I Love You, Idiot!

Especial - Consequências


Especial – Consequências

Especial I- Consequências de um incêndio

So precious time naze ikiru no ka?

So precious time wakaranakatta So precious time ima nara kitto

So precious time wakaruyo.

Um tempo tão precioso.

Para o que eu estou vivendo?

Tempo tão precioso, eu não sei.

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Armor Ring – Alice Nine.

~*~*~

Hospital Central de Konoha, 21 horas e 58 minutos.

O jovem de olhos perolados batia compulsivamente os pés no chão. Estava sentado há horas naquele desconfortável banco que, junto a outros três, ocupavam aquela pequena sala de espera.

Quando falara com o médico, este dissera que dentro de uma hora, no máximo, ele iria ficar sabendo sobre os pais. Aqueles sessenta minutos estavam sendo os mais longos de toda a sua vida.

O sino da grande igreja que ficava a duas quadras de distância do hospital avisava que já se passavam das dez horas da noite.

- Ei, Neji, ficar batendo os pés no chão desse jeito não vai ajudar em nada. Ao contrário, está apenas me irritando. – O ruivo de olhos esverdeados disse.

O Hyuuga apenas ignorou. Não havia pedido a companhia de ninguém; os amigos apareceram por conta própria.

- Cara – começou Hidan. -, minhas pernas ainda doem por causa daquele maldito jogo.

- É óbvio, Hidan. Você não teve tempo para descansar. – Comentou Gaara. – E, além do mais, que eu me lembre Itachi cravou a chuteira no seu tornozelo para roubar a bola. Deve ter doído.

- Maldito Uchiha.

- Vocês poderiam ficar quietos, por favor? – Pediu Neji.

Mal acabou de falar e pode perceber que o médico entrava vagarosamente na pequena sala. Ele carregava alguns papeis e, logo atrás dele, uma enfermeira transportava um homem com vários curativos pelo rosto, sentado em uma cadeira de rodas.

- Pai!? – Exclamou o Hyuuga, sorrindo ao ver o pai e correndo ao seu encontro. – Como... Como o senhor está se sentindo?

- Filho. – O homem estendia o braço esquerdo, enfaixado, para bagunçar os cabelos do filho. – Eu estou muito bem, graças a Deus. Olá garotos. – Ele acenou brevemente com a cabeça para os dois amigos do filho.

- Hyuuga-san, que bom que está bem! Esse aqui já estava tendo um ataque de nervos. – Brincou Hidan.

- E a mamãe, como ela está? – Neji alternava o olhar entre o pai e o médico ao seu lado.

- Sente-se, por favor. – O Hyuuga obedeceu, sentando-se novamente em um dos bancos da sala de espera.

O pai o olhava com os olhos tristes. Neji sentiu o seu estômago embrulhar. Aquele olhar não podia significar boa coisa. Olhou para o médico, que respirou profundamente antes de começar a falar.

- Como você pode ver, seu pai está bem. Ele sofreu leves queimaduras no rosto, braços e tórax. As pernas foram seriamente afetadas, e isso o impedirá de andar por algum tempo. Mas não é permanente; provavelmente depois de algumas semanas, com as queimaduras e cortes corretamente tratados e cicatrizados, ele voltará a andar. – O médico não deixara de fitar Neji por nenhum momento. – Felizmente, seus órgãos internos e seus ossos não foram afetados.

- Hai. – Hizashi assentiu.

- Sua mãe também não foi gravemente ferida, mas a fumaça atacou seus pulmões e ela está com dificuldades na respiração. Mas, assim como no caso de seu pai, não é permanente. Após o tratamento ela irá melhorar.

Neji sentiu-se aliviado. Os pais estavam fora de perigo, não havia risco de vida. Ele só não conseguia entender o olhar triste de seu pai.

- Mas... – o médico continuou, atraindo a atenção de Neji. – Após vários exames, constatamos que sua mãe está, a algum tempo, sofrendo da rara Doença de Huntington. – E o médico olhou repreensivo para o Hyuuga mais velho, que rapidamente fitou os próprios pés.

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- Doença de Huntington? Pode me explicar, doutor? – Neji pediu calmamente, embora seu interior estivesse em estado de desespero.

