The Dark Side of Red

Turn off the Humanity


—Não... Não, por favor, faça isso parar por favor... – eu disse soluçando – Ela está morta Damon, ela se foi e é tudo minha culpa ! – eu não conseguia parar de chorar – Era pra eu estar morta !

—Ei, olha pra mim – Damon levantou meu rosto – Vai ficar tudo bem... – ele disse, mas no fundo eu sabia que ele não sabia que palavras usar para aplacar ou mesmo amenizar aquela dor, Stefan estava em choque, nem sequer se movia vendo aquela cena tentando segurar as lagrimas.

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Tudo aquilo era minha culpa, e eu tinha que concertar ou tentar fazer o certo mesmo que por linhas tortas:

—Vamos levar ela pra casa. – disse me levantando e enxugando as minhas lagrimas.

—Bella ...

—Agora Damon ! Vamos coloca-la no porão, ela merece ao menos uma despedida digna.

Damon e Stefan pegaram o corpo gélido de Caroline e a levamos pra casa, naquele hora eu percebi que nada do que eu havia passado até aquele momento tinha sido tão doloroso.

(...)

Aquela havia sido a noite mais longa da minha vida, tão precária e torturante, eu não sai do lado da Caroline nem por um segundo e Damon, em algum pico da madrugada se juntou a mim, chegou uma hora que eu não tinha mais forças pra chorar, nem pra ficar mais nem um segundo ali, eu acabei dormindo tentando apaziguar a angústia do meu coração, se é que isso era possível.

No dia seguinte a notícia se espalhou só entre os amigos mais próximos e logo chegaria a mãe dela que estava fora da cidade, e eu, rodei o dia inteiro pela cidade e pelos lugares proximos a ela torcendo pra que o vento me levasse a lugar reconfortante, mas aquela culpa, aquela dor eram tão grandes que sentia que podia toca-las, tão palpáveis quanto a escuridão que me cercava.

Eu desci do meu carro quando vi que a lua havia caído, não havia dito uma palavra desde então, fui pra um bar que nunca havia visto perto da divisa da cidade, bebi mais do que deveria não me importando com quantas chamadas perdidas haviam no meu celular, aquilo não me ajudou em nada, só me ajudou a ficar bêbada e tonta.

Sai de lá depois de um tempo, aquelas pessoas a minha volta eram tão fúteis quanto eu querendo me arrastar a perdição, se é que eu já não estava nela.

Então um humano passou na minha frente e a única coisa que ouvi foi o som da veia pulsante em seu pescoço, agarrei a garota e a hipnotizei pra não se mexer, ela estava tão assustada quanto eu:

—Por favor não me machuca – ela sussurrava

—Qual é o seu nome?

—Brooke ...

—Então Brooke... Eu não quero matar você, mas existe um limite de dor que uma pessoa consegue suportar, eu tenho que matar você, por que a culpa esta me corroendo e eu estou com muita sede – minhas presas ficaram a mostra e eu não me importei, não ligava mais.

—Por favor não... – Brooke começou a chorar – Por que não consigo me mexer ?

—Por que eu não quero que se mexa e nem que grite. Estava indo pra onde ?

—Encontrar uma amiga...

—Ah, amizades, elas acabam com a gente. Minha melhor amiga morreu ontem, a algumas horas na verdade... Ela morreu no meu lugar...

—Eu sinto muito...

—Não sinta – era como se eu não tivesse mais controle sobre o meu corpo, eu a abracei e comecei a chorar, foi quando eu voltei a ouvir o pulsar de seu coração, eu a mordi, o seu sangue quente descia pela minha garganta e a cada segundo que se passava eu queria mais, mas eu a deixei viva, limpei os meus rastros e voltei pra casa, não me importei com o que tinha feito ou com o sangue que estava sobre toda a minha roupa, estava em transe, dormente, perdida.

(...)

—Eu podia ter escrito um discurso ou dizer coisas bonitas como as pessoas fazem nos funerais, mas isso seria uma encenação, estaria apenas escondendo os fatos e tentando aliviar uma dor Impossível de ser aliviada, invés disso, trago a verdade, e a verdade é que Caroline merecia muito mais do que a vida deu a ela, merecia tudo de bom no mundo... Ela tinha uma bondade e um amor tão grande, que teve a coragem de fazer o que fez, e essa culpa me consome a todos os segundos... Mas isso não é sobre mim, é sobre ela, e devíamos lembrar dos bons momentos agora, mas a Caroline morreu e ela esta deixando um buraco muito grande no coração de todos, e não tem lado bom nisso, morrer é uma droga... Eu queria ter mais coisas pra falar, além de que esta doendo muito, e eu queria dar mais números a Caroline do que os que ela teve...

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Todos ao meu redor, ao redor daquele tumulo na floresta estavam aos pedaços, era impossivel não me sentir responsável, mas todos estavam lá, todos que eram importantes pra ela e isso de certa forma, me trouxe alguns segundos de conforto.

(...)

Eu tomei um banho, troquei de roupa, me olhei no espelho e meu coração se destroçou mais, nada mais seria o mesmo, nunca estaria inteira, essa era a minha única certeza, eu desci as escadas com medo do que encontraria no andar de baixo, não queria ver ninguém:

—Bella... – Damon olhou pra mim – Como se sente?

—...Eu não sei – Stefan veio da cozinha e se juntou ao Damon – Cadê a Bonnie?

—Foi pra casa, queria ficar sozinha – disse Stefan.

—Ótimo – comecei a andar pela sala.

—O que vai fazer? – perguntou Damon.

—Eu não sei ! Eu não estou aguentando mais, tudo acabou... Eu matei ela, era pra eu estar lá... Ela se sacrificou por mim, eu não posso aceitar isso ! – disse chorando – Eu não acredito que isso esta acontecendo... – Damon veio até mim e me abraço – Vocês tem que ficar longe de mim... Todos que eu amo morrem e eu não consigo aguentar isso, não consigo, não consigo... – meus joelhos perderam a força e chorando cai no chão – Não da, não da...

Eu queria morrer, queria que aquela culpa acabasse e isso me fez sentir a pessoa mais egoísta do mundo, eu era egoísta.

Damon se ajoelhou ao meu lado e segurou o meu rosto:

—Bella... Desliga.

—O que...? – o olho

—É só você desligar e tudo isso vai desaparecer... Desliga Bella. – meu olhar se fixou nele por alguns segundos, meus sentidos sentiram a calmaria de sua voz e de sua persuasão, na minha mente foi tudo como um flash-Back, mas por fora não tive reação alguma, eu estava paralisada, minha respiração ia se acalmando, quase parando, tudo ao meu redor simplesmente parou, minha visão estava mais clara e o peso dos meus ombros, da minha alma, haviam sumido.