As mãos estavam frias e o coração palpitava rápido. Natsu estava cada vez mais ansioso esperando Lucy sair pelos portões da mansão. Era domingo e eles finalmente poderiam ter um tempo a sós para ficarem juntos e Lucy poder explicar o que estava acontecendo entre ela e Sting.

— Oi Natsu!- a loira vestia um short jeans e meia calça, um casaco vermelho esportivo e tênis. E o garoto a achou mais linda do que nunca.

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— Vamos na sorveteria?

— Humm... sorvete com esse vento gelado, no vamos pegar um resfriado não?

— Eu sempre tomei sorvete nessa época e nunca fiquei doente.- com as mãos nos bolsos da calça, Natsu deu de ombros.

- Então vamos.

Andando próxima ao garoto, Lucy desejava tocar sua mão, como no dia que saíram do colégio, mas não tinha coragem de esticar o braço e tocá-lo. Eles se sentaram e escolheram os sorvetes permanecendo com poucas palavras entre si. Até Natsu decidido, perguntar:

— Voce vai mesmo se casar com aquele cara?

—Eu... Natsu.. sinto muito.- Lucy olhava para baixo.- no dia seguinte que nos.. beijamos... meu pai me levou a um almoço na casa do Sting e declarou para a alta sociedade que eu era noiva dele. Sem me dizer nada. Eu não soube como te contar. Estava esperando o momento certo mas Sting apareceu na escola ... e fez aquilo tudo... eu sinto muito mesmo.

Lágrimas caiam dos olhos chocolate da loira e Natsu trocou de cadeira, se sentando ao seu lado. O rosado estendeu seu braço e tocou no rosto de Lucy, fazendo-a levantar a cabeça e olhar para ele.

— Eu já disse que não quero ver você chorar nunca mais, mas você continua chorando. – A mão do garoto limpou as lágrimas do rosto de Lucy e ele se aproximou mais dela. -Parece que eu sou o culpado por elas não pararem de cair.

— Não! - Ao dizer isso, alguns clientes viram a cena e Lucy se afastou um pouco, deixando a mão de Natsu no ar- Sou eu que acabo chorando por tudo.

— Seu pai está te obrigando a casar com outro cara! Não tem como acabar com isso?

— É um Miai, um contrato. Estamos unindo as empresas Heathfilia e Eucliffe pelo casamento.

— Mas... mas... não tem jeito mesmo? Vamos ter que terminar? A gente começou a namorar tem uma semana.

Houve um silencio. Nenhum dos dois queria dizer aquilo mas Natsu colocou à tona o que ela pensava desde que soube do Miai. Ela não queria se separar dele. Sentia que amava Natsu e queria estar com ele para sempre. Mas havia um contrato que ela não conseguiria quebrar.

— Oi pombinhos como estão?- Erza cumprimentou o casal e sem cerimonia, roubou uma colherada do sorvete de Lucy, saindo e rindo em seguida, comentando algo com Jellal.

— Bem... – vendo o casal de amigos se distanciando, Lucy continuou: - Acho que podemos continuar juntos, até sabermos se o Miai vai acontecer de fato e Sting e eu conseguirmos cancelar esse acordo.

— Adorei a ideia. – Vendo o sorriso de Natsu, Lucy teve certeza que é com ele que ela deveria ficar e decidiu que iria fazer de tudo para cancelar seu casamento. Os dois foram embora da sorveteria de mãos dadas, como a garota queria.

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Os dias passaram rápido e o frio do outono chegava com mais intensidade. Setembro já havia ido embora e Outubro iniciava com muitas provas e trabalhos escolares. Os clubes estavam bastante ocupados com campeonatos e o time de Natsu iria enfrentar a Cuatro Cerberus High School. A torcida vibrava e Natsu estava muito concentrado, mas parecia que algo o impedia de jogar como de costume.

Jet avançou contra o adversário e conseguiu roubar a bola, deu um drible e passou para o rosado, que quase a perdeu para Rocker, da Cuatro Cerberus, e como percebeu que não estava conseguindo se livrar dele, passou a bola para Droy, que conseguiu marcar o gol da vitória.

Os times se cumprimentaram enquanto a torcida invadia o gramado e conversava com os jogadores. Lucy acenava para Natsu de longe e, empolgada correu em sua direção e o abraçou calorosamente, surpreendendo alguns alunos que estavam perto.

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— Ela não está noiva daquele garoto, da escola rival?

— Que piranha!

— Então ela está com os dois garotos?

— Eu, eu preciso ir. - Lucy ouviu aquilo mas não percebeu quem falava. Ela se afastou de Natsu e saiu correndo. O rosado tentou ir atrás dela mas foi interrompido por um bando de garotas que o cumprimentaram depois do jogo.

Irritado, ele tentava fugir das alunas e assim que conseguiu, correu em direção a escola, mas não sabia onde Lucy estaria. “ Ela deve estar chorando” pensou. “ Não quero vê-la chorar nunca mais!” correndo pelos corredores já vazios Natsu encontra Lucy dentro da sala de aula. Ela estava sentada sobre uma mesa, virada de costas para a porta e de frente á janela. Seu corpo tremia.

— Lu... cy... – ofegante, Natsu chamou a atenção da loira, que olhou em direção ao som, assustada. – Não chore.

Foi tão rápido que Natsu quase não percebeu. Lucy saltou da mesa e correu em direção a ele, o abraçando forte e afundando seu rosto no peito do garoto. A garota continuou chorando e Natsu a abraçou de volta, colocando a mão direita em seus cabelos, acariciando-os.