- Hai. – o médico respirou fundo antes de continuar. – É uma doença bastante rara. É transmitida geneticamente. Desenvolve-se entre os trinta e cinquenta anos. Há cinquenta por cento de probabilidades de que um filho de uma pessoa que tem essa doença a desenvolva. É o caso da sua mãe. Essa doença afeta o sistema nervoso central, provocando movimentos involuntários no corpo, mais precisamente nos braços, pernas e rosto.

Neji estava confuso. Nunca vira a mãe agir da forma como o médico lhe descrevera.

- E... desde quando ela tem essa doença? – O Hyuuga mais novo perguntou, levando-se em conta que a mãe já alcançava a faixa dos quarenta e cinco anos.

- Neji... – Hizashi, que mantivera-se calado por um bom tempo, pronunciou-se. – Sua mãe tem essa doença desde que você ainda era um garoto. A doença começou a se manifestar por volta dos seus trinta e dois anos de idade.

Neji arregalou os olhos. Como... como estiveram escondendo a situação de sua mãe por tanto tempo? Quem mais sabia disso? E como ele nunca reparou em nada...? Eram tantas perguntas...

- Sua mãe é neurologista há muitos anos, meu filho. Então, percebeu a doença e escondeu de mim por quase um ano inteiro, e, quando descobri, resolvemos que esconderíamos de você para não preocupá-lo, e, consequentemente, atrapalhá-lo com seus estudos. Além do mais, não queríamos que você tivesse uma infância difícil. – o pai continuou. – Sua mãe tratava-se diariamente, logo depois que acordava, com remédios injetados por meio de uma seringa que substituíam os neurônios mortos. Entretanto, ao mesmo tempo, esses remédios causavam alucinações e desmaios logo após a ingestão, mas que a mantinha sã pelo resto do dia. Você nunca fora capaz de vê-la durante esse pequeno período de tempo, pois é um horário em que você geralmente está dormindo. Sua mãe sempre acorda perto das seis horas da manhã.

O homem respirou fundo ao ver o semblante frio e sem expressão do mais novo.

- Quais são os... sintomas...? – Perguntou Neji, fitando a parede branca atrás do médico.

- Movimentos involuntários; depressão; tiques e caretas; mastigação e deglutição difíceis, entre outros. - O médico mantinha-se sério, apenas olhando para o garoto estático a sua frente. – Há também os efeitos colaterais do remédio. Seu pai já citou dois deles. Boca seca, dificuldade de linguagem e vertigens são alguns dos outros.

Neji logo lembrou-se de tempos em que a mãe encontrava-se sempre triste. “Depressão.” – concluiu em pensamento. E, de tempos em tempos, sua mãe mostrava dificuldade em ingerir os alimentos, apenas alimentando-se de sopas e outros alimentos de fácil digestão, além de que, quase sempre quando acordava, encontrava a mãe com a boca visivelmente ressecada.

- Ela vai ficar bem? – Gaara, que manteve-se quieto, apenas observando tudo ao lado de Hidan, pronunciou-se, e logo a atenção dos três garotos voltou-se para o médico a sua frente. O Hyuuga mais novo estava ansioso com a sua resposta.

- Essa doença... não tem cura. O tratamento é feito com remédios que aliviam os sintomas, mas na fase final, as condições do portador dessa doença são tais que levam ao óbito. – O médico desviou o olhar para o chão, para logo depois voltar a fitar o Hyuuga mais novo. – Eu sinto muito.

- E quanto tempo ainda resta a ela? – Perguntou Hidan, ao ver que o amigo não se pronunciaria.

- Ela tem, no máximo, um ano de vida.

Neji não conseguia assimilar mais nada. Os belos olhos encontravam-se opacos, enquanto fitava um ponto qualquer sem realmente enxergar alguma coisa. A boca se abria e se fechava constantemente, mas as palavras simplesmente não saíam. O rosto ficara pálido e ele sentia que iria desmoronar a qualquer momento.

Sua mãe iria morrer. Dentro de um ano, ela iria morrer. Não veria mais seus sorrisos doces, nem suas palavras de repreensão quando ele chegava muito tarde em casa. Logo, não poderia mais sentir o aroma cheiroso de sua comida. Não poderia mais abraçá-la. Perderia a pessoa que mais amou durante a sua vida. Perderia a sua mãe.

Sentiu as lágrimas quentes deslizando por seu rosto, enquanto era amparado pelos amigos e fitado pelos olhos igualmente tristes de seu pai.

Naquele momento, ele não conseguia pensar em mais nada. A única coisa que queria era poder estar com a sua mãe.

...

