pensando que agora talvez o estranho não me incomode novamente, para me alegrar, abro novamente a caixinha. Ela toca Für Elise como sempre. Ouço a campainha, quando abro a porta não vejo ninguém, somente um pacote com uma carta. Levo os dois para cima e noto como o pacote é leve. No meu quarto abro cuidadosamente o pacote junta à carta que vinha em envelope vermelho. Na carta está escrito somente: "Esperamos você, Rainha de Copas."

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Assustada, tenho certeza que isso não é para mim. Já no pacote encontrei uma correntinha com um pingente com o símbolo de copas. Sinto algo se aproximando do meu quarto. Minha porta é escancarada por um vulto escuro e desmaio de desespero. A última coisa que me lembro é a sensação de mãos calorosas colocando algo em meu pescoço, então em seguida apago.

Abro meus olhos e observo a escuridão do pequeno quarto em que me encontrava que era iluminado a luz de velas semi-derretidas, e posso ver um rosto conhecido através da escuridão. Ao notar seus olhos azuis brilhantes quase caio da cadeira em que me encontrava. Ele me olhava com um sorrisinho malicioso, e começo a ficar assustada.

Pedro estava ali.