Eu sentia falta do meu meio-irmão. Ele era grandão, desajeitado, monstro, mas era leal, amigo, e mesmo com todo seu ronco, era melhor dormir no chalé quando ele estava lá, no beliche de cima, com os pés sobrando para fora da cama. Eu me sentia menos solitário e temia menos meus próprios sonhos.

- Chegamos! – Mamãe anunciou estacionando em frente ao restaurante.

O lugar era pequeno, servia comida mexicana. Mamãe disse que queria algo mais aconchegante e familiar. O que, traduzindo, significa: Algo que seja mais fácil de “consertar”, depois que algum monstro aparecer e eu destruir tudo.

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Mas não apareceu nenhum monstro, eu estava bem, sentado com minha mãe, e o tal do Paul, que eu preferia chamar de Sr. Balofo (não que ele soubesse), e prestes a comer o melhor taco da minha vida. O garçom se aproximou de nós, e eu senti um cheiro forte de enxofre. Alguma coisa devia estar queimando na cozinha, isso devia ser normal em restaurantes.

Pedi uma Coca-Cola, enquanto o Sr Balofo e minha mãe bebiam vinho. Quando o jantar chegou, o garçom se afastou tão rápido que pensei que estava com medo que a comida explodisse. Então só deu tempo que eu empurrasse os garfos de mamãe e do Balofo no chão antes que eles tocassem aqueles tacos.

Puxei Contracorrente do bolso e na hora que toquei nos tacos com a espada, eles explodiram, e voaram pedaços de tacos em chamas por todo o restaurante, colocando fogo nas cortinas, toalhas, bolsas, e depois desaparecendo em uma nuvem de pó negro.

Avistei o garçom se aproximando de mim, subi na mesa e corri até ele, então já era tarde demais quando percebi que ele era um dos esqueletos que estavam me perseguindo no ano anterior, eu estava muito próximo, não tinha mais como voltar. As pessoas gritavam e corriam, eu não sabia o que elas estavam vendo, por causa da Névoa, mas com certeza minha mãe teria de explicar alguma coisa ao senhor Balofo, se quisesse continuar namorando com ele. Piquei o esqueleto em pedaços, mas aquilo só me daria poucos segundos até ele se reconstruir, puxei minha mãe e o namorado dela pela mão e corremos para o carro.

- Sally, o que está acontecendo? – perguntou o atordoado senhor Blofis.

- Nada de mais, querido, Percy está se sentindo mal, vamos a um hospital, só isso!

Rezei para que os deuses nos dessem velocidade, porque o esqueleto já estava atrás de nós, correndo. Então ele ia ficando cada vez menor e mais distante, até sumir no horizonte.

E eu acabei comendo pizza azul (que, na verdade, era de queijo e presunto, mas minha mãe colocava corante azul em tudo – longa história) com minha mãe e meu novo padrasto, no nosso apartamento, assistindo um filme repetido na TV por assinatura. E não é que o tal do senhor Balofo é um cara legal?

FIM!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.