No Mundo Das Séries

É Uma Viagem Só De Ida


Minha cabeça doía e minha visão estava um pouco embaçada. Coloquei a mão na parte que doía. Olhei para minha mão e havia sangue nela. Olhei para minha frente e vi Thor. Ele também havia sido jogado contra a parede, mas parecia menos machucado do que eu. Tentei me levantar e me guiar e consegui, mesmo que batesse em algumas coisas.

— Você está bem? – Thor segurou meu braço para que eu não caísse no chão.

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— Acho que – fui interrompida por um urro do Hulk – sim.

Ele me ajudou a ficar de pé. Depois de uns trinta segundos a tontura passou e eu já estava enxergando tudo de novo. Thor me olhava preocupado. Outro urro do Hulk ecoou.

— Você tem que ir ajudar a Nat – eu disse, soltando meu braço de suas mãos.

— Sim, mas antes preciso ter certeza de que você consegue lutar – ele disse.

— Não sou de porcelana. Vai logo – eu disse ríspida e ele foi, pulando pelo buraco em que Natasha e Bruce haviam caído.

Assim que ele saiu, eu passei por uma das portas que davam para um corredor. Comecei a andar e a procurar pessoas que pudessem estar feridas. Eu olhava para todos os lados, ouvindo pelo comunicador Fury dar ordens para Tony e Steve. A minha cabeça ainda latejava, mas a adrenalina daquele momento me impedia de sentir qualquer coisa.

Encontrei um agente ferido no chão. Coloquei a mão em seu peito, mas já não haviam mais batimentos cardíacos. Fechei seus olhos, apenas para que ele tivesse um descanso menos conturbado. Ele tinha família? Eu fiquei com essa pergunta martelando na minha cabeça.

Virei na esquina do corredor e encontrei agentes armados. Mas eles não eram agentes da SHIELD. Eles começaram a atirar, mas parei as balas no ar com a mão. O pânico no olhar deles foi satisfatório. Eles começaram a vir para cima de mim, mas eu os joguei para trás com apenas um movimento de mãos. Comecei a correr e encontrei mais deles. Comecei a quebrar as pernas deles para que não pudessem vir atrás de mim.

No final do corredor, olhei para trás e haviam vários homens agonizando de dor no chão. Dei um sorriso satisfatório ao constatar que aquele agente morto havia sido vingado.

— Fury – o chamei pelo comunicador. – Onde precisa de mim?

— Vá ajudar o Rogers e o Stark no motor 3 – ele ordenou.

Comecei a andar conforme as placas indicavam. Quando cheguei lá, Steve estava quase caindo da neve. Corri para ajudá-lo. Peguei sua mão e o ergui. Acho que só consegui por causa dos meus poderes. Ele ficou ofegante, então lembrei da alavanca e a abaixei com um movimento das mãos.

— Obrigado – ele disse, me olhando.

Eu apenas assenti. Stark se juntou a nós. Ficamos os três ofegantes, de pé naquele ferro que poderia estar caindo.

— Quais serão as perdas? – Steve perguntou.

— Aposto dez dólares que Thor que Hulk estão fora da nave – eu disse, tentando dar um toque de humor na situação trágica.

— Apostado – Stark aceitou a brincadeira.

O Agente Coulson foi atingido a voz de Fury soou pelo comunicador, nos fazendo ficar em silêncio. Uma equipe médica está indo para aí um agente devolveu. Eles chegaram Nick completou depois de alguns minutos. O declararam morto.

Mesmo já sabendo que isso ia acontecer, não pude deixar de ficar triste. Até a dor na cabeça voltou. E voltou tão forte que me fez ficar tonta de novo. Mas Steve me segurou e não me deixou cair.

— Você está bem? – Ele perguntou, preocupado.

— Só um pouco tonta. Acho que bati minha cabeça – eu disse, fraca.

— É melhor eu te levar para dentro – ele disse. – Consegue andar.

Eu até tentei dar uns passos, mas minhas pernas fraquejaram.

— Tudo bem , eu te carrego – dizendo isso ele me pegou no colo e me levou pelo corredor.

Tudo ficou bem embaçado. As luzes pareciam brilhar ainda mais e se moverem lentamente. Tudo estava tão lentamente lindo. Tão assustadoramente longe. Tão escuro.

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Senti Steve me colocar deitada em algum lugar macio. Então outras pessoas apareceram e começaram a enfiar agulhas na minha pele. Acho que era anestesia, porque, logo depois, fechei meus olhos.

(...)

