Medo Do Escuro

CAPÍTulo 5


Ao acordar sinto uma mão deslizando pelo meu cabelo, não consigo abrir os olhos para ver quem é.

-Bom dia Isabella.

Me surpreendo quando ouço a voz.

Lentamente abro os olhos e levanto meu tronco para poder observá-la melhor.

-Vo-você é a Alice não é?

Minha voz está estranha, meia rouca e áspera.

-Sim.

-O que faz aqui?

-Bom, meu irmão te trouxe ontem a noite, mas ao que parece você não estava muito confiante nele, tentou sair do carro mas acabou caindo; não desmaiou mas caiu e não deixou Edward lhe ajudar.

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Ele ficou desesperado e ligou para Ângela, mas ela está longe; daí eu vim para cá cuidar de você.

Nada do que ela falava fazia sentido, me lembro apenas de tropeçar e acordar aqui na cama.

-Eu...Não me lembro de muita coisa de ontem.

Suspirei estava perdida.

-Lembra pelo menos da festa?

Perguntou.

Assenti com a cabeça.

- Você apagou no meio da pista de dança, eu vi tudo, tentei ajudar mas não pude fazer muito. Edward te trouxe para cá.

Edward...Edward...Edward.

Como é possível eu não esquecer do rosto dele? ou da voz me oferecendo ajuda?

- Obrigada por ficar Alice.

Sorri amigavelmente.

- Ângela exigiu para mim não sair do seu lado até você voltar a consciência, só estou fazendo o meu trabalho.

Disse e voltou a alisar meus cabelos com as mãos.

- Vou fazer o café e você mocinha trate de tomar um banho e descer.

Sorri e ela se foi.

Alice é legal acho que posso tentar confiar nela para sermos amigas. Levanto da cama e vou para o banheiro fazer o que ela pediu.

Alice foi embora só depois do almoço, conversamos amenidades e ela pirou quando eu disse que não gostava de ser chamada por apelido-a não ser Sol-ela gostou desse, disse que era parecido comigo, não entendi então deixei quieto.

Minha tarde foi lenta e tentei dormir, sem sucesso pois toda vez que fechava os olhos lembrava da festa e do episódio que fiz.

Queria falar com Ângela, mas, não iria de jeito nenhum estragar sua lua de mel com os meus problemas.

Era umas quatro da tarde quando a campainha toca, estranhando o fato do porteiro não avisar que tenho visita vou abrir a porta.

Me assusto com quem encontro a porta e tento fechá-la de novo, porém, uma mão impede o ato.

- Por favor, não feche.

Receosa olho em seus lhos e me surpreendendo por não sentir nada do que eu esperava.

- O que você quer?

Digo em voz baixa.

- Apenas conversar, sobre ontem.

-Não temos o que falar sobre ontem.

-Você deveria pelo menos me agradecer por ter te tirado de lá.

Reviri os olhos para ele.

-Obrigada-falo entre dentes.

Edward deu um sorriso divertido e adentrou o apartamento, foi até o sofá e se jogou nele, suspirei e fechei a porta.

-Pode me dizer o que veio fazer aqui?

- Eu já disse,quero conversar com você.

- Mas não temos nada a falar, nem nos conhecemos para ter qualquer assunto e você é um folgado que vai entrando no apartamento dos outros e se jogando no sofá.

Riu.

Ele riu, esse filho de una boa mãe riu dos meus argumentos.

- Por que você ficou daquele jeito na festa ontem?

Ele estava sério agora, até me surpreendi com o que ele me perguntou, não pensei que ele iria me questionar; achei apenas que ele ia me achar uma louca.

- Apenas bebi mais do que devia.

Menti, eu sei. Mas ele não precisava saber disso.

-Eu sei que está mentindo, eu te observei a festa toda. Só para você saber, é uma péssima mentirosa.

Me sentei na poltrona perto do outro sofá e o fitei.

Edward parece um daqueles caras que não consegue ouvir um não e pela sua cara ele está disposto a arrancar a verdade de mim nem que seja à força.

E por incrível que pareça não estou com medo dele, pelo contrário, sinto uma coisa esquisita se formando dentro de mim, mas não sei explicar exatamente o que é.

-Eu...É complicado.

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Suspirei.