Especial II – Consequências dos próprios atos.

Kimi no akarui egao o utta no wa boku.


O único que teve seu sorriso luminoso fui eu.

Ito - the GazettE

Ino levantou bastante cedo naquela manhã fria. Havia passado uma noite divertida com os amigos, por mais que quisesse saber os motivos pelos quais Hinata entrara, de madrugada, no quarto chorando compulsivamente. Ao vê-la, não falou nada, fingiu estar dormindo. Mas conversaria com ela quando a outra acordasse, mesmo desconfiando dos motivos ao ouvir passos pesados de alguém subindo as escadas para o segundo andar. Ou, pelo menos, do causador daquilo tudo.

Vestiu o roupão por cima do pijama, e calçou as pantufas. Seguiu até a cozinha, observando pela janela do corredor onde passava, que os primeiros raios de sol depois de uma noite de chuva forte começavam a surgir no horizonte.

Ao chegar à cozinha, surpreendeu-se ao ver que um belo moreno observava a paisagem enquanto segurava uma xícara de café fumegante em mãos.

- Bom dia, Sasuke. – Proferiu tais palavras enquanto servia-se do café - que se encontrava num pequeno bule - já feito pelo moreno.

- Bom dia...

Alguns minutos de um silêncio incômodo - pelo menos para a loira - se passaram, até que Ino resolveu quebrá-lo.

- Eu estava pensando em algo que aconteceu ontem à noite... – Começou, vendo o moreno virar-se para encará-la. – A Hinata... Ela entrou chorando no quarto, de madrugada. Sabe de algo?

Imediatamente o Uchiha virou-se novamente para a janela.

- Não.

- Você não precisa mentir pra mim. – Ino proferiu as palavras de um tão modo frio e duro, que, instantaneamente, chamou a atenção de Sasuke.

– Vai me contar agora o que aconteceu.

O moreno respirou fundo.

- Eu a beijei. – Sasuke falou num tom ressentido, sem desviar a atenção da janela.

A loira arregalou os olhos momentaneamente, mas logo depois relaxou. Sabia que Sasuke tentaria algo, e percebeu que falhou ao avisar Hinata dos prováveis acontecimentos.

- Mais alguma coisa? – perguntou, calma.

- Ela me bateu. – Ele finalmente virou-se e sentou em frente a Ino em uma das cadeiras da mesa da cozinha.

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- Você mereceu.

- Eu sei. – o moreno respirou fundo mais uma vez. - E sei que o que fiz com você e com todas aquelas garotas foi errado. E eu quero que me perdoe, Ino.

As últimas palavras que Sasuke proferira surpreenderam totalmente a loira. Sasuke nunca admitiria estar errado. O Sasuke que conhecia nunca, de maneira alguma pediria perdão a ela pelo que fez no passado.

A loira sorriu de canto, sutilmente. Mas por dentro estava irradiando, ofuscando de alegria. Então Hinata estava conseguindo mudar o garoto a sua frente...?

- Você sabe que eu já te perdoei há muito tempo, Sasuke. – Ela se levantou e contornou a mesa para bagunçar os cabelos do moreno. Agora estava convicta de que Sasuke não faria mais isso com ninguém. Ao menos não com Hinata. Tinha certeza de que o Uchiha havia mudado. E se sentia muito feliz com isso. Hinata fazia muito bem a Sasuke, em sua opinião. E isso era perfeitamente ótimo.

- Obrigado. Por tudo.

- Ok, ok. Chega disso Sasuke! Você está parecendo um adolescente super sensível de um dorama* qualquer. – A expressão do moreno relaxou, mas o semblante continuou sério. – Aliás, moreno... Eu acho que você deve pedir perdão a outra pessoa além de mim. – Ela sinalizou com a cabeça para a porta da cozinha.

Sasuke levantou o olhar, mas se arrependeu amargamente disso quando seus olhos encontraram os da morena que atravessava lentamente a cozinha. Ela estava péssima. Os olhos estavam vermelhos e inchados, com vestígios de uma maquiagem feita há várias horas. Os cabelos encontravam-se soltos e totalmente bagunçados. O pijama levemente amassado. Ela calçava apenas a pantufa esquerda – seu outro pé estava apenas com uma meia.

A Hyuuga parou instintivamente ao ver que Sasuke a fitava, mas logo ignorou e prosseguiu até a pia, pegando um copo e dirigindo-se a geladeira, de onde retirou uma garrafa de água.