Acordei depois de um tempo, com um curativo na cabeça. Pelo que o médico havia me dito eu bati minha cabeça com muita força em um local muito frágil, me fazendo sentir a tontura quando minha adrenalina estava baixa.

Depois de uma lista de problemas que aquilo poderia me trazer, ele me liberou. Sabia que eu não seguiria nenhuma de suas indicações sobre ficar fora da guerra que viria a seguir.

Steve me esperava do lado de fora da cabine médica. Ele estava encostado na parede de braços cruzados encarando o chão. Por um momento pude analisar aquele homem. Tínhamos algo em comum: ele também não pertencia ao mundo em que estava vivendo.

— Está aqui há muito tempo? – Eu perguntei, fazendo ele olhar para mim.

— Cheguei a pouco – ele respondeu. – Descobrimos a localização do Loki. Se você for vir, vista seu traje.

Olhei para as minhas roupas e notei estar apenas com a camisola do hospital. Assenti ele entendeu que eu iria lutar. Então se retirou para também colocar seu traje.

Peguei a roupa que eu vestia em um cabide ao lado da cama em que fizeram meu curativo. A vesti e me senti bem desse jeito. Deixei meu cabelo solto. Se o prendesse, ele se soltaria do mesmo jeito.

Então fui atrás de Steve. Ele, Natasha, Barton e eu roubamos um jato para chegarmos a ilha de Manhatan.

(...)

Barton dirigia com Natasha ao seu lado enquanto eu e Steve nos segurávamos atrás.

— Está nervosa? – Ele perguntou para mim.

— Receosa com o que pode acontecer – eu respondi, com sinceridade.

— Não fique – ele colocou a mão em meu ombro.

Olhei para ele intensamente e pude notar o quão próximos estávamos. Seus olhos azuis eram tão intensos, pareciam uma imensidão de pureza e alegria. A calmaria em pessoa. O som das ondas do mar quando se chocam. Mas eram tão diferentes dos olhos azuis de outra pessoa. Tão diferentes dos olhos azuis que me enchiam de raiva e que me faziam pensar em mil formas de matar alguém...

Meus devaneios foram interrompidos quando o jato se chocou contra algo. Steve e eu fomos sacudidos na parte de trás. Ele foi jogado contra a parede e eu caí em cima dele. Levantei rápido antes que a coisas ficassem estranhas. Nós quatro saímos da nave e olhamos para o céu, onde um monstro gigante saía de um buraco no céu.

A rua estava devastada. Carros haviam sido jogados para todos os lados. As pessoas corriam e pediam por ajuda. Era terrível a situação. Pela tela do cinema tudo parecia tão incrível. Mas pessoalmente é tão desesperador.

Um chitauri atirou em Steve nos fazendo prestar atenção em todos os monstros que estavam ao nosso redor. Steve começou a lutar com alguns, assim como Natasha e Barton. Eu avistei um carro onde uma criança e uma mulher estavam presas.

Corri para o carro como nunca havia corrido antes. Porém, fui detida por um grupo de quatro aliens no caminho. Os encarei levemente antes de erguer um com a mão e o jogar para longe. Os outros três começaram a atirar, mas eu desviei os tiros com a mão. Então eles começaram a correr na minha direção, porém eu parei os três no ar e os joguei para longe.

Continuei a correr em direção aquelas pessoas que tinham lágrimas de desespero nos olhos. Porém um chitauri me atingiu, me fazendo cair no chão. Senti minhas costas serem rasgadas ao meio, mas ninguém me tocava. Levantei-me devagar. Eu não tinha forças, aquelas pessoas presas no carro me faziam querer levantar. Virei-me com dificuldade na direção do alien que havia me atingido e o trouxe para perto de mim. Encarei-o profundamente antes de arrancar seu coração e o esmagar.

Então voltei o olhar para elas, porém um alien empurrou o carro da ponte em que estava preso e ele explodiu. Estiquei meu braço e fechei minha mão, esmagando aquele chitauri desgraçado com minha mão. Deixei que apenas umas lágrimas escorressem pelo meu rosto antes de voltar para onde Steve e os outros lutavam.

Eu os ajudei, jogando chitauris para trás. Ou até mesmo esmagando eles. Mas ao meu redor pessoas estavam sendo mortas de todas as maneiras que se pode imaginar. Os monstros arrancavam as espinhas das pessoas, quebravam seus pescoços, atiravam nos bebês e matavam qualquer um que entrassem no meio.

Stark falava conosco pelo comunicador, mas eu não estava prestando muita atenção.