— Obrigada!

— Não precisa agradecer.

— Natsu, obrigada por sempre estar comigo. Eu sinto que você é como uma bateria que me recarrega e me dá forças. – seus olhares se encontraram e a garota sentia seu coração acelerado. Seu corpo foi movido pelos instintos e,levantando a ponta dos pés, Lucy alcançou seu objetivo: os lábios macios do rosado.

— Eu só precisava dessa imagem na minha mente para meu dia terminar perfeito! – espantados, Natsu e Lucy se separaram do beijo ao ouvirem uma voz diante da porta.

— Lisanna! – Lucy se afastou do garoto, envergonhada e tímida, lembrando que a albina também gosta de Natsu.

— O que será que o diretor faria se soubesse que vocês dois estão aos beijos aqui na sala heim? – a garota disse isso sorrindo maliciosamente e saiu, andando pelos corredores. Natsu correu atrás dela, deixando Lucy sozinha.

— Lis!- o garoto segurou no ombro de Lisanna.

— O que foi?

— Voce vai mesmo contar ao diretor?

— Não, mas vocês bem que merecem. Primeiro não se esqueça que ela agora é comprometida. Segundo estamos na escola. E ... tem eu.

— Voce?- o rosado ficou confuso e perguntou.

— Não se lembra que eu me confessei para você na ilha? Ou a magia que Lucy jogou em você fez com que perdesse a memoria também? – Lisanna volta a andar pelo corredor – Não precisa me esperar, eu vou embora com as outras lideres de torcida.

— Lis... eu... – Enquanto o rosado tentava se desculpar com Lisanna, ou ao menos dizer algo reconfortante, Lucy pega seu material e sai da sala, e pelo corredor contrário, vai embora. A loira encontra Erza com Jellal, saindo da escola e admira o relacionamento dos dois novamente. “Queria poder ter essa liberdade que eles tem.” – pensa a garota.

— Lucy! Lucy!

— Oi Levy tudo bem?

— Tudo bem pergunto eu. Escutei algumas garotas falando mal de você no final do jogo.

— Eu escutei também, por isso acabei indo para a sala de aula.

— Eu vi! Natsu foi atrás de você. Mas onde ele está?

— Ele e eu... não sei se posso contar. Prometa que não vai contar a ninguém.

— O que aconteceu?- Levy ficou muito curiosa.

— Ele me beijou!- Lucy ficou envergonhada com a reação da amiga.- E Lisanna nos viu juntos na sala.

— O QUE?- A baixinha gritava, chamando atenção de todos. Nesse momento Lucy viu Capri chegando de carro.

— Levy, eu não posso falar agora mais vamos conversar mais tarde sobre isso.

— Está bem Lucy, até amanha!

— Até!

Lucy entra no carro e vê o rosado saindo da escola, com um semblante triste. “ será que ele acabou brigando com a Lisanna?”

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O vento frio deixava um certo garoto furioso, pois a todo momento as folhas secas que varria se espalhavam novamente. Lucy o observava de sua janela e esperou até que seu pai fosse para o trabalho para conversar com Natsu.

— Quem ajuda?

— Sim. Bem que seria bom alguém me ajudar. Lucy.- surpreso Natsu disse, olhando para a loira.- O que faz aqui?

— Estão te dando muito trabalho essas folhas? Eu ajudo.

— Não, você não pode. Volta lá pra dentro.

— Não tem problema. Capri foi levar meu pai ao trabalho e Virgo está organizando a lista de compras. Eu te ajudo rapidinho.

— Está bem, mas vamos logo porque não quero confusão.

Os dois juntaram as folhas secas de todo jardim e conseguiram formar um monte bem grande delas. Natsu foi à dispensa buscar mais sacos de lixo enquanto Lucy admirava seu primeiro trabalho braçal. A garota ficou feliz por ver que seu esforço conseguiu realizar aquilo. Se lembrando de ter visto uma cena em um filme, ela se afastou um pouco do monte de folhas e saiu correndo, pulando em seguida e se jogando de costas sob o monte, espalhando as folhas todas pelo jardim, e rindo alto.

— Lucy! O que você fez? – o rosado voltou a juntar as folhas rapidamente, brigando com a loira.

— Vem Natsu! Se joga também. É divertido.

— Não posso. Tenho que plantar algumas roseiras ainda.

— Por favor.

— Não Lucy. E você deveria sair daí logo.

— Então me ajuda. Não consigo sozinha.

Suspirando, o garoto se aproximou do restante do que era o monte de folhas secas e esticou o braço para ajudar Lucy a se levantar. Mas ele não esperava que ela fosse puxá-lo para si. Natsu perdeu o equilíbrio e caiu sobre Lucy, ficando bem próximo a ela. Vendo a loira sorrir para ele, o rosado se virou deitando ao seu lado.

— É legal não é?

— Sim, bem legal. – Natsu respondeu a pergunta e admiravam o céu com as folhas que eles espalharam caírem no chão. – O tempo poderia parar para ficarmos assim para sempre.

— Sim, poderia. – a mão de Nastu se encontrou com a de Lucy e sorrindo, os dois se encararam por um tempo.

— Tenho que terminar meu trabalho Lucy.

— Está bem.

— Voce pode ir se limpar. Obrigado. – Natsu tocou o rosto da loira e deu um beijo de leve, sem saber que Virgo observava o casal.