The Marauders

Pouco antes do início


A aurora surgia silenciosa no horizonte. Mas naquele ambiente nada se via da manhã que acabara de nascer.

Abre a porta com suavidade, como é do seu feitio. Olhando ao redor, não conseguiu imaginar um lugar mais desorganizado que aquele. O conjunto de um furacão, terremoto e a possível passagem de um bando de trasgos definiam o local. Anda poucos passos sem ter seus pés presos em uma das inúmeras peças de roupas espalhadas pelo chão. Desvencilha-se da roupa e continua seu árduo caminho pelo assombroso quarto. Pedindo a Merlin que não virasse comida de algum monstro que pudesse estar no meio daquela bagunça.

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Quando finalmente alcança a cama permanece admirando o menino por alguns segundos. Esse se encontrava em sono tão profundo que ela lamentou ter que acordá-lo, todavia, o fez mesmo assim.

— Querido acorde! – tentou ela aumentando a tonalidade de sua voz.

— Só mais cinco minutos mãe – resmungou o garoto ao se enrolar e revirar na cama, como se as cobertas possuíssem o poder de fazê-lo desaparecer.

— Então acredito que Sirius irá sozinho à Hogwarts esse ano – arriscou ela ansiando por alguma reação do garoto e essa veio quase instantaneamente.

— Hogwarts? – alegrou-se o menino, jogando suas cobertas o mais longe possível e indo a busca de suas roupas naquela bagunça que ele conhecia tão bem. – Porque não me disse antes, eu já estaria pronto há um século – disse ele ao saltitar enquanto colocava a meia em um de seus pés.

— Há alguns minutos já estaria bom o bastante – disse Euphemia enquanto ria dos movimentos bruscos de seu filho. - Acho que uma limpeza seria mais que bem vinda aqui – E com um simples aceno de varinha, as roupas voltam para suas gavetas e cabides, os sapatos se colocam em ordem, as cortinas e janelas se abrem e aquele parecia um lugar diferente do inicial.

James lutava com uma camiseta que tentava ir á gaveta, mas foi um esforço inútil, pois a camiseta ganhou.

— Como vou achar minhas coisas agora mãe? – perguntou ele deslocado com aquela organização.

— E daquele jeito você conseguia achar suas coisas? – indignou-se.

— Obviamente... – James se distrai ao olhar para a porta do quarto e ver a figura de uma pessoa aparecendo. Seus olhos ainda estavam afetados com a súbita claridade e teve que esfregá-los para enxergar perfeitamente. Cabelos negros como a noite caiam até seus ombros em cachos semelhantes às ondulações do mar que se quebra na praia. Seus olhos grandes e quase completamente pretos como os de um cão. Um de seus ombros estava encostado na borda da porta e com uma escova de dente em sua boca, olhava para James com desdém.

— Finalmente acordou o porquinho adormecido – disse Sirius retirando a escova dental de sua boca e zombando o amigo com gruídos de porco, tentando assemelhar-se ao ronco dele.

— Vem aqui seu cabeça de trasgo, vou acabar com você – ameaçou James saindo de sua cama como um foguete em sinal de partida.

Em questão de estantes os dois estavam em grande velocidade correndo pela casa. Anos se passaram desde que se conheceram, mas a cada dia pareciam voltar ao primeiro, porque não importando o tempo que passava, sempre acabavam assim. Correndo e amaldiçoando o outro enquanto riam.