Só mais um dia

Segredo


Não voltava para casa há um tempo e nem queria quebrar essa rotina, todavia, lá estava ele a pedido de Hide.

Girou a chave na fechadura e empurrou a porta, entrando no lar.

— Ah, já estava na hora! — vociferou.

Kaneki não pareceu entender de início, no entanto, ao ver o amigo sentado em sua cama, compreendeu tudo.

— Hide, você devia estar em casa.

— E ai? Beleza? — Sorriu. — Vim para ficar hoje à noite.

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Kaneki engoliu a seco e sentou-se no chão.

— Por quê?

— Pra você não me abandonar, claro. — Deu uma piscadela.

Kaneki tossiu várias vezes assim que o loiro terminou sua frase. O nervosismo nunca foi seu aliado.

— Morrer também é uma forma de abandonar — brincou.

Ele não respondeu à brincadeira do amigo, no lugar disso, fez uma cara péssima e começou a admirar o chão.

— KANEKI — gritou o loiro ao aproximar-se do outro. — Já te disse pra não ser desse jeito.

Hide encostou sua testa na de Kaneki e puxou as bochechas dele, deixando os dentes do outro à mostra.

— Você tem que parar de ficar ansioso e chateado com tudo, cara!

— Tá doendo. — Choramingou.

O loiro se afastou de Kaneki e com uma expressão aliviada, disse:

— Senti sua falta.

Ele corou ao ouvir aquelas palavras.

Kaneki sabia que não poderiam ficar juntos, mas também sabia que Hide não iria deixá-lo ir. Sentiam falta um do outro, afinal, estiveram sempre juntos.

— E você? — perguntou Hide. — O que sente?

Aqueles cabelos loiros e sua voz animada mexiam de forma inexplicável com Kaneki.

— Eu senti sua falta, Hide — disse baixinho.

Com certeza seria mais difícil para os dois se separarem depois daquela noite, porém ele já não aguentava mais. Era necessário uma despedida decente.

Hide sorriu ao ver o rosto de Kaneki corado.

— Você não precisa mais se segurar, sabia?

Kaneki não hesitou em beijar desesperadamente aqueles lábios que tanto cobiçava.

Eles trocavam carícias como se aquela fosse a última vez. E talvez fosse mesmo.

Os abraços eram longos e calorosos. Os beijos faziam com que ambos se arrepiassem. Os chupões deixavam marcas vermelhas em suas peles claras.

Em algum momento da noite, eles se cansaram e decidiram se deitar.

Kaneki repousava sua cabeça no peito nu de Hide.

— Seu coração bate rápido — comentou com um curto sorriso em sua face.

— Sinal de que estou vivo e apaixonado.

Kaneki não respondeu.

— Hide, me conte um segredo.

Ao ouvir o pedido, o loiro se levantou e pôs-se a olhar a expressão confusa dele.

— Eu sei. — Soluçou. — Sei que essa é a nossa última vez.

— Posso te dizer algo que não é um segredo?

— Pode.

— Eu te amarei para sempre, Hide.

— Eu também te amarei pra sempre.

Eles se beijaram mais uma vez e adormeceram juntos.

Ao acordar, ele olhou para o lado e Kaneki já não estava mais lá.

Hide gritou seu nome várias vezes, mas ele nunca mais atenderia.