Nicalysson e Mared

Sou salva pelo novato


Cheguei em casa tarde, havia ficado na escola para estudar... o que realmente não era muito construtivo para mim... porque eu não consigo me concentrar...

Pela primeira vez em dias, minha mãe estava em casa, quando cheguei, a abracei e quase chorei em revê-la, admito, eu amo minha mãe.

- Filha- disse ela.- Como está?

- Melhor agora que você está aqui mãe- admiti.

- Mas... eu já tenho de ir- disse ela.- Tenho que trabalhar.

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- Você sempre está trabalhando mãe!- Exclamei.

- Se não for assim... eu não vou poder mais te ver filha- disse ela.

- Por que?- Perguntei.

- Tenho de ir- disse ela correndo porta a fora.

Eu corri para meu quarto e bati a porta, por que minha mãe nunca tinha tempo para mim? Eu devia ser a única adolescente de 14 anos sem uma mãe presente... ok, a única não.

Me deitei e adormeci.

Sonhei com aquele mesmo casal de estranhos, uma garota de provavelmente 15 ou 16 anos, e um garoto de 16 ou 17... ambos de cabelos negros e olhos também.

- Como ela está?- Perguntou o garoto.

- Bem... mas...- murmurou a garota.

- Mas o que?- Perguntou o garoto.

- Nada- disse a garota.- Só estou com um mal precentimento...

O garoto segurou sua mão e sorriu.

- Ela sabe se cuidar- disse ele.

- Espero que sim...- disse ela.

- Tenho certeza Aly- disse ele.

Meu coração parou e eu acordei assustada, Aly... de onde eu já ouvira esse apelido? Suspirei e desci as escadas até a cozinha, bebi um copo d\'água e subi de novo, voltando a adormecer, mas meus sonhos se foram.

Acordei atrasada, como de costume, sem comer nada saí correndo de casa.

- Talvez devesse acordar mais cedo- disse um garoto quando eu passei pelos portões do colégio com o sinal tocando. Parei de correr e me virei para ele, era o aluno novo, Frederik.

- É... acho que sim- murmurei meio sem jeito.

- Você costuma chegar atrasada não é?- Perguntou ele sorrindo.

- Er... às vezes- disse eu.

- Vamos- disse ele ainda sorrindo e andando para nossa classe, eu suspirei e o segui.

Sr. Krauser já estava escrevendo na lousa quando entramos, eu me sentei em minha cadeira de sempre e Frederik a minha frente, o que me irritava, era que todas as garotas o olhavam e suspiravam, apaixonadas, aposto que era só porque Frederik era loiro acastanhado de olhos verdes, eu não via nada nisso... ok... talvez só algumas coisas... mas ainda assim, não era motivo para eu babar por ele.

Quando o sinal do intervalo tocou, eu continuei a fazer exercícios de matemática, eu estava indo muito mal na matéria. Todos já haviam saído da classe, olhei em volta, e percebi que Frederik também continuara a fazer exercícios.

- Está indo mal em matemática?- Ele perguntou sem me olhar.

- Sim- murmurei.- Você também?

- Mais ou menos...- disse ele.- Eu sou bom em matemática... o problema é que eu não gosto.

- Do que você gosta?- Perguntei, nós nos falavamos sem olhar um pro outro, continuando a fazer exercícios.

- De música- disse ele.- Artes, essas coisas...

Meu coração bateu mais forte, tinha alguma coisa nele, que me deixava nervosa.

Ele fechou o caderno e o livro e virou para me olhar.

- E você?- Ele perguntou.- Você tem cara de quem gosta de... história!

- História!? Ah claro... eu não consigo me concentrar, ela fica falando e falando e falando... é impossível!

- Ah... fica olhando muito pra mim né?- Disse ele rindo.

- É claro- disse eu ironicamente.

- Mesmo?- Ele perguntou parando de rir.

- Claro que... que não!- Exclamei.

Ele riu e voltou a fazer exercícios.

Ao fim das aulas, me dirigi à biblioteca para estudar, estava completamente deserto ali, eu estava ouvindo alguns barulhos estranhos.

Estava fazendo meu 14º exercício de matemática, quando um espinho, agulha, não sei, não vi direito, passou rente ao meu rosto, só depois que ele se fincou na parede que pûde ver que era um espinho, me virei, e vi algo impossível, um leão, com rosto de humano, e cauda de escorpião.

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- O que diabos...- murmurei dando um passo para trás, ele lançou uma enxurrada de espinhos, eu me abaixei, mas um cortou meu ombro.

Eu arfei de dor, o que era aquilo? Vaculhei minha mente em todos os animais possíveis, nada.

O animal lançou outra enxurrada de espinhos, que vieram diretamente para mim, seria o meu fim, eu tinha certeza, mas alguem se jogou em minha frente, segurando um escudo, nós dois fomos empurrados, mas estavamos a salvo.

- Você está bem?- Peguntou Frederik.

- Sim... o que é aquilo?

- Se eu te dissesse que é meu animal de estimação, acreditaria?- Ele riu.

- Para de fazer piadas!

- Eu não consigo- ele sorrriu e jogou o escudo contra o rosto do animal, sacou sua espada e a atirou em seu olho, o monstro se desfez em poeira.

- O que você fez!? O que era aquilo!? Como você fez isso!? Quem você é!?- Eu comecei a tagarelar.

- Ei!- Disse ele.- EIEIEI, fique quieta, se não não terei como explicar!

- Ah... é- disse eu.

- Aquilo... era... um manticore- disse ele.- Das aulas de mitologia! Não se lembra?

- Sim...- disse eu.

- Sinto muito por ter que descobrir assim- disse ele.

- Assim como? Aliás, descobrir o que?- Perguntei.

Ele sorriu.

- Nada- disse ele e eu bufei.