Só mais um dia

Como adultos


— Eu não acredito que você me envolveu nisso!

Eram nove horas da manhã e lá estavam eles, Koushi e Daichi, no mercado, numa enorme fila.

— Para de reclamar — disse Koushi.

— E por que acha que estou reclamando? Você me acordou cedo para vir nesse mercado no fim do mundo por causa de UM brinquedo.

— Um brinquedo que o Tobio quer muito e, nós, como pais dele, devemos dá-lo!

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— Ele só tem três anos, Koushi...

— Daichi, meu amor, ele não vai brincar com uma bola de vôlei pra sempre. Então, iremos dar outra coisa para ele.

Daichi fechou a cara por algum tempo, mas logo entendeu o que o marido quis dizer. Era engraçado como Koushi conseguia fazê-lo mudar de ideia.

Já estavam na fila há uma hora quando conseguiram entrar no mercado.

Eles não pegaram um carrinho, pois iriam comprar apenas o presente para o filho. No entanto, ao chegarem em frente à prateleira que procuravam, lá estava. Era o único que sobrava e uma mão quase o alcançava.

Daichi pensou em desistir e procurar em outro lugar, porém, quando abriu a boca, viu que Koushi já havia pegado a caixa e, no momento, estava ocupado demais discutindo com uma mulher que aparentava ter uns vinte e sete anos.

— Meu deus. — Suspirou. — Não acredito nisso.

Ao aproximar-se dos dois, ouviu a conversa que parecia bem normal não fossem as palavras ásperas.

— Então, eu peguei primeiro — disse a mulher.

— Então, florzinha, você não pegou. Você tentou.

— Você claramente viu que eu peguei o brinquedo primeiro, certo? — disse ela, olhando para Daichi.

Ele engoliu a seco.

Sabia muito bem que o brinquedo era, de direito, da mulher, mas quem em sã consciência ficaria contra Koushi?

— Acho que vocês devem decidir como adultos...

— Como? — responderam eles em uníssono.

— Nada mais e nada menos que — fez uma pausa dramática — pedra, papel e tesoura.

O olhar deles para Daichi não foi um dos melhores. Aquilo era tudo que ele podia fazer no fim.

— Sério, Daichi? — disse num tom irônico.

— Você tem algo melhor, pintinha? — disse a mulher.

Ele sorriu de forma falsa e concordou com ela.

Eles pronunciaram o "jo-ken-po" juntos e o ganhador foi decidido.

Koushi havia jogado pedra e ela papel, portanto, ele perdeu.

Daichi reforçou ao marido que ele havia perdido e então o casal voltou para o carro.

— E agora? — disse num tom triste.

— Ainda temos bolas de vôlei em qualquer lugar — brincou.

— É né — suspirou. — Ele ainda é um fanático por vôlei como os pais.

Eles gargalharam da situação.

— Você é muito diferente quando o assunto é o Tobio. — Sorriu. — É um pai de verdade.

— Eu só gosto de proteger aqueles que amo — comentou. — Assim como o Tobio e você.

— Entendi.

— Daichi — chamou.

— Oi?

— Amo você. — Beijou a bochecha do outro. — Desculpa.

— Também amo você e desculpo sim, só, por favor, não me envolva mais nisso!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.