And I Love Her

Capítulo 9 - Broken Home


Capítulo 9 - Broken Home

“Você tem que deixá-lo ir, você está perdendo toda a sua esperança

Nada à esquerda para segurar, trancado para fora no frio

Suas memórias pintadas que lavados todos os mares

Eu estou preso entre um pesadelo e sonhos perdidos”

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5 Seconds of Summer, Broken Home.



A noite caía e juntamente com ela vinha o incomodo frio, Angelina se abraçava ao mesmo tempo que cavalgava, e seu cavalo já demonstrava sinais de presente cansaço. A própria garota forçava seus olhos a ficarem abertos o resto da noite, ora ou outra ela os coçava para poder se encontrar. Não era novidade estar fugindo novamente, aquela era a única coisa que ela tinha feito e continuava fazendo desde então. Já tinha fugido de casa, tinha fugido do guardas reais com Edmundo e agora estava fugindo de todos e até de si mesma.

Algo na mente dela dizia que aquela não era a escolha certa a se fazer, e ela nem sequer queria fazer isso, mas fugir era a única opção convincente que ela conhecia de verdade. Como iria arranjar coragem para dizer a sua irmã, que além de ter beijado o seu noivo, ela estava apaixonada por ele? Como dizer que ela não iria aguentar ver os dois fazendo juras de amor no altar?

Estava tão cansada de fugir de tudo, sabia que uma hora teria que enfrentar seu problemas de frente, mas que adolescente gostaria de passar por isso? Nenhum. Tinha outros problemas também, o fato de sua mãe ser executada em alguns dias era completamente assustador. Angel não tinha organizado seus sentimentos sobre a mulher ainda, não sabia se sentia remorso por ter tido a pior infância possível, se sentia pena por ela ou se a odiaria pelo resto de sua existência. Será que ela não devia conversar com a mulher que tinha a enganado, dizendo que era sua mãe, e a tirado de sua família? A garota tinha medo, mas muito medo de se arrepender de não ter falado isso. No fundo de sua mente apenas uma pergunta pairava por lá, por quê ela foi sequestrada? Qual foi o motivo que tinha causado tudo aquilo? Nada estava claro para ela, e era óbvio que se ela quisesse entender teria que correr atrás de respostas.

Aquele breve pensamento a fez parar o cavalo, ela ainda tinha coisas para resolver, não podia ir embora com assuntos pendentes de maneira alguma. Ela devia respostas a Angie que vivia trancada em casa sendo maltratada., devia respostas a si mesma.

— Eu não acredito que estou reconsiderando isto. — um suspiro fraco saiu de seus lábios.

Os cabelos da garota estavam todos bagunçados de tanto prenderem em arbustos, seus olhos estavam cansados e se fechavam levemente, seu rosto estava pálido e ela congelava num vestido de seda azul. As sapatilhas pretas em seu pé não ajudavam em muito coisa também.

Puxou seu cavalo pelas rédeas para a direção contrária, o animal fez um barulho de descontentamento, até mesmo ela estava tão cansada que reconhecia que não conseguiria continuar a volta para o reino naquela noite. Desceu do animal, e prendeu as rédeas com uma corda em um árvore, o cavalo relinchou de leve e resmungou:

— Não precisava me prender princesa.

Angel corou de leve. — Desculpe, não sabia que você falava. Durma um pouco, amanhã voltaremos para o reino.

— O quê fez a senhorita mudar de ideia tão rapidamente?

A menina deu um sorriso torto e envergonhado.

— Motivação para enfrentar os meus problemas.

Ela sentou-se no chão e apoiou sua cabeça em uma árvore, sorriu ao ver a Lua brilhando no céu em torno de milhares estrelas brilhantes e pequeninas. Não demorou muito para que seus olhos se fechassem, e esta adormecesse.



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(...)



Quando amanheceu Angelina acordou com uma dor infernal por todo o seu corpo, a posição em que tinha dormido tinha acabado com sua coluna e agora ela não conseguia levantar e caminhar sem mancar e fazer massagens no seu pescoço. Seu corpo estava tenso, não só de ter dormido numa posição desagradável, e sim em pensar em como seria ao voltar para seu reino. Não saberia como pedir para falar com sua “mãe”, e não saberia como falar com Edmundo, falar com Louise era dez vezes pior então. Mas como nem sempre a sorte estava ao seu favor, não demorou mais de meia hora andando com seu cavalo que os guardas reais a encontraram.

Os guardas não ousaram falar nada, apenas a levaram em segurança para o reino. Quando ela chegou no castelo foi levada para o seu quarto, lá suas servas tinham preparado um banho repleto de espumas. E Angel podia jurar que era tudo o que ela precisava depois de ter usado um tronco como travesseiro. Pediu que deixassem seu cabelo solto, então fizeram apenas uma trança com uma mecha de seu cabelo, que mais tarde depois de suas servas passarem vários minutos penteando seus cachos cheios de grama, a trança se transformou num tipo de “tiara”. Lhe mandaram vestir um simples vestido verde cor de água que ia até os joelhos e tinha um laço preto na cintura, e calçar um salto preto.

A primeira pessoa que entrou no seu quarto foi o rei, ele não tinha uma expressão séria como sempre, e sim uma de alívio. Quando viu Angel envergonhada este a abraçou, como se ela fosse sumir a qualquer momento.

