Onze e meia da noite e você tentando dormir. Hoje é sexta, mas sábado você terá que acordar às oito ou antes das nove da manhã. Você tem que ir fazer compras antes que o centro da cidade fique lotado, então é bom chegar antes das dez e meia da manhã.

Mas infelizmente, a festa do vizinho é mais importante. Ele vai fazer compras amanhã? Não. Ele está tentando dormir? Não. Ele está tocando Baile de Favela ou Thiaguinho a todo o volume, tomando cerveja, festejando qualquer coisa com os amigos (quem sabe o fim de semana?), mas parece que ele só quer irritar você. Parece que ele tem um radar que capta todas as intenções da região: “Oh, sábado meu vizinho vai precisar acordar cedo. Vou tocar as minhas músicas favoritas no volume máximo hoje e chamar meus amigos pra participar”.

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Então, você resolve ir lá falar com ele. Pega a escada, apoia no muro, tomando cuidado com a cerca elétrica. “Ei, colega, eu tô tentando dormir aqui! Será que dá pra abaixar essa música?”, você pede. Nem pede pra desligar porque sabe que é pedir demais.

Seu vizinho até olha pra você, e você repete. Ele desvia o olhar como se não tivesse dito nada, porque você vai impedi-lo de completar seu objetivo, que é te causar insônia.

Você decide ligar pra polícia. Eles atendem, você explica a situação, a polícia diz que vai ver ou algo assim, mas não vem, e você lembra dos filmes americanos onde os adolescentes dão festas quando os pais vão viajar e a polícia chega e todo o mundo sai correndo. Pronto. Acabou a festa. Oh, espere, estamos no Brasil. Se a polícia vier, ela conversa, vai embora e a festa continua.

Conclusão: você não dorme até cinco da manhã. Acorda às oito, depois de 3 míseras horas de sono e vai para o centro da cidade fazer as compras. Esquece de comprar o presente de aniversário da sua tia-avó e da filhinha dos amigos dos seus pais e vai precisar voltar no próximo sábado. O seu vizinho provavelmente já sabe disso e está organizando uma festa maior e pior para a próxima sexta.