- Eu vou... escovar os meus dentes! É. Ainda não fiz isso. – A loira exclamou, saindo ao ver o clima que se instalara no local.

Hinata amaldiçoou Ino internamente por deixá-la sozinha com o Uchiha, mas não a culpava. Achava que ela não sabia do que tinha acontecido.

- Me perdoa. – Hinata largou o copo no momento em que ouviu as palavras do Uchiha, que se espatifou no chão e partiu-se em vários pedaços devido a queda.

Ela o fitou, não acreditando no que havia ouvido.

- Nani?

O moreno bufou.

- Não me faça repetir o que eu disse. Sei muito bem que ouviu, ou esse copo não estaria quebrado. – Ele sorriu sarcasticamente.

- Eu ouvi. – Ela confirmou, enquanto abaixava-se para recolher os cacos do vidro quebrado, ignorando o fato de poder se machucar facilmente. – Mas isso me surpreendeu tanto que eu pensei estar imaginando coisas.– Ela soltou um pequeno riso melancólico.

- Eu estou falando sério – Sasuke se defendeu. – Não vou mais fazer isso. Com ninguém. Acho que você me ensinou uma lição. – Ele deu de ombros.

- Não acho que um tapa tenha lhe ensinado nada, julgando-se que você deve ter levado muitos. – Ela levantou-se, jogando os cacos no lixo e logo procurando um pano para limpar a água e os cacos menores.

- Não foi o tapa. – “Foram as suas palavras depois daquilo.”, - concluiu em pensamento.

- Eu... acho que posso te perdoar. Afinal, foi só um beijo. – Ela começou, mas sua voz não transmitia firmeza. É claro que não havia sido um simples beijo. Aquele beijo, mesmo tendo acontecido intencionalmente da parte do moreno, havia tocado a Hyuuga de alguma forma. Ele fora tão bom...

- Arigatou.

- Ahan.

- Espero que a gente possa ter uma relação normal depois disso. – Sasuke proferiu ironicamente. Sua relação com Hinata não era normal. Os dois definitivamente não se davam bem. Adoravam provocar e irritar um ao outro.

Hinata logo entendeu o sentido das palavras de Sasuke, e apenas sorriu. Um sorriso lindo que, por um breve momento, fez com que Sasuke sentisse uma sensação estranha percorrer seu coração... Como se parte do buraco formado ao longo dos anos em seu peito estivesse sendo preenchido, lentamente. Era uma sensação muito boa.

- Ahh! Que lindinhos! Finalmente conseguiram se acertar. Hinata, tem que pagar outro copo pra mim. Mentira, mentira. – Uma no totalmente entusiasmada e explosiva entrou na cozinha. – Agora só falta um abraço para confirmar essa “amizade” de vocês. – A loira sorriu maliciosamente.

- Nem pensar. - A Hyuuga pronunciou, e logo Sasuke balançou a cabeça em concordância.

- A-go-ra. Já. – O olhar ameaçador da Yamanaka sobre os dois fez com que o moreno se levantasse instantaneamente e puxasse Hinata pelo braço para um abraço. – Aperta mais isso aí, Sasuke. Hinata...

A morena rodou os olhos para a amiga e correspondeu ao abraço, enterrando o rosto na curva do pescoço do Uchiha. Ao sentir o perfume que o maior exalava, acabou deixando um suspiro involuntário escapar por seus lábios. O sorriso do moreno apenas se alargou, e ele puxou fortemente uma mecha dos cabelos da morena, para provocá-la. A Hyuuga ao sentir a fraca dor, enterrou as unhas nas costas de Sasuke, arranhando sem controlar a força. O moreno mordeu o lábio inferior para não deixar escapar o gemido de dor ao sentir as unhas da Hyuuga machucando sua pele.

- Idiota. – Ela sussurrou no seu ouvido.

- Idiota. – Ele repetiu, mordendo de leve o lóbulo da orelha da Hyuuga.

Hinata sentiu um arrepio correr por seu corpo, e se afastou brevemente, vendo o sorriso sarcástico do moreno alargar-se.

- Espero que não queira levar outro tapa.

- Vai dizer que não gostou, Hina? – Perguntou Ino que observava tudo, sorrindo maliciosamente e rindo em seguida.

A morena apenas teve a decência de corar, antes de pronunciar um breve “vou ao banheiro” e sair, deixando dois rostos convencidos para trás.

Fim dos especiais.