Desço até o hall do prédio, o porteiro havia avisado que uma mulher com uma criança no colo desejava ir até o nosso apartamento, acredito que não apresentavam perigo mas em precaução decidi descer e ir até eles.
– Em que posso ajudar? - Não sei ao certo como trata-la, mas pergunto gentilmente assim que vejo a figura da mulher em minha frente.
– Quero falar com a vagabunda que está querendo roubar o meu marido.
– Desculpa?
A mulher olha atrás de mim como se procurasse por alguém.
– A morena, Regina, Regina Mills. Onde ela está? Diz pra ela ser mulher, pra descer aqui e me encarar.
Que diabos essa mulher estava falando? Como ela soube o nosso endereço? Quem afinal era ela?
– Senhora, eu não sei do que esta falando, Regina não esta querendo roubar marido de ninguém, deve estar havendo algum engano. - Digo calmamente no intuito de acalma-la também.
– Robin, o meu marido. Ele tem um filho, sabia? Essa criança aqui é filho dele. Se essa piranha acha que vai destruir uma família ela está engana.
Ela aponta pra criança em seu colo ao informar que Robin era o pai.
– Espera, Robin é casado? ... A senhora poderia me dizer seu nome? - Meu estado é de perplexidade.
– Somos casados à sete anos, temos Roland e eu estou grávida mais uma vez... É Marian, me chamo Marian - Ela estica a mão para um cumprimento.
– Marian, creio que a senhora não esteja a par* dos acontecimentos, mas tudo bem, lhe garanto que Regina nunca quis marido de ninguém, fique tranquila.
Nesse momento pude reconhecer a voz de Regina atrás de mim, ficando cada vez mais nítida indicando sua proximidade.
– Emms.
– Regina. - Me viro para a morena que seguia até onde eu estava. - Essa é Marian, a esposa de Robin. Estou resolvendo uma pequena falha de informação.
Meu sorriso era forçado, mas por conta da situação em que estava colocada - deu um certo nervosismo - .
– Eu não sabia que Robin era casado.
O sentimento de surpresa era nítido na voz de Regina.
– Aliás muito bem casado, e por isso você trate de ficar bem longe do meu homem...
Marian continua a se pronunciar, e eu tento fazer com que ela pare dizendo gentilmente que não era necessário aquela discussão, Marian não me dá ouvidos, ao invés disso me entrega a criança que estava em seu colo e se aproxima de Regina, que permanecia estática. Eu sabia que a mulher não agrediria a morena - pois "cão que ladra não morde"* - ela apenas gesticulava demasiado enquanto falava coisas como "Robin é meu homem" "pai de família" "ótimo marido". Enquanto Regina permanecia atenta com os olhos vidrados na mulher em sua frente. O pobre menino em meus braços parecia alheio do acontecimento - melhor assim. - o pequeno sorri para mim e eu o balanço em meu colo e sorrio de volta o fazendo rir ainda mais. Concluído que o garoto não deve ter mais que dois anos de idade.
– Ok, tudo bem Marian, acho que você já pode ir.
Decido dar um basta em tudo que Marian falava em uma das pequenas pausas que a mulher fazia apenas para encher seus pulmões de ar e continuar seu discurso. Devolvi a criança e acompanhei até a portaria.
Quando passei pelo hall Regina já não se encontrava no local, subi para o apartamento gargalhando por todo o caminho.
A encontrei em nosso apartamento deitada no sofá com uma mão na barriga e a outra na testa, ela tinha seu olhos direcionados para o teto.
– Onde essa mulher estava durante todo esse tempo? E como assim, Robin é casado? Como eu me casaria com ele?
– Já pensou, agora você poderia estar o visitando na cadeia com ele sendo sentenciado por bigamia.
– Engraçadinha. - Regina joga uma das mofadas do sofá em minha direção acertando em cheio meu rosto. Nesse momento só consigo rir, e ela se junta à mim gargalhando.
– E você nem pra me defender, né Swan?! Ela poderia ter me violentado.
– Sem drama, ela não iria fazer isso, mas também se fizesse eu entraria pra separar a briga de cão e gato, quem sabe eu não sairia com uma cicatriz tão sexy quanto a sua?!
Deito sobre a morena ainda rindo, e passo o polegar sobre sua cicatriz antes de beija-la.
– Hoje você vai dormir no sofá, Swan.
– Não vamos não. - Aliso a barriga fazendo para que ela entenda a menção ao bebê e ela semicerra os olhos.
– Então Vai dormir sozinha no seu quarto.
Nego com a cabeça. Certo, agora terei que agradar a morena pra que isso não aconteça, e como a conheço sei que não será nada fácil.

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23.
– Peguei mais caixas com o porteiro.
Regina fala assim que entra no apartamento carregando as caixas mencionadas. Agora estamos empacotando o que iríamos mandar para doações para assim podermos partir para Acapulco; o que são apenas roupas e alguns objetos, pois decidimos que a mobília seria vendida junto com o apartamento.
– Emms, eu não quero que doe esse moletom. - Regina tinha pegado a peça em uma das caixas que eu havia arrumado. Ela fazia bico enquanto segurava-o aberto com as mãos.
– Ele não me serve por conta da gravidez, e você não usa ele há bastante tempo, então já que ele está parado pensei que poderia ser útil para outra pessoa.
– Ele não, eu volto a usar.
Regina tira a blusa que vestia e o coloca no corpo.
Chego à conclusão que aquele meu moletom favorito cinza e velho eu prefiro no corpo dela do que no meu.

Isso é o que o amor faz?