Febre

Capítulo Único


Febre

Naquela enfermaria, no meio da madrugada, teve a impressão de que uma mão estava entrelaçada na sua, mas aquilo não deve ter passado de um delírio causado pela febre.

Capítulo único

Era madrugada, toda a Briggs jazia num profundo silêncio. Não que isso significasse algum ato relapso em relação a segurança, era apenas a maneira que os soldados encontraram de demonstrar sua preocupação com sua Comandante.

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Olivier estava na enfermaria, acamada, com uma agulha que levava o soro para dentro de suas veias. Abriu um pouco os olhos, mas não enxergava direito, fora a escuridão, a visão estava embaçada.

Tentou se mexer, mas não obteve sucesso, todo o corpo doía. O que é que tinha acontecido mesmo?

Fechou os olhos em uma tentava de recordar-se. E conseguiu. Estava do lado de fora da muralha supervisionando o treinamento de tiro de alguns novos recrutas quando a febre que sentia pela manhã subiu num surto fazendo-a perder os sentidos.

Havia desmaiado a frente de sua tropa, não era uma coisa da qual se orgulhar, talvez, se tivesse ficado na cama ao sentir-se mal aquilo não teria acontecido.

Abriu os olhos novamente e olhou para o lado, do lado de fora tinha uma luz acesa, provavelmente, o médico de plantão. Viu uma sombra através da fresta e logo depois a porta abriu-se.

Alguém caminhou até perto de sua maca e sentou-se na cadeira ao lado da cama, não conseguia ver direito o rosto da pessoa, mas imaginava ser um homem pela silhueta.

Estava zonza, não conseguiu manter mais os olhos abertos, fechou-os e caiu em sono profundo. No entanto, teve a impressão de algo quente envolvendo uma de suas mãos.

Mas por mais que tentasse, o sono causado pelos medicamentos não lhe permitia mover as pálpebras e mesmo que conseguisse, não tinha certeza se conseguiria realmente ver.

Na tarde do dia seguinte, Olivier já estava de pé.

- Deveria ficar até a manhã de repouso, general.

- Eu já estou muito bem.

- Mas a febre pode voltar... – o médico sabia que ela não cederia – Tome dois comprimidos no caso de sentir-se mal.

- Certo.

A mulher vestia o sobretudo enquanto caminhava para fora da enfermaria. Mas parou à porta...

- Klaus...

- Sim, general?

- Os enfermeiros ficam dentro da enfermaria durante a madrugada?

- Iie. Eles ficam na sala ao lado, mas entram periodicamente para ver como estão os pacientes.

- Quem estava de plantão ontem?

- Kintaro, mas não creio que ele tenha entrado. A senhora, apesar da febre, estava bem. Acha que alguém esteve aqui ontem?

- Iie. Eu só queria saber.

Enquanto caminhava para seu gabinete a general pensava. Tinha certeza de que alguém entrara na enfermaria e sentara ao seu lado. Fora áqüea sensação de que tinha uma mão sobre a sua.

Talvez fosse só uma brincadeira de sua mente. A febre devia tê-la feito delirar.

Entrou no gabinete e viu Miles em sua mesa mexendo com alguns relatórios. Deu um bom dia e foi trabalhar. Buccaner entrou e saiu algumas vezes da sala.

Por fim, no momento que o major tirou os óculos, ela notou algumas olheiras.

- O que houve, Miles? Parece que não dormiu, não quero soldados cansados.

- Houve um imprevisto durante a madrugada, general, acabei passando a noite em claro.

- E o que aconteceu?

- Nada demais, mas quis ter certeza de que não aconteceria nada.

- Se não era nada demais, não deveria ter passado a noite acordado, um soldado sonolento é um prato cheio para os inimigos.

- Não vai se repetir, Sho sho.

Ele recolocou os óculos e foi trabalhar. Mas a mulher tinha a leve impressão que por detrás das lentes escuras um par de olhos a observava.

Fim

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.