— Estão muito expostos lá embaixo – Barton disse, quando finalmente tivemos um tempo de folga.

— Vão, nós ficaremos bem – Natasha disse, ofegante, para nós dois.

— Tem certeza? – Steve perguntou.

— Capitão – Barton fez uma de suas flechas se transformarem em cinco. – Isso será um enorme prazer.

Eu e Steve saímos de lá, mas não sem antes ver Barton acertar uma flecha no olho de um chitauri. Naquele momento, amei ele.

Nós dois fomos, com uma certa dificuldade, até onde policiais estavam se posicionando. Nós saltamos da ponte e paramos em cima de um carro de frente para dois policiais. Tive a pequena sensação de um deja vú.

— Há pessoas nesses prédios que vão sair bem na linha de fogo – apontei para os prédios ao nosso redor.

— Os levem para baixo e para longe das ruas – Steve completou. – Precisamos de um perímetro até a rua trinta e nove.

— Por que eu receberia ordens de vocês? – O policial mais velho resmungou.

Mas antes que pudéssemos responder, uma explosão nos fez olhar para trás. Mas chitauris apareciam. Os joguei para trás e soquei o rosto de um (passar uma semana com Oliver Queen tem suas vantagens). Steve lutava com outros do meu lado.

Virei um chitauri na direção de Steve e ele cortou seu braço. Nós dois ficamos em silêncio, encarando o chão.

Foi quando o policial começou a obedecer nossas ordens. Seria até cômico se nossa situação não fosse tão ruim. Voltamos para onde Natasha e Barton estavam. Thor apareceu e nos falou sobre a situação do portal. Steve começa a falar nossas ordens, mas para quando Banner aparece em uma motocicleta. No meio da guerra. Uma motocicleta. Sinceramente, isso foi engraçado.

Eles começaram a conversar.

— A coisa tá bem feia – Bruce disse.

— Eu já vi pior – Natasha suspira.

— Desculpe – ele fala, com um pouco de culpa.

— Não olha, o pior pode ser bom – ela explicou seu lado.

Steve avisou a Stark que Banner estava ali e ele mandou o próprio se “esverdear” e disse que ia nos colocar na festa.

— Eu não sei onde ele tá vendo festa – Natasha disse assim que o Homem de Ferro cruzou a esquina seguido por um monstro enorme.

— Doutor – eu disse – é um bom momento para ficar com raiva.

— Esse é meu segredo Lucy – ele disse já caminhando em direção ao monstro. – Estou sempre com raiva.

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Então o Hulk apareceu, fazendo o pequeno doutor Banner sumir. E logo socou o (acho que posso chamar disso) rosto do monstro. Tony atirou em sua cauda (?), mas isso não foi suficiente para impedir de cair em cima de nós.

Tomei um impulso e me senti ficar mais alta, mas não tinha tempo para pensar no que estava acontecendo, apenas estiquei minhas mãos e parei a explosão que se seguia. Minha cabeça começou a doer, mas eu não parei. Eu segurava o fogo dentro de uma espécie de campo de força azul. Fui diminuindo a explosão e me sentindo mais forte, como se eu estivesse absorvendo o fogo. Então, quando a explosão havia sumido e o mostro caído longe de nós, olhei para baixo e percebi que estava voando.

Desci devagar para onde todos estavam. Hulk deu um urro que foi respondido pelos gritos das criaturas. Nós formamos um círculo e olhamos para os chitauris nos prédios. Então, Natasha olhou para o céu e percebeu que mais daqueles monstros saíam do portal.

— Gente... – ela disse, assustada, nos fazendo olhar para o céu.

— Ok, mais – Tony disse. – Você voa? – Ele perguntou, meio surpreso.

— Aparentemente sim – eu dei de ombros.

Steve nos cortou e começou a dizer o plano. Eu deveria ir para o céu, já que podia voar, e impedi-los de sair da cidade.

— Faça o maior campo de força que puder – ele disse. – Mas se não conseguir, não exija demais de si. Faça apenas o que puder.

Assenti. Mas quis retrucar por alguns segundos. Ele falou igualzinho Oliver Queen. Que raiva!

Peguei o mesmo impulso e, com alguma dificuldade cheguei até a ponte da divisa da ilha de Manhatan. Ergui meus braços e me concentrei. Um campo de força surgiu e se apagou rapidamente. Ouvi um urro do Hulk. Concentrei-me de novo e o novo campo de força foi maior e durou mais tempo, porém não foi suficiente.

