Me ame estrela

Estou apenas de passagem


Noite de Natal. O céu escuro era iluminado pelo suave brilho das doces e amáveis estrelas. Elas olhavam com delicadeza os enfeites de natal, e admiravam desde os mais pequenos e humildes aos maiores e luxuosos. Elas amavam aquela data. De preferência, o período da noite.

Onde tudo correspondia ao brilho que elas exalavam. Onde tudo brilhava e piscava em conjunto. Onde a sinfonia das cores unidas a escuridão da noite emanavam uma beleza exótica.

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Afinal, era quando as estrelas apareciam. Era noite. Noite de natal.

A neve rasgava o ar e se amontoava no chão. As crianças que brincaram o dia todo, observavam cansadas a noite pela janela. O peru recém saído do forno, era analisado pelos mais críticos olhares. Olhares sedentos por comida. Ah, sim! A tão esperada ceia de natal estava na mesa!

Não havia enfeites ou presentes que estragariam aquele momento. As famílias ali reunidas na sala sentavam em suas cadeiras, pegavam os talheres e apreciavam a refeição.

As estrelas, nada interessadas naquela gula, voltaram sua atenção novamente aos enfeites, cujo brilho dançava ao som da música Noite Feliz, que o coral entoava num perfeito ritmo no centro da praça.

De repente, um pavor se instalou em meio as estrelas, um clarão ofuscou as vistas daqueles ali presentes, o céu foi cortado e fez passagem para ela passar. A estrela do desejo. Uma estrela cadente indo espalhar a magia do natal.

Um enfeite de boneco de neve, tão solitário pendurado no galho de um pinheirinho, notou a estrela de passagem. Ao espantar-se com sua beleza, fez um pedido. Que ela parasse para ele ter a oportunidade de admira-la melhor.

A estrela logo cessou sua viagem, se pôs ao lado do boneco, e ele a observou.

“Seja breve, boneco – ela sorriu – estou apenas de passagem.”

“És linda, estrela.” – ele somente disse.

“Não por isso, – ela corou – és também muito belo e gentil.”

Os dois ficaram se olhando e trocando ideias, sorrindo com pequenos comentários, corando aos elogios, e apreciando em conjunto a boa música do local.

“A noite está linda – comentou o boneco – mas você se sobressai.”

“Creio que é um exagero tal observação – ela se encolheu e notou o tempo que passou – agradeço pelo tempo e alegria que me proporcionara, mas logo terei de ir, estava apenas passando para levar os desejos que me alcançassem.”

“Hm... – ele coçou o queixo pensativo – então, meu desejo lhe alcançou?”

“De fato, sim, nobre cavaleiro – ela se curvou perante o boneco – tu me alcançastes.”

“Receio que não, donzela – ele suspirou entristecido – jamais poderei andar ao teu lado...”

“Mas, você está ao meu lado agora – aproximou-se dele lentamente – não sente isso?”

“Sinto – o que ele sentia era seu coração palpitar à medida que os belos olhos da estrela chegavam mais perto – e eu gosto.”

“Do que gostas?”

“Sei que é repentino, – ele começou gaguejando – mas eu gosto de você! Muito!”

“Também sinto afeição por ti.” – ela correspondeu.

“Se me permite, ó princesa dos desejos – ele se ajoelhou – se não for muita ousadia de minha parte, por meio da magia deste natal, gostaria de fazer-lhe um último desejo! – sem tempo da estrela responder ele direcionou seus olhos à ela – Permaneça ao meu lado para sempre!”

“Mas... boneco... esse pedido... ele é...” – as palavras não surgiam de maneira coordenada.

“Eu a amo, estrela! Princesa de toda beleza, tu representa minha alegria, minha magia de natal!” – ele tentou manter a estrela ali, mas ela se libertara.

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“Preciso ir, nos vemos no próximo natal, meu príncipe!” – ela cobriu suas lágrimas e apagou o remorso que sentia de si mesmo ao distanciar-se do boneco.

“Mas estrela! – ele caiu aos seus pés – eu a amo! Me ame também! Me ame estrela!” – suplicou-lhe sem forças.

“Mas eu o amo, boneco. Mais do que tudo que já fui capaz de amar.” – admitiu ela com uma voz serena e humilde.

“Então, por que me deixas? Se me amas, por que estas a me abandonar?!”

“Eu não lhe disse, boneco?” – o corpo dele estremeceu ao lembrar das primeiras palavras da estrela.

Aquelas palavras agora ecoavam em seu peito, tentando preencher o vazio que a partida da bela estrela, já então invisível na noite, lhe deixara...

“Seja breve boneco.”

Ela sorriu.

“Estou apenas de passagem.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.