- Acho que sou capaz de compreender.

Olhei fixamente para o rosto dele para ver se estava mentindo ou brincando comigo, mas, tudo que vi no seu olhar foi curiosidade, preocupação e por incrível que pareça compaixão.

- Bom minha vida antes de eu vir para cá não era fácil, tem algumas coisas que nos acontece que preferimos ocultar à enxergar realmente. E acho que meu passado pesou na festa e me sobrecarregou muito.

Ele estava curioso, podia ver perfeitamente isso em seu rosto, mas sei que ele não vai me pressionar para falar tudo.

- Entendo. Ângela sabe desse seu passado?

Qual era a dele?

- Claro que não. Quando cheguei aqui ela já estava com o casamento marcado e estava feliz, eu não quis estragar nada.

- Mas ficou com um peso nas costas e não se abriu com ninguém de confiança.

- Olhe você não pode me jugar de algo que não sabe. Pessoas mentem,dizem ser confiantes e depois te magoam sem nem pensar no que você está ou não sentindo, dizem amar para depois te tratar como lixo.

Desabafei, a essa hora eu quase gritava.

Edward arregalou os olhos de surpresa por eu ter explodido. Baixei a cabeça quando vi o que tinha acabado de fazer.

- Me desculpe, você está aí querendo saber da minha vida. Acredite você não vai entender e se entender vai me achar a pessoa mais suja e imunda do mundo.

-Não sou ninguém para te jugar e te ofender; e por mais que você tenha errado no passado nada mais justo que dar a volta por cima e recomeçar. Bom já tem um amigo aqui para te ajudar e tenho certeza que você teve o azar de conhecer minha irmã hoje.

Riu.Eu não sabia o que dizer ou que ação eu deveria fazer diante do que ele acabou de dizer, então apenas o observei se levantar e vir em minha direção.

- Bom acho melhor eu ir.

- Tu-tudo bem.

Uma lágrima teimosa insistiu em escorrer do meu rosto, eu rapidamente tratei de secá-la.

- Por que está chorando?

Neguei com a cabeça como quem dizia que não era nada.

- Ninguém chora por nada sempre tem um motivo.

Respirei fundo e soltei o ar com força para evitar que me explodisse em lágrimas.

- Eu só...É que eu nunca tive amigos sabe? E não sei como agir,o que fazer em certos momentos ou o que dizer quando me emociono, como agora.

Evitei de olhá-lo, ele deve me achar uma boba por dizer essa coisas. Edward se moveu e quando eu pensei que ele ia embora, veio em minha direção e me abraçou.

Ele me abraçou!

Qual foi a última vez que recebi um abraço assim?

Tentei afastá-lo, mas a única coisa que ele fez foi apenas me apertar mais contra seu peito, desisti e me aconcheguei em seus braços.

- Eu preciso ir-disse um momento depois dando um beijo nos meus cabelos, sem malícia, foi carinhoso.

Não sei de onde tirei forças para afastá-lo.

- Tudo bem.

-Você vai ficar bem?

- Vou não se preocupe.

Revirou os olhos.

-Impossível, vou pedir para Alice vir fazer companhia para você amanhã.

- Não precisa.

Tentei discutir mas ele não me deu chance.

-Diga isso a ela quando aparecer aqui.

Brincou.

Sorri e ele passou as mãos em meu rosto.

-Qualquer coisa me ligue.

Ligar? como se não tenho seu número? ou melhor nem telefone celular eu tenho.

- Hmm, não tenho seu número e também não tenho um celular.

Constrangida por ele me achar estranha baixo a cabeça, ele a ergue de novo com o dedo.

- Meu número está apregado na geladeira e não se preocupe tenho o número do telefone daqui.

Dizendo isso se virou e foi embora, não demorou nem um minuto que ele se foi e as lágrimas vieram com força total.

Existe alguém que se preocupa comigo e ele é do sexo oposto do meu, nunca imaginei que um dia eu receberia carinho, abraço ou palavras de conforto.

Me arrastei para o sofá e me deitei em posição fetal.

Não posso estar gostando de alguém é errado, eu não nasci para isso, e ele pode ser casado sei lá.

Mas não somos nós que escolhemos por quem gostar ou não é o coração e ele está criando sentimentos pela pessoa errada.