Senti uma leve tontura e quase cai no mar abaixo de mim, mas me segurei e não caí. Então pensei na criança e sua mãe mortas. Pensei no bebê que levou um tiro. Pensei na mulher que teve sua coluna arrancada. E pensei na minha vontade de voltar para casa e acabar com tudo isso. Então senti algo estranho crescer dentro de mim. Era como se meu corpo ardesse em chamas e eu conseguisse controlar qualquer coisa ao meu redor.

Levantei as mãos e o campo de força rodeou a cidade inteira. Porém, ao invés de ter um tom azulado, era um tom alaranjado.

Muito bem Lucy — ouvi Steve dizer no comunicador para mim.

Eu posso fechar— Natasha se seguiu. – Ouviram? Eu posso fechar o portal!

— Feche!— Steve falou rapidamente.

Não, espere – a voz de Tony se fez presente. – Agora tem um míssil vindo na direção da cidade. E eu já sei onde vou colocar.

Sabe que é uma viagem só de ida, não é Stark? – Eu disse.

Guarde o resto para a volta. Abra o campo de força Lucy — ele disse e assim eu fiz.

Ele passou por mim como um jato. Fui atrás dele até que parei no lugar onde o portal estava. Ele entrou, mas eu fiquei observando de longe.

— Vamos Stark – eu falei baixinho. Mesmo que soubesse que ele voltaria, algo poderia acontecer. Eu estava mudando o filme de qualquer forma.

Vi algo explodir no portal. Mas o Stark não descia. Ouvi Steve mandar que fechassem o portal. E foi o que ela fez. Porém ele caiu. E passou por mim. Ele caiu muito rápido.

Tentei alcança-lo, mas o Hulk foi mais rápido. Fui para me baixo, me juntando aos rapazes.

Tony estava jogado no chão, com a tampa do capacete jogada para longe, mas ele estava desacordado. Hulk, impaciente, urrou, o fazendo acordar desesperado.

— O que aconteceu? Por favor me diz que ninguém me beijou – Tony estava assustado. A cena era engraçada.

— Vencemos – Steve olhou para mim com um sorriso vitorioso.

— Certo, muito bom. Que legal gente. Vamos ter uma folga amanhã gente. Só um diazinho. Já comeram Shwarma? Tem uma loja de Shwarma bem pertinho daqui. Não sei o que é, mas eu quero provar – Tony falou, aliviado.

Eu ri da cena.

— Ainda não acabamos – Thor disse, cortando o barato de todo mundo.

— Então já era Shwarma – Tony disse, decepcionado.

(...)

Fomos para a torre Stark para prender Loki. Fizemos a posição final, igual me lembro que aconteceu no filme. Ver o Loki todo destruído me deu uma sensação de realização tão grande. Ele era o culpado pelas inúmeras mortes que aquilo tudo havia causado. Só de pensar que talvez esse fosse só o começo, me dava uma sensação ruim. Um aperto no peito.

— Que tal um Shwarma? – Tony insistiu na ideia assim que entregamos Loki para as mãos da SHIELD.

— Claro, porque não – Thor concordou.

Só para registrar, Shwarma é a melhor coisa que já comi.

(...)

A despedida que fizemos para Thor no dia seguinte aos acontecimentos, foi breve. Fomos todos para uma praça que foi fechada pela SHIELD para nós. Thor foi um ótimo amigo no pouco tempo que convivemos naquela semana. Após comermos o Shwarma, nós voltamos para a nave da SHIELD e arrumamos nossas coisas. Thor me ajudou a carregar a bagagem mesmo que eu dissesse que podia fazer aquilo muito bem sozinha. Nós conversamos sobre a Jane. Ele me disse que a ama tanto que poderia desisti de tudo só para poder ficar com ela. Achei fofo.

Foi decidido por Nick Fury que eu iria ficar instalada no mesmo prédio que o Steve. Já que nós dois não tínhamos como nos sustentar (sim, ele nos humilhou) e seríamos sustentados por ele, ele decidiu que nós deveríamos ser vizinhos. E a sem-teto aqui teve concordar.

A coleira que colocaram em Loki o deixou muito engraçado. A Natasha comentou algo no ouvido do Barton e eu até imaginei o seria. Essa Natasha...

Assim, Thor chamou pelo Heimdall e uma luz os sugou para o céu. Depois disso, foram despedidas breves. Eu apertei a mão do Tony e a de Bruce, que foram juntos para a Torre Stark, trabalharem em um jeito de controlar o Hulk. Então Natasha e Barton foram em um dos carros da SHIELD pretos. E eu fui com Steve em sua motocicleta.