— Pensei que não voltaria para nós. — a voz dele soou emocionada por reecontra-la, e a menina não pode se sentir mais culpada pelo o que tinha feito.

— Me desculpe papai, — sua voz pareceu até que um tanto chorosa e infantil, — covarde do jeito que sou, não soube lidar com os meus problemas. Me perdoe.

— O importante é que você voltou novamente querida. — ele a abraçou forte e a garota não conseguiu deixar de conter um sorriso radiante, sentir-se amada era uma sensação tão plena e ao mesmo tempo quente…

— Pai, eu gostaria de falar com Mary, uma última vez.

O rei a soltou e ficou sério. — Você realmente quer isso?

— Eu devo isso a mim, — ela respondeu se surpreendendo por não estar chorando até então — tem que ter um motivo, minha infância inteira…

— Nem sempre conseguimos as respostas que queremos. — seu pai continuou., mas ela negou.

— Eu quero falar com ela.



(...)



Rolava solto alguns boatos pelo castelo de que a princesa tinha voltado, mas ninguém além do rei tinha visto a menina. Louise já se considerava enlouquecida, queria muito falar com Angel, embora elas se conhecessem a pouco tempo já sabia que a menina estava se culpando por tudo. O próprio Edmundo já tinha contado para ela tudo o que tinha acontecido. E ela não os julgava, apenas queria que a irmã fosse feliz da mesma maneira que ela seria feliz com Bruce.

Mais preocupada que Lou era a rainha, (sem contar Edmundo), ela estava trancada em seu quarto desde então e nenhuma palavra de suas servas a confortava. Quando ouviu alguém bater em sua porta sentiu toda uma expectativa se formar em sua mente, e quase chorou ao ver que quem estava em sua porta era a sua filha de volta. Correu para abraçar a menina, e praticamente a sufocou.

— Graças a Aslan você esta bem. — ela não questionou o porque da menina ter fugido, já sabia da história muito bem.

— Senti a sua falta. — Angie comentou com um sorriso sincero e ao mesmo tempo entristecido.

— Você quer falar com ela, não é mesmo? — a voz de sua mãe falhou uma oitava abaixo do tom natural.

— Sim, eu preciso fazer isso.

— Não irei te impedir. — a rainha anunciou ainda receosa sobre esta decisão. — Enfim, fale com Louise e Edmundo depois, você tem umas coisinhas para saber.

A ansiedade enlouqueceu Angie, e seu coração acelerou só de ouvir o nome de Eddie e sorriu um pouco nervosa. — Não conseguiria ficar sem falar com os dois.

Assim que saiu do quarto de sua mãe ela se dirigiu ao calabouço, sentia um aperto no coração enquanto memórias da sua infância iam e voltavam em sua mente, era a hora de dizer adeus a todo o seu sofrimento. Um guarda a direcionou até a cela de Mary, o caminho até lá foi silencioso e uma parte dela desejava sair correndo e nunca mais voltar.

“Você tem que ser corajosa Angie, pelo menos uma vez.” — Ela se repreendeu mentalmente, forçando suas pernas continuarem.

— Quinze minutos no máximo. — o guarda anunciou e ela fez um sinal de entendido com a cabeça ao entrar na sala.

Mary estava lá sentada em um colchão velho e com as mãos algemadas, seus cabelos estavam bagunçados e seu olhar estava perdido no meio do nada.

— Eu sabia que você iria vir me ver.

Angie sentiu toda a sua coragem esvair ao olhar no rosto doente de Mary, todas as imagens de sua infância voltaram em questão de segundos, e ela podia jurar que, se ela não estivesse algemada não se sentiria mais segura.

— Como você sabe disso?

Mary deu uma risada rouca.

— Porque eu sou sua mãe, eu que te criei. Você é tão dependente de mim que não consegue dizer adeus a pessoa que mais odeia no mundo. — um sorriso cínico e doentio estava presente em seu rosto, o que assustava Angie.

O pior de tudo era saber que ela lhe falava a verdade, mas não, ela iria provar não só para Mary como para si mesma que ela podia dizer adeus. Que ela podia ser feliz com a sua família de verdade.

— Eu não acho que a senhora esteja certa. — ela respondeu com indiferença.

— Você acha mesmo que a rainha queria cuidar de você? Eu te fiz um favor, Angelina. Ela apenas queria uma filha, Louise, e não você.

Aquela voz rude fazia sua cabeça doer, e a raiva ferver no seu sangue de maneira insana.

— Pare de falar asneiras que não lhe convém. — sua resposta foi curta e rude, o que apenas fazia Mary sorrir, estava atingindo-a de alguma forma.

— Eu não me arrependo do que fiz com você, se é isso que você quer ouvir de fato.

— Bom saber. — Angie saiu do calabouço batendo a porta com força, assustando os guardas ali perto. Sentia seus olhos arderem de ódio, e seu corpo tremer enquanto as palavras de Mary iam e vinham na sua cabeça.

E quando mais ela precisava Edmundo apareceu ali, ele não lhe perguntou nada, apenas a abraçou o suficiente para que toda a sua raiva e rancor passasse e ela começasse a chorar como uma criança. Exatamente o que ela precisava no momento.