The Dark Side of Red

False Peace


—Bella, por favor se concentre no que vou falar agora. – ela se aproximou e segurou meus ombros.

Eu permaneci parada.

—Acabou, okay? A dor, o remorso, o cansaço, o inferno, tudo acabou. Se concentre em um único sentimento, não importa qual seja, apenas se concentre. – não consegui suportar, a abracei tão forte quanto à dor que eu sentia, e enfim, essa mesma dor foi passando.

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Lá estava eu chorando novamente, sem parar como um criança e já não me aguentando nas minhas próprias pernas, cai ajoelhada ainda abraçada com ela.

—Tudo bem... – ela sussurrava.

—Me desculpe, me desculpe... – eu repetia sem parar, ela apenas afagava meus cabelos até que parei de chorar, até que finalmente me controlei. Nos afastamos do abraço e nos encaramos por alguns segundos, e finalmente um sorriso invadiu nossos lábios. Era alivio.

—Eu sei que temos muito pra conversar e muitos abraços pra dar, mas está na hora de você recuperar o tempo perdido. – Caroline disse – Vai atrás dele, não perca mais tempo.

Eu não queria sair dali, não queria me mover, mas ela estava certa, eu ainda tinha erros para serem concertados, erros que o tempo não corrigiria, erros que não podiam esperar o amanha. Me levantei.

—Ele está vindo pra cá agora, vá rápido e o encontre na estrada. – Nat avisou com um sorriso no canto dos lábios.

—Obrigada, obrigada... – nada mais conseguiu sair da minha boca e após isso eu apenas corri, sai do meio do nada e parei no meio da estrada.

No inicio ela estava deserta, mas logo pude ver um carro por mim muito conhecido vindo, então parei na frente dele e ele freou bruscamente. O motorista saiu do carro e percebi que assim como eu ele não sabia o que fazer, porém seus olhos me chamavam como nunca antes e eu o abracei, forte e profundamente, e ele retribuiu imediatamente.

—Bella... – segurei seu rosto.

—Damon, eu...

—Não fala nada. – então ele me beijou da forma mais apaixonada e terna, e me apertou contra o seu corpo que assim como o meu gritava de saudades.

Estávamos lá. Eu estava lá. E era real.

E apesar de toda imensa culpa, eu tinha sobrevivido, nós tínhamos.

(...)

A lareira mantinha o frio longe e aquecia minha alma aliviando a culpa, estávamos em casa e eu tinha chorado mais um pouco, mas Caroline estava cansada e eu me concentrava ouvindo sua respiração enquanto a mesma dormia no andar de cima, garantindo que ela realmente estava lá, viva.

—Oi... – Damon veio e colocou uma coberta sobre os meus ombros sentando ao meu lado – Como se sente?

—A dor ainda esta aqui... O luto, a vergonha, mas agora eu entendi... Trancar tudo é trapaça, por que é como se você trancasse tudo aquilo que faz você ser quem você é. Nada afeta você, nada importa, mas as coisas importam. Se eu tivesse esperado... Podia estar bem para a Caroline agora, mas existem coisas que não podem ser desfeitas e agora eu sei que preciso concerta-las...

—Bella, o que você precisa fazer é descansar. – disse Stefan vindo da cozinha trazendo uma garrafa de whisky – Desacelerar por uns dias, talvez por alguns anos... Toma. – peguei a bebida.

—Não... Eu cansei de descansar, tenho muita coisa pra fazer.

—Espera... – disse Damon – Ta falando do que?

—Pensa um pouco, é tão obvio... Tem uma pessoa que causou tudo isso, que arruinou as nossas vidas. Olha pra vocês, o que aconteceu com vocês foi dela a culpa, quando Klaus estava no seu nível mais psicótico ela o trouxe para Mystic Falls, ela que transformou a Caroline e a matou... Tudo sempre leva a ela: Katherine.

—Bella, vai com calma. – começou Stefan.

—Vocês não disseram pra eu focar em alguma coisa? Então, eu foquei e agora eu foquei no ódio e eu odeio tanto ela.

—Não foi isso que eles quiseram dizer amor...

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—Bella, a Katherine não vale o seu tempo, mesmo se você passar 10 minutos da vida a odiando, ela vence e você sabe disso. – Stefan alertou.

—Não se eu a matar.

Os olhares preocupados dos dois me atingiram, mas nada tirava da minha cabeça que naquele momento a vingança seria uma ótima forma de justiça, uma ótima forma de botar um ponto final naquele tenebroso capitulo.

A campainha tocou quebrando o silencio, Damon se levantou, colocou pra dentro de uma vez o whisky que estava em seu copo e abriu a porta.

—Bella, tente pensar direito... – Stefan ia começar novamente, mas algo me chamou atenção.

—Damon, quem é? – me levantei e fui até a porta, e lá me deparei com alguém encapuzado e suspeito, alguém que eu nunca tinha visto, pelo menos era o que eu achava.

—Ela disse que está procurando você. – afirmou Damon.

—Quem é você? – encarei a pessoa na porta, então ela tirou o capuz e tudo voltou a se agitar na minha cabeça, aquilo ia muito além de qualquer emoção que eu já tinha sentido naquela noite.

—Olá Bella, eu sou Lydia. – ela sorriu de lado, mas apenas depois de longos segundos de espanto que eu consegui responder apenas uma coisa.

—Como somos tão parecidas?