– O que aconteceu? Eu ouvi gritos! - Max entra correndo na casa de Gejoan. - Wow, o que houve com suas feridas, Gejoan?

– Tem algo muito louco acontecendo aqui! - Melanie diz.

– Espere, está de madrugada, não é? - Gejoan pergunta. Ele está tentando juntar as peças. Ele sabe o que aconteceu.

– Sim. - Max responde. - Deve ser de madrugada.

– O que tem com isso, pai? - Melanie responde.

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– Ah, meu Deus. Faça isso de novo, Melanie. Faz de novo! - Gejoan pega a mão de Melanie e põe em seu braço ferido.

De repente, o brilho branco reaparece na mão e Melanie e as feridas de Gejoan desaparecem.

Melanie fica pasma e confusa, como nunca esteve em sua vida. Não sabia o que estava acontecendo com si mesma. Ela não sabia que a sua vida acabou de mudar.

– Meu Deus! Isso é...? - Diz Max, tentando não completar.

– ... Magia! - Melanie termina. - Isso é magia!

– Meu Deus... - Gejoan se senta. Ao contrário de Max e Melanie, ele não estava nem um pouco confuso, apenas não queria acreditar.

– Pai? O que está acontecendo? - Melanie se senta em frente á Gejoan.

– Filha, preciso lhe contar algo. - Gejoan diz. Max se senta ao lado de Melanie. Ele queria escutar essa história mais que a própria filha de Gejoan. Queria saber qual era o assunto da vez.

– Então conta. Estou preocupada! - Melanie diz.

"Que diabos está acontecendo?", Melanie pensava.

Gejoan dá um grande suspiro.

– É... Sobre sua mãe. - Ela começa. "Já consigo imaginar!", Max pensa.

– O que tem ela? Eu tenho mãe? - Melanie pergunta, eufórica. Seu pai nunca tocara no assunto antes.

– Eu era jovem. O rei tinha mandado executar todas as feiticeiras do reino. Eu acabei me apaixonando por uma... - "Já dá para prever a burrada!", pensa Max. - Eu me apaixonei por uma feiticeira. Seu nome era Saula. Melanie desculpa. Eu sinto muito. Sua mãe é Saula, uma feiticeira.

Era demais para Melanie processar. "Um feiticeira?", Melanie pensou.

– Isso explica a magia. - Max responde. Melanie estava olhando para o chão.

– Você era um bebê pequenininho. - Gejoan suspira. - Tinha alguns meses de vida quando invadiram nossa casa. Os soldados do rei. Eram muitos, mais que o necessário. Queriam matar sua mãe.

– Ela poderia usar magia. - Melanie sussurra em meio de choros. Mas todos conseguem ouvir.

– Ela largou essa vida para construir uma comigo e com você. - Gejoan responde. - Você não parava de chorar ao ver os guardas puxarem sua mãe para fora de casa. Eu havia dito á eles que você era normal. Eles fizeram o teste, e comprovou. Você era normal. Mas Saula havia dito que talvez, quando fizesse dezenove anos, iria ter poderes.

– Nossa. - Max resmunga.

– Ela estava na forca. Fizeram contagem regressiva. Quando falaram um, e a madeira desceu... Eu não queria ver aquilo. Mas vi. Ela havia sumido. Só vimos uma fumaça preta, que depois desapareceu. - Gejoan, ao se lembrar, começa á choramingar.

– Ela morreu? - Melanie pergunta enxugando as lágrimas.

– Todos acharam que sim. - Gejoan diz.

– Você acha que ela morreu? - Melanie pergunta, levantando a cabeça para olhar seu pai.

– Ela está viva, Melanie. Eu sei. - Ele responde.

Melanie cerra os dentes, se levanta e sai de casa. Estava tentando entender essa história. Subiu numa árvore perto de sua casa e ficou observando a aldeia silenciosa enquanto recebia a brisa leve da madrugada.

Melanie achou que sabia tudo. Mas ela só sabia uma parte da história. Nem mesmo seu pai sabia de toda história. Mas a verdade completa, estava com Saula, sua mãe. Ela sabia de tudo.